No contexto da Ciência da Informação e áreas afins, os avanços impostos pela tecnologia da informação e das comunicações e pelo desenvolvimento da Internet, estão a provocar profundas mudanças nos processos de gestão da informação e dos recursos tecnológicos na Era Digital. A crescente disponibilização das tecnologias e o fluxo cada vez maior e mais rápido do acesso à informação na WEB de Dados, têm desafiado as Bibliotecas e consequentemente seus gestores no entendimento de novas práticas de busca, acesso, apropriação e uso da informação na produção de novos conhecimentos. Neste contexto torna-se relevante discutir os principais desafios que as Bibliotecas Digitais terão que enfrentar com relação ao gerenciamento do ciclo de vida de suas tecnologias, consolidação e simplificação de gestão de processos dentro de seus ambientes computacionais, com foco na qualidade dos serviços oferecidos ao usuário cada vez mais conectado e construir ambientes ágeis que permitam responder as demandas relacionadas à organização, gestão, e preservação da informação digital.
PÚBLICO ALVO
O II SIMPÓSIO BIBLIOTECA DIGITAL tem como foco profissionais da informação, pesquisadores, estudantes, gestores, analistas, especialistas e consultores que atuam na área de gestão e organização da informação e desejam transformar dados em informação e conhecimento, desempenhar papéis de liderança e participar ativamente de projetos associados à gestão da informação digital.
LOCAL
Local – USP – Escola de Comunicação e Artes (ECA) – Auditório Lupe Cotrim – 1º andar
O Conselho Regional de Biblioteconomia – 3a Região (CRB3 – CE/PI), fazendo uso de suas atribuições representativas de regulação e fiscalização no campo da Biblioteconomia, bem como em atividade de encaminhamento da Campanha Sou Biblioteca Escolar, convida a sociedade civil e gestores públicos estaduais e municipais dos Estados do Ceará e do Piauí a assinarem abaixo-assinado sobre a necessidade da criação de sistemas de bibliotecas escolares em instituições públicas de cunho municipal e estadual, com a devida contratação do bibliotecário que é o profissional responsável por gerenciar ambiente de informação.
Uma ação desta envergadura necessita do apoio de toda a sociedade para ganhar corpo e ajudar ao CBR-3 em sua solicitação junto das gestões públicas municipais e estaduais do Ceará e do Piauí na construção de uma pauta que possa ao mesmo tempo contemplar as Leis Federais 12.244/10 e 4.084/62, que trazem em seus genes criar um sistema sólido e continuado de bibliotecas escolares que possibilite perspectivas mais concretas para o aprendizado e desenvolvimento da educação básica para milhões de crianças, jovens e adultos.
A biblioteca escolar é um ambiente, que além de atuar na inclusão e no combate ao analfabetismo, fomenta ações culturais, de leitura e informacionais contribuindo com práticas de gestão, organização, mediação, fluxos, serviços, produtos e tecnologias de informação para o estímulo à aprendizagem e desenvolvimento humano da comunidade escolar como um todo.
“O abaixo-assinado se constitui como um meio democrático, participativo e colaborativo de luta política. E o Conselho, como órgão institucional, que defende a sociedade em torno desta pauta, está se utilizando desta ferramenta para fazer o alertar sobre os riscos inerentes à falta de políticas públicas para bibliotecas escolares, seja na esfera municipal ou estadual”, reforça Fernando Braga, presidente do CRB-3.
Até 29 de junho, mostra traz 130 obras do escritor traduzidas para vários idiomas
A exposição Monteiro Lobato Sem Fronteiras apresenta ao público o trabalho de um dos maiores autores da literatura brasileira – Ilustração: Victor Daibert / BBM
A partir desta segunda-feira, dia 7 de maio, até 29 de junho, a Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) da USP realiza a exposição Monteiro Lobato Sem Fronteiras, que busca destacar e trazer ao público a trajetória internacional da carreira literária do autor nascido na cidade de Taubaté (SP) e considerado um dos maiores escritores da literatura brasileira de todos os tempos.
Gratuita, a mostra reúne mais de 130 obras infantis e adultas de Monteiro Lobato, traduzidas em vários idiomas e publicadas no exterior — como Urupês, Reinações de Narizinho e O Saci —, bem como obras clássicas da literatura universal traduzidas por ele para o público brasileiro — como Moby Dick, de Herman Melville, e Adeus às Armas, de Ernest Hemingway. Serão disponibilizados tablets para consultas de trechos de obras selecionados pela curadoria, além de acesso a conteúdo digitalizado e interativo por parte dos visitantes da exposição.
O material pertence ao acervo do Centro de Documentação do Instituto de Estudos Monteiro Lobato, localizado em Taubaté e criado com o objetivo de incentivar estudiosos, produtores culturais, pesquisadores e admiradores de Lobato a trilharem novos caminhos sobre sua obra.
Evento ocorre entre 7 de maio e 29 de junho na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
A curadoria é do gestor de projetos socioculturais Luciano Mizrahi Pereira e do jornalista e produtor cultural Vladimir Sacchetta. “Queremos mostrar a trajetória internacional da carreira de Lobato, traduzido e tradutor. Podemos dizer também que esta exposição celebra Monteiro Lobato como escritor universal, um autor que ultrapassou fronteiras, passeou por diferentes culturas e transcendeu seu tempo. Lobato é um mestre da literatura infantil mundial”, destaca Pereira.
A exposição tem apoio da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU) da USP e é realizada pela BBM, em parceria com o Centro de Documentação e Pesquisa Histórica da Universidade de Taubaté, o Instituto de Estudos Monteiro Lobato e o Porviroscópio Projetos e Conteúdos Culturais.
A mostra Monteiro Lobato Sem Fronteiras fica em cartaz de 7 de maio a 29 de junho, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 18h30, na sala multiuso da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, localizada na Rua da Biblioteca, s/nº, na Cidade Universitária, em São Paulo.
Para mais informações, ligue no (11) 2648-0320, ou acesse o site bbm.usp.br/node/339
Com informações de Elcio Silva / Assessoria de Comunicação da BBM
Pelo texto aprovado essas edificações só serão construídas se o município se comprometer a equipá-las e mantê-las
Fernandes: “Tornar obrigatória a construção de creche e pré-escola pelos programas federais de financiamento da habitação contribui para que a União cumpra seu papel constitucional, cooperando com os municípios” Gilmar Felix / Câmara dos Deputados
A Comissão de Educação aprovou na última quarta-feira (25) proposta que torna obrigatória a construção de biblioteca, sala de estudo, creche e pré-escola em todos os conjuntos habitacionais financiados com recursos do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS).
Pelo texto aprovado, a construção das referidas edificações fica condicionada ao compromisso prévio do município de equipar e manter as instalações.
Foi aprovado o substitutivo do relator, deputado Pedro Fernandes (PTB-MA). O projeto original (PL 2831/15) do deputado Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB) previa apenas a instalação de bibliotecas e salas de estudo. Já o apensado (6182/16) previa a construção de creches e pré-escolas.
Segundo Fernandes, ambos projetos conferem atribuições impróprias ao FNHIS e ao Programa Nacional de Habitação Urbana (PNHU) ao obrigá-los a instalar bibliotecas, salas de estudo, creches e pré-escolas sem que o poder público local se comprometa a equipá-las e mantê-las conforme a capacidade financeira e de gestão.
O relator optou por condicionar a obrigatoriedade de edificação dos equipamentos comunitários propostos pelos projetos ao compromisso do poder público local em equipá-las e mantê-las.
“Sempre que o município se comprometer a equipar e manter bibliotecas ou salas de estudo, creches e pré-escolas, as mesmas deverão ter sua edificação assegurada por meio de recursos do FNHIS e do PNHU”, disse Fernandes.
O substitutivo ainda determina que caberá ao município decidir se o espaço construído abrigará biblioteca ou sala de estudo. “Ainda que se esteja criando obrigação para a União, essa se faz com absoluto respeito ao pacto federativo e razoabilidade”, concluiu.
O texto aprovado altera a lei do Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV – 11.977/09).
Tramitação
O projeto será discutido e votado em caráter conclusivo pelas comissões de Desenvolvimento Urbano; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
No Rio de Janeiro, a UNESCO participou na semana passada de um seminário para avaliar o andamento do projeto Resgate Barão do Rio Branco, iniciativa que visa identificar e preservar documentos históricos sobre o Brasil Colonial. Fruto de uma parceria entre a Biblioteca Nacional e a agência da ONU, o programa já foi atrás de arquivos em mais de 500 instituições de nove países, permitindo a recuperação de 4 milhões de manuscritos e códices.
Mapa mostra invasão dos Holandeses a Pernambuco em 1630. Imagem: Biblioteca Nacional
No Rio de Janeiro, a UNESCO participou na semana passada de um seminário para avaliar o andamento do projeto Resgate Barão do Rio Branco, iniciativa que visa identificar e preservar documentos históricos sobre o Brasil Colonial. Fruto de uma parceria entre a Biblioteca Nacional e a agência da ONU, o programa já foi atrás de manuscritos em mais de 500 instituições de nove países.
Nos dias 25 e 26 de abril, a sede da Biblioteca Nacional recebeu especialistas para o evento Rumos do Resgate: signos globais da memória cultural brasileira. O encontro tinha por objetivo debater os resultados e os rumos do programa. A coordenadora de Cultura da UNESCO no Brasil, Isabel de Paula, estava entre os participantes, que discutiram possíveis revisões conceituais e metodológicas do projeto.
Para localizar o patrimônio documental sobre os tempos coloniais, a iniciativa já percorreu mais de 200 cidades de Portugal, Espanha, Holanda, França, Bélgica, Inglaterra, Estados Unidos, Itália e Áustria. Foram recuperados 4 milhões de manuscritos e códices relativos ao Brasil Colônia. Os materiais foram microfilmados e muitos, já digitalizados, estão disponíveis no site da Biblioteca Nacional.
São mais de 55 mil obras sobre o tema disponíveis para consulta
Na casa Caetano de Campos, sede da Secretaria de Estado da Educação, está a biblioteca do Centro de Referência em Educação (CRE) Mario Covas. Com livre acesso, são mais de 55 mil documentos disponíveis para consulta e empréstimo. O espaço funciona de segunda a sexta, das 9h às 17h.
“A biblioteca está inserida em um circuito cultural e histórico, uma vez que ficamos na Casa Caetano de Campos, um prédio centenário, e estamos próximos ao SESC 24 de Maio, nas proximidades do edifício Copan e no centro da Praça da República, um marco nacional”, destaca Maria Salles, coordenadora do CRE Mario Covas.
O local é especializado em educação e dispõe de material institucional e acervo do Programa “Sala de Leitura”, uma variada coleção de literatura e outras áreas temáticas, tais como: livros, teses (Programa Bolsa Mestrado & Doutorado), DVDs, monografias, periódicos e publicações institucionais da Secretaria da Educação.
“Prioritariamente, os empréstimos são feitos a profissionais da Rede Estadual de Ensino. No entanto, temos mecanismos para cessões a estudantes, pesquisadores e demais interessados”, explica Maria Salles.
Com uma equipe multidisciplinar formada por bibliotecários, professores e técnicos a biblioteca também oferece atendimento presencial e online aos participantes de concursos públicos, por meio de consultas referentes à bibliografia dos certames; DVDs do Programa “Cultura é Currículo” e mais de 200 títulos no formato Daisy – tecnologia que permite a pessoas com deficiência visual, ou baixa visão, a leitura de textos a partir da narração em áudio, ou adaptação em caracteres ampliados.
Aconchegante, com sofás, mesa para trabalhos em grupo, acesso à internet e estação de pesquisa é possível visitar, também, o CEMAH (Centro de Memória e Acervo Histórico), que fica na sala ao lado da biblioteca e possui objetos da história da educação paulista, uma seção destinada a exposições temporárias e muito mais.
O CEMAH, em articulação com outros departamentos da Secretaria da Educação, Universidades e Órgãos de Preservação do Patrimônio, trabalha sobre dois grandes pilares: preservação, disponibilização e divulgação do acervo histórico da escola Caetano de Campos; e Desenvolvimento de ações de preservação da memória e do patrimônio histórico escolar.
Dentro desse trabalho, a equipe responsável faz o tratamento técnico, a montagem de exposições e o atendimento de pesquisadores. “São duas unidades, uma na praça da República, com o administrativo e as exposições para o público espontâneo ou agendamento para adultos. E na unidade Armênia fica a reserva técnica do acervo histórico. Então quem faz pesquisas vai para lá, com agendamento prévio”, esclarece Maria Cristina Noguerol Catalan, diretora do Centro de Memória e Acervo Histórico/CRE Mario Covas/EFAP.
A CEMAH oferece, ainda, apoio técnico e metodológico para o desenvolvimento de projetos da preservação da memória e do patrimônio histórico nas unidades escolares do Estado. Essas orientações são feitas por e-mail, pelo site, com vídeos de como desenvolver o projeto, e também presencial.
Se a Diretoria de Ensino tiver interesse, pode entrar em contato e solicitar uma oficina ou orientação técnica. As orientações abordam conteúdos para o desenvolvimento de trabalhos/projetos/ações sobre a preservação da memória escolar, elaboração de inventário do patrimônio histórico escolar, elaboração/ organização de exposições e espaços de memória.
Serviço
Unidade 1: Praça da República, 53 Centro – São Paulo
Fone: 2075 4750
Unidade 2: Rua Paulino Guimarães, 224 – próximo à estação do metrô Armênia, São Paulo
O incentivo à leitura deve começar desde os primeiros anos de vida da criança e a biblioteca pode ajudar com ações inovadoras! Confira neste artigo!
O hábito de ler é fundamental para a formação integral das crianças, jovens e adultos. Por meio da leitura, o indivíduo aprende sobre assuntos diversos, aprimora a escrita, se torna mais crítico e consegue desbravar o mundo através de histórias que enriquecem o seu repertório cultural.
Mas, infelizmente, o incentivo à leitura no Brasil não é um ponto forte. De acordo com a quarta edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), 44% da população brasileira não tem o hábito de leitura. Diversos fatores contribuem para esse afastamento, como a falta de incentivo e o acesso limitado a biblioteca.
O desafio atual para o incentivo à leitura é promover o interesse dos jovens pelos livros e ampliar a procura nas bibliotecas escolares e culturais. Esses locais são espaços democráticos de acesso à informação, onde toda a sociedade pode construir e compartilhar seus conhecimentos. Desenvolver ações que ajudam a aproximar o público da biblioteca e da leitura são fundamentais para que o Brasil consiga formar uma geração de leitores críticos e ativos.
Na sequência, fizemos uma lista com as 3 dicas que ajudarão no incentivo à leitura e que também são essenciais para o aumento das visitas nas bibliotecas, tanto escolares como culturais. Não perca!
Apresente a magia dos livros
O incentivo à leitura deve começar desde os primeiros anos de vida da criança. Ainda em casa, os pais devem inserir o ato de ler na rotina do filho, contando histórias antes dos pequenos dormirem e disponibilizando livros adequados à faixa etária para os filhos manusearem e conhecerem as imagens.
Ao chegar na fase escolar, o incentivo à leitura deve ser potencializado, pois neste período as crianças começam a visitar a biblioteca escolar e compreender melhor a magia dos livros. É fundamental que essa prática seja apresentada para o aluno de forma agradável, sem tantas cobranças no início. Esse primeiro contato com os livros na escola ajudará a formar o hábito da leitura, por isso, deve ser um momento prazeroso para a criança.
Livros que narram aventuras e magia costumam despertar o interesse dos estudantes da Educação Infantil, além de estimular a imaginação e a criatividade. Para que eles se aproximem da biblioteca, é interessante realizar as atividades de leitura neste ambiente, fazendo com que a biblioteca se torne uma extensão da sala de aula, sendo um local onde os pequenos possam viajar no mundo da imaginação.
Torne a biblioteca um espaço agradável para todos
Além de mostrar a magia dos livros, é importante que a relação entre os jovens e a biblioteca seja próxima e positiva. Com o passar dos anos, os estudantes começam a encarar a biblioteca como um ambiente “chato” ou vão até o local somente para passar o tempo. Tanto a biblioteca escolar quanto a cultural devem se mostrar atraentes para os seus diferentes públicos.
Biblioteca escolar
No caso da biblioteca escolar, além de ser uma extensão da sala de aula, ela deve estar preparada para receber os alunos de forma completa, aplicando melhorias desde a infraestrutura até o acervo bibliográfico. Na Educação Infantil, por exemplo, é interessante que a biblioteca tenha uma mobília adequada ao tamanho dos alunos, o que facilita e estimula a interação dos pequenos com os livros.
No Ensino Fundamental e Médio, a biblioteca deve ser um espaço para estudo, realização de trabalhos e até de debate, desde que tenha uma área reservada, na qual a conversa entre alunos não atrapalhe os outros estudantes que estão acessando o local.
Biblioteca cultural
Para as bibliotecas culturais, o desafio é um pouco maior, já que é preciso atrair o público em geral. O bibliotecário tem um papel muito importante nesta atração, pois ele recebe os frequentadores e, dependendo da abordagem, pode incentivar os visitantes a retornarem mais vezes ao local. Mostrar a organização da biblioteca, o que ela oferece e esclarecer as dúvidas dos frequentadores são alguns pontos que não podem faltar na biblioteca cultural que almeja atrair o público.
Local para o enriquecimento cultural
O incentivo à leitura envolve etapas importantes do processo de educação, por isso, deve ser iniciado ainda nos primeiros anos de vida dos estudantes. Mas, para que esse estímulo seja completo e duradouro, é importante que as bibliotecas escolares e culturais consigam atrair as pessoas de forma efetiva.
Além da leitura em si, a biblioteca deve ser um espaço para o enriquecimento cultural. Deste modo, promover ações como feiras, saraus, eventos que celebram uma data cultural importante, peças teatrais e apresentações de dança são essenciais para chamar a atenção do público e envolvê-lo com a biblioteca. Esse alongamento da biblioteca aproxima as pessoas, mostrando que todos são bem-vindos no espaço, pois a biblioteca e o acesso ao conhecimento devem ser democráticos.
Apresentamos neste artigo 3 dicas que ajudam no incentivo à leitura e também são importantes para ampliar a procura na biblioteca. Porém, com a correria do dia a dia, é difícil para os bibliotecários terem tempo hábil para projetar e desenvolver essas inciativas. Por isso, uma dica final e muito relevante para as bibliotecas escolares e culturais tem a ver com a adoção de um software de gestão de bibliotecas, como o SophiA, desenvolvido pela Prima.
Com esse recurso tecnológico, é possível otimizar processos importantes, como catalogação de livros, empréstimo, devolução e gerenciamento do acervo. Assim, os bibliotecários terão mais tempo para se dedicarem as ações de incentivo à leitura. Clique aqui e conheça mais sobre essa plataforma. Para conferir outras notícias como esta, assine agora mesmo a nossa newsletter.
Acervo digital da Biblioteca Nacional conta com pesquisas em jornais antigos
A Biblioteca Nacional (BN) disponibiliza gratuitamente na web parte do acervo em formato digital. Com obras literárias e jornais antigos, a coletânea tem títulos em domínio público e produções autorizadas pelos autores. O site funciona como ferramenta de pesquisa para historiadores, estudantes, jornalistas e outros profissionais que precisam de registros antigos ou livros clássicos e pode ser acessado em computadores com Windows, macOS e Linux.
A Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional é uma seção para periódicos e revistas que permite pesquisas por termos específicos. Com a ferramenta de busca é possível consultar edições antigas que contenham essas palavras-chave. O uso não-comercial dos registros oferecidos pela memória BN é gratuito. No entanto, a utilização para fins comerciais devem passar por autorizações e tarifas definidas pelo órgão.
Tutorial mostra como acessar, fazer pesquisas e navegar em jornais antigos no acervo digital da Biblioteca Nacional (Foto: Reprodução/Eduardo Manhães)
Confira no tutorial abaixo como pesquisar por edições de jornais antigos no acervo digital da Biblioteca Nacional.
Passo 1. Acesse o site da Biblioteca Nacional Digital (http://bndigital.bn.gov.br/) para consultar o acervo. Neste exemplo, utilizaremos o catálogo “Hemeroteca Digital”, com edições antigas de jornais do Brasil;
Acesse o catálogo hemeroteca digital da Biblioteca Nacional pelo computador (Foto: Reprodução/Marvin Costa)
Passo 2. Digite o nome do jornal desejado e toque no resultado correspondente oferecido pelo site;
Defina o jornal a ser pesquisado no acervo digital da Biblioteca Nacional (Foto: Reprodução/Marvin Costa)
Passo 3. Defina o período da busca e o termo que deseja encontrar em edições do jornal. Em seguida, clique em “Pesquisar”;
Inicie uma pesquisa por termo em um jornal no catálogo digital da Biblioteca Nacional (Foto: Reprodução/Marvin Costa)
Passo 4. Em seguida, você será redirecionado para a página de resultados de pesquisa. O termo utilizado na busca aparecerá marcado em verde. Para verificar outros resultados, clique nas setas ao lado da opção “Ocorrências”;
Tela de resultado de pesquisa do site com o acerco digital da Biblioteca Nacional (Foto: Reprodução/Marvin Costa)
Passo 5. Além de ler os títulos do acervo, é possível compartilhar nas redes sociais e no e-mail a partir do leitor. Assim como em uma plataforma de livros digitais, a visualização permite ampliar ou reduzir o texto, usar o modo de tela cheia, tela preenchida pela largura, tela preenchida pela altura, modo tamanho original, página dupla e múltiplas páginas. As opções estão destacadas abaixo.
Opções para compartilhar e ferramentas de visualização da ferramenta de textos do acervo digital da Biblioteca Nacional (Foto: Reprodução/Marvin Costa
Use a dica para aproveitar o acervo de jornais em pesquisas sobre fatos antigos do país com a hemeroteca da Biblioteca Nacional.
Se o prazer proporcionado pela leitura é instigante para os que podem escolher aonde ir, para os que passam os dias atrás das grades de uma prisão é uma alternativa para amenizar a saudade e preencher o tempo. Na data em que se comemora o Dia Mundial do Livro, 23 de abril, a liberdade e conhecimento impressos nas páginas das obras literárias também podem ser celebrados em presídios de Mato Grosso do Sul.
Para facilitar o acesso dos detentos e estimular o gosto pela leitura, no Presídio de Trânsito de Campo Grande (Ptran), as grades que separam a quadra de esportes do corredor de acesso viram uma estante improvisada, no sentido de atrair mais leitores. Diariamente, os livros deixam a biblioteca e percorrem os corredores do presídio em um carrinho de mão, conduzido por um interno responsável, que controla os empréstimos e devoluções. Literaturas, romances, autoajuda, religiosos, dicionários e jurídicos compõem o acervo de quase 30 mil livros catalogados pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e distribuídos em 22 bibliotecas dentro dos estabelecimentos penais do estado.
Mesma técnica é utilizada no Instituto Penal de Campo Grande (IPCG), durante o banho de sol. Com um acervo de 2.408 livros, a média no IPCG é de 180 empréstimos por mês, com prazo de sete dias para a devolução.
No Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” (EPFIIZ), na Capital, muitas reeducandas também dividem o tempo no presídio entre o trabalho, estudo e a leitura. “De manhã eu fico na escola, onde estou terminando o ensino médio e à tarde já começo a leitura na cela”, conta a reeducanda N.A.S.F., de 31 anos, revelando que chega a ler três livros por mês.
Para a interna, que está presa há cerca de 18 meses, a leitura representa transformação de vida. “Me considero presa apenas fisicamente, porque com a leitura minha mente se torna livre, me sinto em um mundo à parte”, afirma a reeducanda que sonha em cursar a faculdade de Fisioterapia assim que conquistar a liberdade.
A remição da pena por meio da leitura também é um grande incentivador para quem se encontra em situação de prisão, é o que estabelece a Recomendação Nº 44 / 2013 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Remição pela Leitura
Segundo a norma, o preso deve ter o prazo de 21 a 30 dias para a leitura de uma obra, apresentando ao final do período uma resenha a respeito do assunto, que deverá ser avaliada por uma comissão. Cada obra lida possibilita a remição de quatro dias de pena, com o limite de doze obras por ano, ou seja, no máximo 48 dias de remição por leitura a cada doze meses. As recomendações são de que as obras sejam de literatura tecnológicas, científicas e literatura brasileira.
Atualmente, este tipo de remição já é desenvolvida em estabelecimentos prisionais de cinco municípios. São os juízes das Varas Criminais de cada Comarca que estabelecem as portarias, explicando a maneira como serão realizados os trabalhos.
Conforme a chefe da Divisão de Assistência Educacional da Agepen, Rita de Cássia Argolo Fonseca, está em fase de elaboração um projeto de padronização para implantar a mesma metodologia da remição por leitura em todos os presídios do estado. “A intenção é que todas as unidades penais estejam aptas a fornecer a remição por leitura, além disso, pretendemos unificar a forma como essa remição será desenvolvida e avaliada em conjunto com o Poder Judiciário”, complementou Rita.
No Ptran, as grades que separam a quadra de esportes do corredor de acesso viram uma estante improvisada.
A ideia é formar uma comissão em cada unidade penal, que será responsável por orientar os reeducandos interessados em participar do projeto, distribuir as obras e supervisionar durante a elaboração das resenhas, as quais serão entregues à Vara de Execução Penal de cada Comarca para a avaliação e, posteriormente, concessão dos quatro dias de remição por livro lido. A seleção dos custodiados para participar será realizada conforme os critérios previstos na Lei de Execução Penal (LEP).
“A remição pela leitura é uma forma de incentivar e estimular ainda mais os internos a praticar este hábito dentro das unidades penais, o que elimina a ociosidade e amplia o conhecimento deles”, defende a diretora de Assistência Penitenciária da Agepen, Elaine Arima Xavier Castro. Segundo ela, essa padronização que está sendo proposta irá facilitar os trabalhos, bem como ampliar o acesso dos detentos ao mundo da leitura.
Parcerias
Dentro das ações voltadas ao estímulo à leitura em presídios, Agepen estabelece diversas parcerias com instituições públicas e privadas para ampliar o acervo de livros e para a implantação de projetos de reintegração social. Entre elas, foi firmada com a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso do Sul (OAB-MS) uma campanha de arrecadação de livros para estimular os benefícios proporcionados pela leitura entre detentos do estado. Já no primeiro dia, 150 livros foram doados pela Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG).
Também foi efetivada parceria entre a agência penitenciária e o Centro de Ensino Superior de Maringá (Unicesumar) para a arrecadação de livros. A campanha foi iniciada em dezembro pela universidade, em parceria com a editora “A Página”, e arrecadou 141 livros.
Para o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, o conhecimento proporcionado pela leitura é uma ferramenta capaz de transformar comportamentos e visão de mundo de uma pessoa. “É uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional, além de ser um importante instrumento de ressocialização”, destaca o dirigente, agradecendo a todos os parceiros que contribuem com o sistema prisional e, consequentemente, com uma sociedade melhor. Outro importante colaborador do sistema penitenciário dentro desse contexto é a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), a qual está contribuindo no desenvolvimento do projeto “Educação para a Liberdade” com reeducandas de Corumbá.
De acordo com a Divisão de Assistência Educacional da Agepen, qualquer pessoa também pode fazer doações, não serão aceitos livros didáticos, enciclopédias e de áreas técnicas ou profissionais. Interessados em doar devem entrar em contato com o setor pelos telefones (67) 3901-1438 / 1439.
Tatyane Santinoni e Keila Oliveira – Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen)
Espaço fica em Petrópolis e possui mais de 120 mil volumes. Por conta da importância do acervo, a Biblioteca Frei Constantino Koser atrai pesquisadores do mundo todo.
A Biblioteca Frei Constantino Koser reúne um dos mais importantes acervos de Teologia da América Latina e atrai pesquisadores do mundo todo. O espaço tem quatro andares, mais de 120 mil volumes, entre revistas e livros, e fica no Instituto Teológico Franciscano (ITF) em Petrópolis, na Região Serrana do Rio.
Aberta ao público, a biblioteca também possui arquivos de outras áreas, como filosofia, ciências sociais, economia, história e política. Fundado em 2002, o espaço também recebe exemplares de todas as publicações da Editora Vozes de Petrópolis.
Espaço é aberto ao público e funciona de segunda a sexta (Foto: ITF | Divulgação)
“Reunimos obras raras dos séculos 17 e 18, além de bíblias escritas em vários idiomas, livros de orações e de arte. Nossa coleção de teologia é considerada a melhor da América Latina devido à qualidade do conteúdo, quantidade de informações e a conservação do acervo”, disse a bibliotecária Márcia Dalmácio.
Com arquitetura moderna, o local conta com escadas, mas também possui elevador e é totalmente adaptado para pessoas com deficiência. Para manter os livros arejados, a biblioteca tem um sistema que permite que o teto abra e feche manualmente.
Por conta da importância documental, Márcia conta que o espaço recebe estudantes e pesquisadores de diversos Estados do Brasil e também de outros países. Por mês, passam cerca de 100 pessoas pela biblioteca, incluindo os próprios alunos do Instituto Teológico Franciscano.
“Chegamos a receber uma aluna de doutorado de uma Faculdade de Nova Iorque. Ela passou mais de um mês pesquisando nosso acervo. Foi uma das grandes pesquisas que ocorreram aqui. Também recebemos padres e outros fiéis que pesquisam, principalmente, a história franciscana e de teologia no Brasil”, disse Márcia.
Todo o arquivo é dividido em prateleiras e catalogado por meio do sistema alfa-numérico, onde a letra representa o assunto principal. Ao todo, cinco pessoas cuidam da Biblioteca, incluindo os profissionais que fazem a limpeza do espaço e também a conservação dos documentos.
A biblioteca funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 12h30 e das 13h às 17h.
Tecnologias eletrônicas facilitam e ampliam consulta, reserva e retirada de livros. É a chance para ler mais!
Antes de dormir, um livro: as linhas nos levam a outros conhecimentos, mundos, vidas, emoções… Você é desses? Está sempre com um livro no metrô ou no ônibus, enquanto faz um lanche? Aproveita o intervalo para ir à biblioteca mais próxima e buscar o título reservado antecipadamente pela internet? No século 21, é ótimo ver a transformação digital fomentando o hábito essencialmente humano da leitura. Bibliotecas modernas, públicas e sem custo disponibilizam de forma online o seu acervo, garantindo reserva e empréstimo muito ágeis. Impossível ficar sem ler!
Pouca leitura, poucos espaços
Brasileiros não são grandes leitores, e o fato se insere em um cenário de problemas na alfabetização, educação continuada e renda. Mais da metade da população brasileira se considera leitora, porém são lidos apenas 4,96 livros/ano per capita.
O consolo é a melhoria na última década. Segundo a pesquisa Retratos da Leitura, do Instituto Pró-Livro, houve crescimento de 17% no número de leitores no Brasil entre 2011 e 2015. Isso significou cerca de 15 milhões de pessoas a mais lendo no país.
A análise é detalhadíssima, repleta de dados interessantes. Mostra também que 66% da população não frequentam bibliotecas de acesso público. E isso embora 55% saibam de sua existência e até as conheçam. Curiosidade: dois terços dos que costumam ir a bibliotecas públicas não são estudantes.
Vale ressaltar que, no Brasil, há cerca de 7.200 bibliotecas cadastradas no Ministério da Cultura. É pouco, pois significa uma biblioteca pública para cada 30 mil habitantes, em média. Na República Tcheca, que tem o melhor índice do mundo, a proporção é de 1 para cada 1.970 habitantes.
No Brasil, apesar de baixa, a taxa de leitura da população vem aumentando. Imagem: Shutterstock
Grandes bibliotecas são automatizadas
Como contraponto positivo, pode-se observar que grandes bibliotecas brasileiras incorporam constantemente os avanços da tecnologia eletrônica. Fichas bibliográficas formam bases de dados e a busca de títulos é facilmente realizada em consulta ao catálogo digital. Sistemas de gerenciamento (Pergamum e Sophia, entre outros), permitem consulta, empréstimo e reserva com cliques na tela do smartphone.
As melhores possuem WiFi e salas com tomadas para dispositivos eletrônicos. O livro em papel prossegue dominando, mas cercado pelas maravilhas do progresso.
Opções com livros ao alcance de todos
Onde você se enquadra nos índices de leitura? Para não engordar os negativos, nem ficar sem ler por causa do preço dos livros, trazemos abaixo opções de bibliotecas.
Há as abertas ao público em geral, outras atendem a nichos amplos, como dos trabalhadores em agências bancárias. Existem também as instaladas em instituições de ensino superior, com empréstimos aos estudantes. Mas mesmo essas permitem pesquisas e leituras em seus ambientes a quem não é aluno.
Mora na capital paulista e gosta de literatura? Então, esta é para você! Inaugurada em 2010, a Biblioteca de São Paulo (BSP) funciona onde antes ficava o presídio Carandiru, na Zona Norte. Trabalha com a promoção do conhecimento e da cultura por meio da leitura. Além do acervo de 44 mil títulos de literatura brasileira e internacional, oferece cursos, oficinas e debates. Um agito só, até nos finais de semana!
A Biblioteca de São Paulo possui mais de 44 mil títulos. Há cabines de leitura infantojuvenis no piso térreo. Imagem: Divulgação / Governo de São Paulo
Na BSP, você consulta os títulos disponíveis pela internet. Também online, é possível renovar os empréstimos de livros, desde que eles não estejam reservados. Muito simples! Os sócios (eles são quase 28 mil!) podem sugerir a compra de itens que faltam nas prateleiras. As compras são semanais e a atualização do acervo recebe notas positivas. Na Feira do Livro de Londres 2018, foi uma das três finalistas no prêmio internacional do Prêmio Biblioteca do Ano. A distinção analisou acervo e inovação digital.
Está em obras de restauração de sua fachada, a serem concluídas ainda em 2018. Mas prossegue funcionando, com apenas alguns setores para pesquisa de documentos impedidos para consulta.
A Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, destaca-se por seus recursos de acessibilidade. Imagem: Reprodução / Biblioteca Nacional
A BN possui o projeto Biblioteca Acessível, para portadores de deficiência visual e idosos. Além de técnicos especializados, conta com:
Ampliadores de textos eletrônicos;
Leitores de livros autônomos em Braille;
Folheadores automáticos de livros;
Teclados e mouses especiais;
Impressoras Braille;
Programas para leitura de textos que fazem reconhecimento de voz.
Quem trabalha no Banco do Brasil usufrui da rede composta pelas bibliotecas Gepes (Brasília), CCBB (RJ), além de oito setoriais. As de Brasília e Rio são consideradas modelo, modernas e bem equipadas. Os funcionários do BB de todo o país e seus dependentes podem solicitar livros por meio do Portal UniBB e os materiais chegam aos usuários via malote, nas agências do banco. As comunidades em geral podem consultar os livros nos locais. Juntas, as bibliotecas somam mais de 330 mil volumes e 178 mil títulos.
Mantidas pela Fundação Pedro Calmon, sete bibliotecas públicas em Salvador e uma em Itaparicaformam o complexo. A mais importante é a Biblioteca Central, em Salvador, também conhecida como Biblioteca de Barris, nome do bairro onde se localiza. A pesquisa sobre os títulos do acervo de todas é disponibilizado online.
No Rio Grande do Sul, bibliotecas de universidades privadas são destaque, com livros sobre tudo, inclusive literatura:
PUCRS – Pontifícia Universidade Católica do RS, em Porto Alegre
Unisinos – Universidade do Vale do Rio dos Sinos, em São Leopoldo e Porto Alegre
Feevale – Federação de Estabelecimentos de Ensino Superior, em Novo Hamburgo
Nas três, o empréstimo e devolução dos livros acontecem sem nenhuma intervenção do bibliotecário ou atendente. O serviço é feito por máquinas com tecnologia RFID (identificação por rádio frequência), que reconhecem o livro quando passado no terminal. Sem filas e esperas por atendimento. Muito ágil mesmo! Inovações como essas igualmente beneficiam funcionários de bibliotecas, liberando-os de ações repetitivas, como a de manusear volume por volume para inventário.
Maior evento dedicado à fotografia com smartphones terá trabalhos de Cristiano Mascaro, Eustáquio Neves, José Bassit e Jorge Bodanzky; abertura acontece no dia 1º de maio
A Biblioteca Mário de Andrade, na Rua da Consolação, 94 – recebe entre os dias 1º de maio e 17 de junho, das 8h às 19h, a exposição exclusiva e gratuita da mObgraphia Mobile Photo Festival 2018, o maior evento dedicado à fotografia com smartphones.
Com curadoria do fotógrafo Marcelo Greco, a mostra traz o trabalho de fotógrafos que aceitaram o desafio de clicar com smartphones exclusivamente para o festival, como Cristiano Mascaro, com um inédito trabalho em cores, Eustáquio Neves, José Bassit e o cineasta Jorge Bodanzky.
Nos dias 2 e 3 de junho, a biblioteca também será sede do Fórum de Educação Visual, que terá na programação palestras e mesas de debate. Confira a programação:
02/06
19h – Café Fotográfico
03/06
11h – Fotografia de Rua
14h – ESTUDO DE CASO – Projeto Destinos BMW
15h15 – Foto de Game
16h30 – Palestra sobre Direito Autoral
17h45 – Fotolivro – realidades e fantasias
O festival começa na próxima sexta-feira (20), no Museu da Imagem e do Som (MIS), onde acontece a entrega do Prêmio mObgraphia 2018. As imagens foram avaliadas em seis categorias abertas (Arte em Mobgrafia, Documental, Paisagem, Preto & Branco, Retrato e Street) e a categoria especial, denominada “Ensaios”.
Em sessão solene presidida pelo vereador Julio Cesar, presidente da Câmara Municipal, foi realizada na última sexta-feira (13) a entrega oficial dos títulos de Bibliotecária do Ano a Patrícia Helena Paschoalotti Cartaxo, e de Bibliotecária Homenageada do Ano à Professora Doutora Elisabeth Márcia Martucci. A solenidade, comemorativa ao Dia Municipal do Bibliotecário, foi incluída no calendário municipal pela Lei Municipal nº 14.194, de 2007.
A vereadora Laíde Simões foi a oradora oficial do evento, que contou com as presenças na mesa principal, do secretário municipal de Educação Orlando Mengatti Filho (representando o prefeito Airton Garcia Ferreira), do diretor do SIBI (Sistema Integrado de Bibliotecas), Cesar Augusto de Paula Maragno, da diretora do Centro de Educação e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Carlos, Profa. Dra. Maria de Jesus Dutra dos Reis e as homenageadas. O vereador Roselei Françoso também compareceu à solenidade.
Patrícia Helena integra o SIBI – Sistema Integrado de Bibliotecas do Município de São Carlos – e trabalha na Escola do Futuro EMEB Dalila Galli, no Jardim Jockey Clube desde 2006. Formada em Biblioteconomia e Ciência da Informação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), foi bibliotecária no Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Ensino – NIPE São Carlos/ UFSCar, tendo trabalhado no Projeto Indicadores – Proindi: mapeamento de provedores da informação em ciência e tecnologia do município de São Carlos.
A Profa. Dra. Elisabeth foi professora da Escola de Biblioteconomia e Documentação de São Carlos (FESC) e do Departamento de Ciência da Informação (DCI) da UFSCar e no período de 2001 a 2008 presidiu a Fundação Educacional São Carlos. Formada pela Escola de Biblioteconomia e Documentação de São Carlos, com mestrado em Biblioteconomia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e doutorado em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Exerceu a função de Professor Pesquisador 1 do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB/MEC), junto à UAB/UFSCar, Secretaria de Educação a Distância, Universidade Federal de São Carlos em 2009 e a chefia de Gabinete da Reitoria da UFSCar (gestões 2008-2012 e 2012-2016), do Reitor Prof. Dr. Targino de Araújo Filho.
Toda biblioteca tiene un alto componente social, pero no siempre es explotado al máximo. Es verdad que hay distintas formas de entender ese “social”. Social puede ser la relación de la biblioteca con su comunidad de usuarios, puede ser el espacio para compartir y debatir, o el lugar para conectar con otras personas. Pero hay otra forma de entender lo social de la biblioteca, y es desde el punto de vista de la atención a personas y colectivos vulnerables.
La Fundación Biblioteca Social (presidida por Adela d’Alos) recalca este aspecto comentado anteriormente: “cuando hablamos de “proyectos sociales” nos referimos mayoritariamente a actuaciones dirigidas a los grupos más vulnerables de la sociedad o en riesgo de exclusión, con estrategias cooperativas y participativas con los colectivos a los que nos dirigimos o con los agentes que trabajan”. Y es por ello por lo que han creado un tutorial para que cualquier biblioteca pueda hacer su proyecto para ser una biblioteca pública social e inclusiva.
El objetivo de estas pautas es facilitar a los profesionales de la Biblioteca un marco para la construcción de un verdadero proyecto social. No todas las actividades de las Bibliotecas con o para colectivos con necesidades específicas pueden considerarse verdaderos proyectos sociales. Cuando hablamos de “proyecto social” pensamos en una serie de acciones o servicios que impactan y mejoran las condiciones de los colectivos vulnerables a los que se dirigen.
Las bibliotecas tienen un alto potencial que explorar y explotar en la atención de estas personas y colectivos. Es más, estas personas y colectivos necesitan de bibliotecas preparadas para ser atendidas y no excluidas por la situación en la que se encuentran. Bien es cierto que las bibliotecas les tienen en cuenta, pero también es cierto que muchas bibliotecas necesitan y reclaman ayuda e información para saber cómo abordar a esta tipología de usuarios. Y es ahí donde os queremos dejar la información del “Decálogo Biblioteca Social: 10 medidas con las que resaltar la función social de la biblioteca”.
Dicho decálogo ha sido creado por el Grupo de Trabajo Estratégico de Función social de las bibliotecas del Consejo de Cooperación Bibliotecaria, el cual está coordinado por Nona Domínguez Sanjurjo (Directora de la Biblioteca Pública del Estado en Salamanca). En él se detallan los pasos necesarios para que cualquier biblioteca puede convertirse en una biblioteca social. Y es que uno de los objetivos de dicho grupo es definir el alcance y las diferentes dimensiones del concepto “social” en el ámbito bibliotecario a través de la revisión bibliográfica y de proyectos punteros nacionales e internacionales.
El fin de este Decálogo es explicar que en una biblioteca que se quiera llamar “social”, lo social debe impregnar todas sus actuaciones, partiendo de la convicción de que toda biblioteca, independientemente de su tamaño y recursos, puede activar esta dimensión social desde diferentes ángulos para componer un todo unitario que sirva de guía a su actuación.
Dicho decálogo está informado en un documento y representado a través de una infografía. Los diez puntos que trata tienen que ver desde la puesta en marcha del proyecto, pasando por la comunicación del mismo a todos los niveles, el compromiso del personal bibliotecario en la ejecución de acciones orientadas a colectivos vulnerables, así como la búsqueda de nuevos colaboradores implicados en la biblioteca.
Decálogo Biblioteca Social: Para ser una biblioteca social…
Elabore un proyecto de biblioteca social y marque objetivos.
Busque colaboradores y sume fuerzas.
Convierta la biblioteca en un espacio de reflexión, debate y participación.
Atienda las necesidades de las personas en sus distintos momentos vitales.
Conozca el trabajo de los demás para encontrar nuevas soluciones.
Promueva el compromiso de los trabajadores y la responsabilidad social de la biblioteca.
Desarrolle espacios flexibles, amables y sugerentes en los que tenga cabida.
Cree un plan de comunicación que implique a todo el equipo.
A cartografia Cartografia do Brasil nas colecções da Biblioteca Nacional foi um projecto de levantamento e descrição da cartografia manuscrita e impressa relativa ao Brasil, existente nas colecções das Áreas de Cartografia, Iconografia e Divisão de Reservados da Biblioteca Nacional. O projecto, da responsabilidade da Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses e da Biblioteca Nacional, foi desenvolvido ao longo de dois anos (1998-2000) no âmbito das comemorações dos 500 anos da descoberta do Brasil.
O objectivo principal do projecto foi conhecer e divulgar a documentação cartográfica existente nas colecções da Biblioteca Nacional. Foram objecto de levantamento sistemático os documentos cartográficos, manuscritos e impressos, das colecções de Reservados, de Cartografia e de Iconografia. O período cronológico abrangido situou-se entre 1700 e 1822. A partir de 1700, pelo facto do século XVIII ser, por excelência, o tempo do Brasil na História da Cartografia Portuguesa; até 1822 porque a data da independência do território constitui, por si só, um marco cronológico com repercussões na responsabilidade e origem da cartografia oficial posterior .
Do levantamento realizado foram identificados e seleccionados trezentos e setenta e nove mapas, que deram origem a trezentas e trinta e três descrições bibliográficas, uma vez que alguns mapas se encontram subordinados a um título comum e, por essa razão, foram descritos em segundo nível. São mapas de autores portugueses e estrangeiros, incluindo reedições e variantes do mesmo mapa. Trata-se de um conjunto de mapas avulsos e de mapas oriundos de diferentes tipos de publicações, tais como livros de viagens, histórias gerais, atlas ou, ainda, mapas soltos ou conjuntos de mapas, que foram retirados das obras em que foram originalmente publicados. Foram contemplados os mapas desde a escala da planta de edifício até à escala da inserção do Brasil na América do Sul.
Este Projecto contou com a coordenação científica do Professor João Carlos Garcia, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e com a colaboração de especialistas de diferentes áreas do saber, designadamente com uma equipa de investigadores e bolseiros da Comissão Nacional para os Descobrimentos Portugueses das áreas de História da Cartografia, História do Brasil e Geografia Histórica; na Biblioteca Nacional, contou com a coordenação biblioteconómica da responsável da Área de Cartografia e envolveu uma equipa de funcionários, de diferentes áreas, entre os quais, os Bibliotecários que têm a seu cargo as colecções estudadas.
Procurou-se, assim, que a comunidade científica pudesse contar com uma obra de referência que disponibilizasse toda a informação resultante do estudo das colecções analisadas, informação essa que foi disponiblizada, de uma forma organizada e sistemática, de acordo com as normas internacionais em vigor, ISBD-CM (International Standard Bibliographic Description for Cartographic Materials).
Os resultados deste projecto consubstanciaram-se nas seguintes publicações e eventos:
Este catálogo tem por base um levantamento sistemático realizado nas colecções especiais da Biblioteca Nacional (Reservados, Iconografia e Cartografia). Foram identificados e seleccionados 379 mapas, que deram origem a 333 descrições bibliográficas, uma vez que alguns mapas se encontram subordinados a um título comum e, por essa razão, foram descritos em segundo nível. São mapas de autores portugueses e estrangeiros, incluindo reedições e variantes do mesmo mapa. Trata-se de um conjunto de mapas avulsos e de mapas oriundos de diferentes tipos de publicações, tais como livros de viagens, histórias gerais, atlas ou, ainda, mapas soltos ou conjuntos de mapas, que foram retirados das obras em que foram originalmente publicados. Foram contemplados os mapas desde a escala da planta de edifício até à escala da inserção do Brasil na América do Sul.
A Cartografia do Brasil nas Colecções da Biblioteca Nacional (1700-1822) | Exposição
No caso do Brasil, o processo ideológico de identificacão do território de colonização portuguesa com a “Nova Lusitania” está indissociavelmente ligado à sua crescente importancia política e económica, que se verificou ao longo dos séculos XVII e XVIII, processo esse que ocorreu paralelo às sucessivas tentativas de atribuição de identidade e a construção do sentimento de unidade espacial, manifestando-se no pensamento político, na produção historiográfica, geográfica e cartográfica.
A exposição A Nova Lusitânia, que esteve patente na Biblioteca Nacional entre 23 de Novembro de 2000 e 21 Fevereiro de 2001, foi um dos resultados mais relevantes do projecto de inventariação da cartografia setecentista do Brasil, tendo permitido divulgar a qualidade e a diversidade dos mapas que se guardam na Biblioteca Nacional a um público mais vasto.
De um universo de mais de trezentos mapas foram seleccionados cerca de oitenta de entre os mais representativos, na sua maioria mapas impressos, mas também alguns manuscritos. Foram, assim, expostos quer mapas avulsos, quer mapas insertos em atlas ou outras obras, como descrições geográficas, livros de viagens, relatos de embaixadores, de militares ou de viajantes, de grande e de pequena escala, e de dimensões diferentes, que incluem desde pequenos mapas, que servem de ilustrações de livros, aos grandes mapas parietais da América do Sul.
Os mapas seleccionados foram organizados em cinco núcleos, em que procurámos reconstituir dentro da Biblioteca Nacional outras tantas bibliotecas setecentistas, onde cada um dos mapas, ou dos volumes que os contêm, poderiam ter estado antes de chegar até nós.
O 9º Seminário Biblioteca Viva (2016) teve a presença da escritora Marina Colasanti em um bate-papo sobre as suas lembranças com as bibliotecas e seus livros.
Pais incentivam a busca pela literatura por meio de recursos digitais
Rio de Janeiro – As meninas Maria Isabella, Isabel e Luiza se divertiram na exposição Capte-me, nenhuma presença será ignorada (Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil)
Ainda que nada substitua o prazer de folhear um livro, em meio a tantos recursos e tecnologias aos quais as crianças têm acesso os aplicativos educativos de histórias e literatura vêm caindo cada vez mais no gosto dos pais que querem estimular a leitura infantil na vida dos filhos. Nesse mês de abril, quando se comemora o Dia Internacional do Livro Infantil (2) e Dia nacional do Livro Infantil (18), profissionais da área de educação afirmam que realmente os aplicativos disponíveis na internet podem ser peças-chaves para estimular o aprendizado do público infantil. E mais: somado a isso contribuir para a formação de grandes leitores. É o que diz a professora Maria Cláudia Gomes Amaral, responsável por salas de leitura em escolas da região.
Os aplicativos de literatura infantil são muito bem-vindos para estimular o gosto pela leitura. Vivemos em uma era digital e precisamos aproveitar de todas as ferramentas disponíveis em nosso favor, usando a tecnologia para estimular também a leitura. Eu trabalho com meus alunos com o livro “É um livro” do escritor Lane Smith, que trata dessa relação entre o livro de papel e a tecnologia. As crianças adoram o texto, que de maneira lúdica e engraçada que, apesar da era digital, o livro de papel tem seu lugar garantido no coração das crianças. Devemos aproveitar as ferramentas disponíveis, mas como costumo dizer o encantamento de um livro nas mãos sempre será insubstituível – disse a professora.
Para Maria Cláudia, o desafio para tornar criança um bom leitor, no futuro, é conseguir despertar nela o prazer pela leitura deleite, sem obrigação, independente de ser por meio dos tablets ou smartphones. Isso porque, dessa forma, segundo a professora, a criança descobre que ler é uma viagem fantástica que pode levá-la para qualquer lugar, sempre que ela tiver um livro em mãos. “A leitura é o caminho mais importante para se chegar ao conhecimento. Quanto mais cedo a literatura for estimulada e oferecida para as crianças, mais cedo teremos leitores formados”, acrescentou a professora.
Ainda sobre os aplicativos de literatura infantil, Maria Cláudia ressalta que o ideal seria os pais e a escola os aliarem aos livros de papel, para que as crianças também possam descobrir o prazer em manusear página por página. Na primeira infância, ela orienta que os pais devem optar por histórias rápidas e curtas, com pouco texto, enredo simples e com ilustrações grandes e coloridas que, em sua opinião, são muito bem aceitas pelos menores.
É importante ressaltar que o encantamento de um bom contador de histórias também é muito importante e faz toda a diferença para que possamos despertar nas crianças o gosto pela leitura. Os filhos aprendem pelo exemplo e quando a criança convive com pais que leem, elas desejam ler também. Portanto pais, deixem que seus filhos vejam vocês lendo, demonstrem a eles que gostam de ler e naturalmente eles irão se aproximar da leitura também – aconselhou a professora, ao acrescentar que os livros de literatura desenvolvem a criatividade, a concentração, ampliam e estimulam a aprendizagem, a linguagem e o vocabulário das crianças.
Pais aprovam os aplicativos
A dona de casa Cláudia Andrade, de 39 anos, tem o costume de baixar no celular diversos títulos de livros infantis para o filho de nove anos. Ela conta que, embora estimule que o menino também leia os livros de papel, a preferência é sempre em acompanhar as leituras pelo celular ou tablet. “Essas crianças já nasceram sabendo mexer nesses aparelhos, elas sentem prazer em ter um em mãos e acredito que, por esse motivo, meu filho fica muito mais animado em ler através do celular. Os aplicativos são, sem dúvida, ferramentas importantes para estimular a leitura nas crianças”, afirmou Cláudia, ao acrescentar que diversos livros infantis gratuitos, incluindo títulos educativos e uma variada coleção de histórias divertidas podem ser encontradas no aplicativo.
A dona de casa Alice Oliveira, de 34 anos, explica que a filha de cinco anos ainda não aprendeu a ler, mas que ela e o marido sempre utilizam o celular para contar histórias para a pequena. Segundo ela, essa foi a maneira encontrada para que a filha não utilizasse o aparelho somente para assistir vídeos, desenhos, ou jogar, mas também entender que o aparelho pode ser utilizado para se contar uma história. “Considero uma forma de estimular a leitura e sei que, tão logo aprenda a ler, ela mesma irá manter essa prática, sem a minha ajuda. Temos que utilizar a internet a nosso favor, na educação, desenvolvimento e crescimentos dos nossos filhos e esses aplicativos podem ajudar bastante”, finalizou.
Livro de papel
Com um acervo de aproximadamente 20 mil livros, a Biblioteca Pública Municipal de Barra Mansa, que funciona no Palácio Barão de Guapi, é um espaço gratuito de incentivo à leitura infanto-juvenil e a melhor opção para quem não abre mão do livro de papel. O local possui um setor direcionado especialmente a esse público e a cada dia vem conquistando mais sócios. Hoje a biblioteca é o principal acesso a leitura gratuita, principalmente para as crianças de famílias que não possuem poder aquisitivo para acompanhar os preços das tradicionais livrarias
No local as crianças têm acesso a um grande número de títulos variados e todo empréstimo é gratuito. Além de receber os pequenos visitantes, na companhia dos pais ou algum responsável, atualmente a biblioteca realiza parcerias com as escolas promovendo visitas guiadas e apresentação de seu acervo. A Biblioteca Municipal fica aberta de segunda à sexta de 8h às 17h e toda pessoa, de qualquer idade, pode pegar livros emprestados gratuitamente.
Conheça a Biblioteca de São Paulo, considerada uma das quatro melhores do mundo
O famoso presídio Carandiru deu lugar à bela e premiada Biblioteca de São Paulo (BSP), que possui um acervo de 43 mil obras (foto: Angelo José Perosa/Governo de SP/Divulgação e Daniel Ducci/Aflalo-Gasperini Arquitetos/Divulgação)
No dia 2 de outubro de 1992, os brasileiros ficaram chocados com o desfecho da rebelião que ocorreu na penitenciária Carandiru, na cidade de São Paulo (SP): a invasão da Polícia Militar do Estado de São Paulo, liderada pelo coronel Ubiratan Guimarães, acabou causando a morte de 111 detentos. A tragédia, além de ficar marcada na história do Brasil, também foi imortalizada na obra Estação Carandiru (1999), do médico e escritor Drauzio Varella, que inspirou o filme de mesmo nome, lançado em 2003 e estrelado por Rodrigo Santoro, Wagner Moura e Lázaro Ramos. O que muitos não sabem é que a Casa de Detenção de São Paulo, nome oficial do presídio, que tinha nove pavilhões, depois que foi desativada em 2002, e demolida pouco depois, deu lugar à Biblioteca de São Paulo (BSP).
Agora, durante a Feira do Livro de Londres, na Inglaterra, realizada entre os dias 10 e 12 de abril, a biblioteca paulista, que tem pouco mais de oito anos de existência, foi escolhida como uma das quatro melhores do mundo em 2018. Ela foi a única participante não europeia entre as quatro melhores. A BSP concorreu com bibliotecas de Oslo, na Noruega; Aarhus, na Dinamarca; e Riga, na Letônia. A Biblioteca Nacional da Letônia foi considerada a vencedora.
“O simples fato de estarmos entre os finalistas deste prêmio, junto com outras três bibliotecas extraordinárias, é o reconhecimento internacional do trabalho feito ao longo desses anos para oferecer à população uma biblioteca cidadã, aberta à diversidade e focada no público e nas comunidades a que serve”, comenta Pierre André Ruprecht, diretor executivo da SP Leituras, entidade que administra a BSP, em entrevista para a agência russa de notícias Sputnik.
Para concorrer a essa honraria, a equipe da BSP enviou um material de candidatura que, segundo seus representantes, destacou os diferenciais do projeto e das atividades diárias “que transformaram a área onde anteriormente existia a Casa de Detenção em uma praça cultural, local de acolhimento e descobertas”. De acordo com eles, a instituição está “calcada no conceito de biblioteca viva” e “tem seu foco na valorização das pessoas, nos seus saberes e na troca de experiências”.
“Eu avalio que a missão está sendo cumprida e, todos os dias, a gente trabalha um pouquinho mais nesse sentido”, de deixar para trás o estigma da violência que marcou a região onde a BSP foi instalada.
A Biblioteca de São Paulo foi projetada pelo escritório Aflalo/Gasperini Arquitetos e possui quatro mil m² que oferecem um acervo de 43 mil títulos, entre livros, revistas, jornais, jogos eletrônicos, filmes e CDs.
Confira outras imagens da BSP:
(foto: Daniel Ducci/Aflalo-Gasperini Arquitetos/Divulgação)(foto: Daniel Ducci/Aflalo-Gasperini Arquitetos/Divulgação)(foto: Daniel Ducci/Aflalo-Gasperini Arquitetos/Divulgação)
Neste mês de abril, a Biblioteca da ECA preparou uma pequena exposição para conscientizar os alunos e os demais usuários da biblioteca a respeito da conservação dos livros, além de duas sessões de bate-papo com a equipe da Oficina de Conservação.
Samanta Lessa, bibliotecária e supervisora da oficina, explica o motivo de promover esse debate: “o pessoal do balcão de atendimento da Biblioteca se depara com muitos casos que dá para gente conversar com o público para ver se diminui, por exemplo, livros riscados e livros que sofrem acidentes com líquidos.”
De acordo com a bibliotecária, algumas pessoas comentam que não se incomodam com as anotações nas margens dos livros; entretanto, além das anotações e sublinhados direcionarem a leitura dos usuários, marca-textos, canetas e lápis danificam o papel.
As anotações a lápis oferecem menor risco ao livro a longo prazo e podem ser apagadas. Porém, ao apagar, há o perigo de rasgar a folha e de ficar algum resquício de borracha no material. Esse resquício é perigoso porque a acidez da borracha pode interferir no papel. Por isso, a oficina de conservação precisa realizar um trabalho criterioso. “Tudo isso leva tempo e, com a equipe reduzida que a gente tem, não temos tempo para apagar os livros”, comenta Samanta.
Além das anotações, acidentes com líquidos também são frequentes. A bibliotecária conta que, nesses casos, o ideal é que os livros sejam levados até a Biblioteca rapidamente. “O pessoal não precisa ficar desesperado, é só vir aqui conversar com a gente”, diz, “na pior das hipóteses, se o livro, CD ou DVD não tiver jeito de recuperar, a gente conversa com quem estava com o material para fazer a reposição dessa obra. Não tem punição.”
A Oficina de Conservação da Biblioteca da ECA também é responsável pela preservação dos outros materiais (CDs, DVDs, VHS, discos de vinil e teses). No próximo bate-papo, eles darão dicas de como é possível cuidar melhor do acervo da Biblioteca e do próprio acervo pessoal. Será no dia 18 de abril, às 14h, na Biblioteca da ECA.
Livro na exposição da biblioteca da ECA. Foto: Mirella Coelho
Serviço: Cuidados com os livros: bate papo com o pessoal da oficina Data: 18 de abril Horário: 14h Local: Biblioteca da ECA – Prédio Central (Prédio 1)
Prefeitura promove diversificadas ações culturais e destaca valorização de sua história; agenda está programada para sábado
Texto por Kati Dias
A Biblioteca Monteiro Lobato (Rua Dr. Flaquer, 26, Centro) completa 60 anos neste sábado (14/04) com a segunda edição da Virada Cultural, com início às 16h. Com o tema “Biblioteca de todo mundo”, que privilegia a união entre os povos, serão 24 horas de muita celebração com apresentações musicais, saraus, exibição de filmes, café da manhã temático, danças típicas e mesa redonda. Tudo termina às 16h do domingo (15/05).
“Conhecer nossa história é fundamental para compreendermos o presente e abraçarmos nosso futuro. A trajetória da Biblioteca Monteiro Lobato se mistura com uma parte importante da história de São Bernardo, quando a cidade se tornou palco do desenvolvimento econômico com a inauguração da Via Anchieta e a vinda das grandes montadoras e empresas do setor moveleiro. E para acompanhar essa nova realidade, era preciso a ampliação das oportunidades de acesso à cultura para a população”, afirmou o prefeito Orlando Morando.
Fundada em 1958, a Biblioteca Monteiro Lobato começou sua trajetória em uma salinha que, em seu primeiro ano, recebeu cerca de 5.800 usuários. Mas os primeiros movimentos começaram em 1946 pela iniciativa da professora, artista e escritora Odette Tavares Bellinghausen. Por meio da Associação Feminina Beneficente Bartira, da qual era presidente, ela passou a promover campanhas para a arrecadação de livros para a formação de uma biblioteca. Seis anos mais tarde, foi sancionado pelo então prefeito Lauro Gomes de Almeida (1952-1955) o projeto de lei que criava a biblioteca pública em São Bernardo.
A primeira unidade deu início a uma Rede de Bibliotecas Públicas da cidade, que hoje administra seis bibliotecas, uma biblioteca de arte, uma gibiteca e um espaço troca-livros. Há ainda duas salas de leitura (no Parque São Bernardo e no Jardim Silvina), uma Midiateca no Centro de Audiovisual (CAV), além de contar com dois Espaços Braille (na própria Monteiro Lobato e na Biblioteca Malba Tahan, no Rudge Ramos). A frequência mensal da rede é de cerca 344 mil usuários/mês e conta com acervo total de 223.852 publicações. Só a Biblioteca Monteiro Lobato possui mais de 50 mil publicações.
O secretário de Cultura, Adalberto Guazzelli, fez questão de destacar a importância do espaço. Não apenas na história da cidade, mas na sua vida. “A Biblioteca Monteiro Lobato nasceu da movimentação dos moradores da cidade. Fez parte da infância de muita gente, inclusive da minha, numa época em que não existia internet e que a biblioteca era uma das únicas fontes de acesso à informação e pesquisa”, disse.
Recentemente a Biblioteca Monteiro Lobato passou por obras de ampliação e modernização executadas pela Fundação Toyota. O espaço ganhou um auditório onde há uma importante programação cultural, com música, teatro, cinema, saraus, exposições, indo muito além do livro. Também foi implantado Wi-Fi gratuito e horário diferenciado, funcionando inclusive aos domingos, de forma a garantir o acesso da população.
Programação – 2ª Virada Cultural na Biblioteca Monteiro Lobato
14 e 15 de abril – das 16h às 16h
PROGRAMAÇÃO DIA 14/4
• 15h – Apresentação da Banda Carlos Gomes (externo)
• 15h30 – Lembranças da Vila com o grupo Regina Paces
• 16h15 – Mesa com convidados que marcaram a história das bibliotecas em
São Bernardo: Prefeito; Secretário de Cultura; Divanir Bellinghausen (filha da D. Odete Bellinghausen fundadora da Biblioteca Monteiro Lobato); Mirian Leça (bibliotecária e uma das responsáveis pela constituição da Rede de Bibliotecas Públicas. Recebeu o título de Embaixadora das Bibliotecas de SBC)
• 17h – Coquetel comemorativo
• 18h30 – Conversa sobre literatura fantástica Raphael Draccon e Carolina Munhoz
• 19h – Apresentação musical Kiendaiko, grupo de Taiko
• Jogos de RPG e Tabuleiro com mestre Bruno Ibarra (Horário a Confirmar)
• Oficina de Microconto; Exposição de HQ e Desenhos;
PROGRAMAÇÃO DIA 15/4
• 6h – Café multicultural – comidas de todos os povos
• 7h30 – Lian Gong – Prof Adilson
• 8h30 – Apresentações de artes dos povos
(artesanato e outras manifestações culturais)
• 10h30 – Brincadeiras e Histórias infantis dos povos com Matheus Nogueira
• 12h – Corais (Municipal, Italiano – Bicchieri D’ Oro)
• 14h – Danças típicas (Roda de Capoeira e dança Puxada de Rede –
do mestre Pulga, Dança do Dragão Chinês e Dança do Canto
Sagrado da terra com índios Fulni-ô-da Vila
São Pedro, Tarantela, Dança típica Japonesa)
• 15h – Encerramento com Sarau multicultural leitura de textos literários na língua original e músicas típicas interpretadas por Manuel Filho
Oficinas e atividades paralelas: Origami; Mangás; Oficina de Micro conto; RPG e jogos de tabuleiro; Abayomi; Oficina de turbante; Tranças afro; Bonecas negras; Arte do nordeste; Escrita árabe; Exposição da Cultura Islâmica; Exposição “Digital” 60 anos.
Serviço
BIBLIOTECA MONTEIRO LOBATO
Rua Dr. Flaquer, 26 – Centro
Horário de funcionamento: de terça a sexta das 09h00 às 21h00 / Sáb e dom 10h às 16h.
A classificação por cores de acervos de bibliotecas infantis parece não ser uma preocupação prioritária na área de estudo Biblioteconomia. Afinal não é comum encontrarmos muitos livros sobre o assunto. Mas não seria essa uma questão de suma importância para o auxílio ao desenvolvimento infantil?
Classificação em bibliotecas infantis
A biblioteca infantil deve ter seus documentos minuciosamente selecionados e classificados de acordo com o interesse de seu público e que seja capaz de satisfazê-los, mesmo às crianças que não chegaram ainda na fase da alfabetização. Por isso, a biblioteca precisa de uma classificação acessível a criança. Além de ter um espaço agradável, divertido, bem colorido que chame a atenção das crianças.
A classificação é um dos instrumentos de recuperação da informação de uma biblioteca. Deve estar diretamente relacionada com as necessidades e expectativas dos usuários propiciando a eles maior facilidade para encontrarem o que desejam.
Características próprias
A biblioteca infantil é um ambiente que possui características próprias e sua comunicação visual merece atenção especial. A busca de um sistema de sinalização que utilize recurso de linguagem visual visa não só a estética. Visa também a facilidade de uso, o que proporciona uma melhor interação entre o usuário e a informação.
Toda biblioteca necessita de organização, mesmo aquelas pequenas e de usuários mirins. Pois, para eles, é necessário que a equipe da biblioteca use um sistema de sinalização que contemple códigos de fácil entendimento. Para que as crianças entendam e consigam encontrar o material que desejam sugere-se que a classificação das áreas principais seja identificada por cores. Na área de literatura infantil além de cores, pode-se usar figuras de animais.
Para facilitar o entendimento da organização da biblioteca para as crianças, é necessário que se empregue um método de utilização de cores diferentes para cada assunto. Pode-se ainda utilizar diversos tons da cor escolhida para representar um determinado grande assunto e para identificar as subdivisões de assunto. Esta indicação de cores deverá ser marcada no livro com uma tarja colorida colocada na lombada.
Por ser um dos principais elementos do código visual, a cor deve ser sempre bem destacada pra que possa chamar a atenção do usuário e deve ser tratada em conjunto com todo o espaço físico, mobiliário e equipamentos da biblioteca no sentido de buscar um melhor aspecto visual de todo o ambiente.
Código de cores é
Um sistema de cores que reúne as obras através das cores convencionadas para representar o assunto e seus aspectos. Quando se utiliza a codificação em cores para armazenar as obras em seu local específico, deve-se levar em consideração a necessidade de ser estabelecida uma legenda que identifique a cor escolhida e o assunto e/ou obras codificadas junto as estantes.
A classificação por cores facilita o encontro da obra desejada. As cores são uma das primeiras linguagens que a criança aprende quando pequena. Neste sentido fica mais fácil sua busca.
Sinalizar a biblioteca significa abrir um permanente canal de comunicação entre o usuário e os recursos e serviços oferecidos. Permite que aos poucos, o usuário se familiarize informalmente com a forma, através da qual estão ordenadas as coleções onde estão localizados os setores e/ou serviços da biblioteca.
O que a FEBAB recomenda?
A FEBAB recomenda que os livros poderão ser agrupados nas estantes, identificados com uma etiqueta colorida como vem sendo feito por muitas bibliotecas. Os autores sugerem que cada biblioteca poderá neste tipo de identificação, utilizar o sistema que julgar mais conveniente.
A biblioteca possui um grande volume de informações visuais. Porém, na maioria das vezes desordenada, deixando o usuário confuso na busca da informação. Por isso a implantação de um sistema de classificação planejado especialmente para as crianças, irá facilitar o auto-serviço e diminuir a demanda de orientação, tornando-os independentes, além de oferecer segurança e bem-estar em ambiente agradável.
Assim, para que a classificação apresente qualidade é necessário que a biblioteca possua normas simplificadas de organização e funcionamento. As normas devem ser amplamente divulgadas na escola, para que os alunos possam buscar e encontrar suas informações sozinhos.
Para saber mais sobre a metodologia de classificação por cores clique AQUI.
A Biblioteca de São Paulo (BSP), construída no local onde funcionou o presídio do Carandiru, foi escolhida uma das quatro melhores do mundo em 2018 pela Feira do Livro de Londres. Para saber o que levou a BSP a esse patamar, a Sputnik Brasil falou com a porta-voz da instituição, Sueli Motta, que explicou os principais atrativos do espaço.
Com pouco mais de oito anos de existência, a Biblioteca de São Paulo, pertencente à Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo e gerida pela organização social SP Leituras, já conseguiu ser finalista do prêmio de Biblioteca do Ano, oferecido pela Feira do Livro de Londres em parceria com a Associação de Editores do Reino Unido (UK Publishers Association). Única participante não europeia entre as quatro melhores, a BSP concorreu com bibliotecas de Oslo (Noruega), Aarhus (Dinamarca) e Riga (Letônia), sendo esta última, a Biblioteca Nacional da Letônia, a vencedora.
“O simples fato de estarmos entre os finalistas deste prêmio, junto com outras três bibliotecas extraordinárias, é o reconhecimento internacional do trabalho feito ao longo desses anos para oferecer à população uma biblioteca cidadã, aberta à diversidade e focada no público e nas comunidades a que serve”, disse Pierre André Ruprecht, diretor executivo da SP Leituras, que acompanhou de perto a cerimônia de premiação na capital britânica.
Para concorrer a essa honraria, a equipe da BSP enviou um material de candidatura que, segundo seus representantes, destacou os diferenciais do projeto e das atividades diárias “que transformaram a área onde anteriormente existia a Casa de Detenção do Carandiru em uma praça cultural, local de acolhimento e descobertas”. De acordo com eles, a BSP está “calcada no conceito de biblioteca viva” e “tem seu foco na valorização das pessoas, nos seus saberes e na troca de experiências”.
Em entrevista à Sputnik Brasil, Sueli Motta, superintendente de Bibliotecas da SP Leituras, atribuiu o sucesso da Biblioteca de São Paulo no exterior a dois fatores: a simbologia do local onde ela foi instalada, que foi palco do massacre de 111 detentos, em 1992, na antiga Casa de Detenção de São Paulo (Complexo Penitenciário do Carandiru), e a pluralidade do público atendido por ela, que varia de bebês até idosos, com opções diversas.
“Eu avalio que a missão está sendo cumprida e, todos os dias, a gente trabalha um pouquinho mais nesse sentido”, de deixar para trás o estigma da violência que marcou a região onde a BSP foi instalada. “A Biblioteca de São Paulo veio com um projeto forte de modernidade, muito calcada numa filosofia, numa metodologia, de fazer trabalhar como biblioteca viva, onde várias situações são levadas em consideração, mas, fundamentalmente, a pessoa é o grande centro das operações da biblioteca”, afirmou Sueli, listando algumas atividades culturais oferecidas frequentemente à população e contando a história de um suposto ex-detento do Carandiru que se tornou usuário da biblioteca.
Entre esse público diversificado da BSP, os títulos de maior procura, de acordo com a superintendente, são os de literatura, com destaque para poesia e romance:
“Ultimamente, o que o pessoal tem visto muito é terror. O pessoal gosta bastante de terror, romance. Também buscam auto-ajuda… A parte de espiritismo também o pessoal curte bastante. Mas poesia e romance ainda têm sido os tópicos mais procurados.”
Para Sueli Motta, o reconhecimento internacional alcançado na Feira do Livro de Londres pela BSP abre espaço para importantes discussões no Brasil sobre o direito do cidadão à leitura e o acesso à biblioteca com qualidade, temas de forte apelo se considerados os baixíssimos níveis de leitura entre os brasileiros em geral. De acordo com uma pesquisa realizada pela Market Research World, o Brasil ocupa a 27ª posição num ranking de 30 países consultados sobre os índices de leitura. Segundo esse levantamento, os brasileiros dedicariam cerca de cinco horas por semana ao hábito de ler, contra quase 11 horas dos indianos, primeiros colocados na lista.
O Serviço de Biblioteca Prof. Dr. Sérgio Rodrigues Fontes (SVBIBL) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, em parceria com a Fundação Pró-Memória de São Carlos da Prefeitura Municipal, recebe até o dia 5 de maio a exposição itinerante A Presença Portuguesa em São Carlos.
A Exposição está inserida no projeto desenvolvido pela Fundação A Presença Imigrante em São Carlos, que teve como objetivo a valorização e reconhecimento das várias nacionalidades que formam o perfil social, cultural e econômico do município. Em 2010 foi escolhida a comunidade portuguesa para as pesquisas.
A ação homenageia o dia 22 de abril em comemoração ao Dia do Descobrimento do Brasil e Dia da Comunidade Luso-brasileira, e teve o apoio do São Carlos Clube.
A mostra pode ser visitada de segunda à sexta-feira, das 8 às 21 horas. A Biblioteca está localizada na Área 1 do Campus da USP em São Carlos, situada na Av. Trabalhador são-carlense, 400.
Mais informações:
Serviço de Biblioteca Prof. Dr. Sérgio Rodrigues Fontes da EESC
As bibliotecas-modelo do Estado, BSP no Parque da Juventude e BVL no Parque Villa-Lobos, atraem público jovem com programação variada
Biblioteca de São Paulo fica dentro do Parque da Juventude
O Estado de São Paulo não mede esforços para oferecer à população atrações na área da cultura, estimulando o acesso dos jovens ao conhecimento em vários segmentos, da música à literatura, passando pela fotografia e poesia.
Entre os equipamentos criados para atender essa demanda, destacam-se as bibliotecas-modelo do governo de São Paulo, uma localizada no Parque da Juventude, a Biblioteca de São Paulo – BSP, e outra no Parque Villa-Lobos – BVL, na capital.
Ambas oferecem diversas atividades gratuitas voltadas para o público jovem, além do seu acervo de livros e jogos, como oficinas de escrita criativa, de fotografia e de literatura, bem como o Luau, que apresenta temas relacionados à música, literatura e poesia e oferece espaço para apresentações musicais.
A programação cultural inclui palestras, contação de histórias, cursos, oficinas, discussões sobre temas literários, intervenções teatrais, apresentações musicais, cursos diversos e brincadeiras.
Com uma estrutura planejada para dar conforto, autonomia e atenção aos usuários, a BSP oferece conteúdo em formatos variados, como livros tradicionais ou em formatos acessíveis (braille, audiolivro), DVDs, CDs, além de jogos. Conta ainda com recursos tecnológicos e computadores, rede wireless e terminal de autoatendimento.
Já a BVL proporciona uma experiência diferente em leitura, lazer, aprendizado e diversão, com foco na literatura e nas questões ambientais. Seu acervo é formado por livros, revistas, jornais, livros eletrônicos, audiolivros, HQs, DVDs e CDs, além de livros em braille e falados, voltados para pessoas com deficiência.
O ambiente inclusivo e acessível possui diversos aparelhos de tecnologia assistiva, como folheador de páginas, mesa ergonômica, leitora autônoma, reprodutor de áudio, régua braille, teclado e mouse adaptados, computadores com leitor de tela, mouse e teclado adaptados. Por fim, o espaço tem salas de criatividade, sala de jogos eletrônicos, ludoteca, espaço para leitura, computadores com acesso à internet e deck com vista para o parque.
Ciclistas são bem-vindos
Outra facilidade oferecida pelas bibliotecas de São Paulo é a possibilidade de o usuário ir até elas pedalando, já que ambas oferecem espaços exclusivos para guardar bicicletas. A BSP, que fica no Parque da Juventude (Estação Carandiru do Metrô), possui quatro vagas, e a BVL, no Parque Villa-Lobos, comporta cinco bikes – porém, nas duas é preciso levar corrente e cadeado.
Para obter mais informações, acesse os sites da BSP e da BVL.
Pesquisa realizada pela Rede Nossa São Paulo e Ibope Inteligência mostra que as bibliotecas e os teatros figuram como as atividades ou equipamentos culturais menos frequentados pelos paulistanos. O levantamento levou em consideração também a frequência a museus, shows, cinema e centros culturais.
A pesquisa, divulgada hoje (10), indica que, dentre as seis atividades culturais pesquisadas, apenas o cinema é frequentado por mais de 50% dos moradores da cidade. De acordo com os resultados, 65% dos entrevistados não frequentam bibliotecas; 59% disseram não ir ao teatro; 58% não vão a museus; 53% não frequentam shows; e 52% disseram não ir a centros culturais. Já 68% responderam que vão a cinemas.
Segundo o levantamento, 24% dos paulistanos, ou 2,4 milhões de pessoas, não frequenta nenhuma das atividades culturais avaliadas. Os segmentos predominantes nesse resultado estão os menos escolarizados, com renda familiar de até dois salários mínimos, pretos e pardos.
De acordo com a pesquisa, apenas 17% dos paulistanos frequentam (pelo menos, uma vez ao ano) todas as seis atividades e espaços mencionados no levantamento. Os setores predominantes no resultado são os mais escolarizados, os com renda familiar acima de cinco salários mínimos e brancos.
“As mulheres negras moradoras da periferia, de menor renda e escolaridade, são aquelas que, em geral, não frequentam nenhuma atividade cultural”, destacou o coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo, Jorge Abrahão.
A pesquisa entrevistou 800 paulistanos de 16 anos ou mais. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, sobre os resultados encontrados no total da amostra.
Grupo foi o segundo de Rio Preto a ser contemplado por edital estadual
Cia. Cênica é o segundo grupo de Rio Preto a ganhar o edital
O Edital rio-pretense Cia. Cênica venceu propostas de todo o Estado de São Paulo e foi um dos dois contemplados com o edital Sesi Viagem Teatral – Montagens Inéditas para a montagem de um espetáculo teatral. A companhia foi contemplada com o projeto da obra Oi Lá, Inezita, cuja proposta é levar para os palcos a vida, a carreira e as lutas de Inezita Barroso, uma figura marcante da cultura popular paulista que faleceu há três anos.
“Esse é um projeto que a gente já vinha estudando. Queremos falar sobre Inezita, sobre o universo dela. Faz parte da nossa característica, já montamos outros espetáculos sobre outros artistas da cultura paulista. No ano passado, fomos premiados com o Prêmio Inezita Barroso e decidimos que esse era o momento de trazê-la para o palco em um espetáculo infanto-juvenil, o que fazia tempo que a gente não fazia. O último nesse formato foi de 2013”, conta Fagner Rodrigues, diretor da Cia. Cênica.
Segundo Fagner, Inezita era uma mulher a frente de seu tempo cujo discurso e ações conversam muito bem com nossa realidade atual. “Inezita era uma mulher do hoje, que falava de coisas que são urgentes hoje. Uma mulher que enfrentou toda uma cultura machista, repressora e que foi uma grande pesquisadora cultural.”
Todos os elementos representados por ela casam muito bem com a essência da própria companhia, garante o diretor. “A ideia é que a gente possa abordar essa questão da importância do olhar para a cultura caipira, para a cultura popular em geral e para a questão da educação. A Inezita, por exemplo, foi uma mulher que aos sete anos montou sua própria biblioteca. Vamos tratar sobre essa relação da importância da educação e de quebrar barreiras.”
De acordo com Fagner, Inezita costumava dizer que não há lugar certo para as coisas, ela sempre foi uma mulher que tirou as coisas do lugar, do padrão, então a ideia é essa, trazer esses temas para o palco utilizando o estilo pelo qual a Cia. Cênica ficou conhecida: muita pesquisa, representação e música ao vivo. “É um presente poder trazer Inezita para o palco.”
O edital Sesi Viagem Teatral – Montagens Inéditas prevê a montagem do espetáculo, uma residência em uma das unidades no Sesi no Estado de São Paulo, onde será sua estreia, e, depois, a circulação por algumas cidades do Estado. “É um projeto grande e de muita comemoração para a gente. Essa é a primeira vez que a gente ganha um edital de fomento de fora da cidade, só ganhamos editais de circulação antes.”
A estreia está prevista para agosto.
Segunda vez
Essa é a segunda vez que um grupo teatral de Rio Preto vence do edital Sesi Viagem Teatral – Montagens Inéditas. No ano passado, a Cia. dos Pés estreou o espetáculo Eufonia, contemplado com o mesmo edital.
A tradução dessa semana é de um texto compartilhado pela IFLA, que nos lembra que as bibliotecas são muito mais do que seus acervos.
As bibliotecas são um espaço importante para reunir pessoas de todos os tipos
Em uma era caracterizada pela digitalização e globalização, as bibliotecas são tudo menos ultrapassadas – elas fornecem um espaço vital onde as pessoas podem encontrar outras pessoas diferentes de si mesmas.
Informação, refinamento e capacitação. Esses três conceitos parecem pertencer aos livros de história, mas são na verdade a base para as bibliotecas – tanto como eram quando começaram como hoje, de acordo com Henrik Jochumsen, professor associado do Departamento de Estudos da Informação da Universidade de Copenhague. Ele estudou desenvolvimento de bibliotecas por mais de 20 anos.
“Os três conceitos formam toda a base das bibliotecas, e também são um pré-requisito importante para a democracia e nosso acesso ao conhecimento. Na verdade, esse papel não está longe do que as bibliotecas realmente fazem hoje. Mas, é claro, acontece de formas muito diferente do que antes”, explica Henrik Jochumsen.
Ele diz que as bibliotecas atualmente desempenham um papel importante no fornecimento às comunidades de um tipo de espaço compartilhado que se relacionam dois movimentos cruciais da sociedade atual: digitalização e globalização.
“Eu acho que a necessidade de estar entre as pessoas em um espaço físico concreto foi fortalecida como resultado da digitalização de nossa sociedade. E a biblioteca é um dos únicos locais não comerciais da comunidade, onde você pode simplesmente vir e passar algum tempo”, diz Henrik Jochumsen.
De acordo com ele, um bom indicador de que a biblioteca ganhou importância como espaço físico pode ser encontrado nas estatísticas das bibliotecas. Embora as taxas de juros estejam em declínio há vários anos, o número de visitantes avançou na direção oposta – eles aumentaram.
“Acredito que o aumento do número de visitantes deve ser visto como um contrapeso ao risco de isolamento que também acompanha a digitalização. Você pode acabar muito sozinho quando trabalha em casa usando um computador, e hoje há também uma grande necessidade de passar tempo com outras pessoas”, diz ele.
Você encontra todos os tipos de pessoas em uma biblioteca
“A biblioteca é um espaço onde podemos encontrar pessoas diferentes de nós mesmos – e isso é crucial em relação à globalização”, diz Henrik Jochumsen.
“As bibliotecas abrangem um alto grau de diversidade e, em nossa sociedade, elas são um dos poucos lugares em que podemos encontrar pessoas diferentes de nós mesmos. Quando vamos para o trabalho ou passamos um tempo com nossa família e amigos, é comum que sejam pessoas bastante parecidas conosco – etnicamente, educacionalmente e culturalmente ”, ressalta.
Embora as bibliotecas tenham muitas funções diferentes – e frequentemente importantes – nas comunidades locais, ele identifica as oportunidades de conhecer pessoas de todos os tipos como particularmente importante.
“Eu acho que o fato de gastar tempo em bibliotecas envolver o encontro de pessoas diferentes com origens diferentes das suas, é muito importante em sociedades onde a coesão está sob pressão devido a forças que incluem disparidades crescentes de renda e alto grau de diferenças étnicas e culturais que acompanham a imigração. Isso não significa necessariamente que essas pessoas realmente conversem umas com as outras na biblioteca – mas o simples fato de estarem no mesmo espaço juntas é muito importante ”.
E há motivos para enfatizar e proteger esse papel único, ele acredita.
“Atualmente, grande parte do material em bibliotecas também está disponível em formatos digitais. No momento em que o papel e o significado das bibliotecas não são mais tão óbvios quanto antes, é uma boa idéia destacar e explicar exatamente por que e como nossas bibliotecas públicas ainda são importantes. E é aí que entra um prêmio como a Biblioteca Pública do Ano (Public Library of the Year Award)”, declara ele.
A IFLA também acredita que este prêmio desempenha um papel fundamental ao enfatizar o significado geral das bibliotecas públicas
A Biblioteca Pública do Ano é um prêmio anual de biblioteca internacional apresentado à melhor biblioteca pública do mundo pela Federação Internacional de Associações de Bibliotecas (IFLA) em colaboração com a Systematic, que patrocina o prêmio de US$ 5.000.
“As bibliotecas são um investimento para garantir o desenvolvimento em nossa sociedade. Gostaria de parabenizar a IFLA e a Systematic por seu papel no prêmio da Biblioteca Pública do Ano, que sem dúvida refletirá e destacará o grande trabalho que as bibliotecas públicas fazem em todo o mundo”, diz a presidente da IFLA, Glòria Pérez-Salmerón, cuja opinião é apoiada pelo seu colega.
“O Prêmio de Biblioteca Pública do Ano apresenta belos, inovadores e práticos novos edifícios que nos ilustram e inspiram em tudo o que é possível alcançar. Este prestigiado prêmio homenageia as melhores novas bibliotecas públicas”, disse Mackenzie.
15 de maio é o prazo final para candidaturas a serem consideradas para o Prêmio de Biblioteca Pública do Ano de 2018, que será anunciado e apresentado na Reunião Anual da IFLA no final de agosto.
Oficinas são parte da programação do projeto “Entre autores, leitores e artistas”
Acontece nos meses de abril e maio as Oficinas de Aquarela, como parte da programação do projeto “Entre autores, leitores e artistas: diálogos com a comunidade”, organizado pela Facudade de Educação em parceria com a Biblioteca e o Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação de Jovens e Adultos (GEPEJA). As atividades são coordenadas pela professora Nima Spigolon, do GPEJA, e Simone L. G. de Oliveira, diretora Biblioteca da FE-Unicamp.
Por entre autores, leitores e artistas: diálogos com a comunidade visa a troca e a construção compartilhada de conhecimentos, saberes e experiências entre docentes, discentes, técnicos e funcionários da FE da UNICAMP, bem como atender a sociedade civil/comunidade externa à Unicamp em segmentos diversos da população, prioritariamente grupos específicos (jovens, adultos e idosos matriculados em cursos de EJA, mulheres negras, minorias, etc.), promovendo atividades de convivência nas dimensões multiculturais e artísticas da literatura, desenho, pintura, com perspectiva mais sensível e humanizadora intermediadas pela Educação com ações de extensão comunitária. É um projeto multidisciplinar e multisetorial cuja proposta agrega setores, pessoas, públicos internos e externos. Trata-se de um conjunto de atividades, culminando com eventos culturais, literários e artísticos, tendo por um lado, o coletivo interno da unidade e, por outro, a comunidade externa, de forma a reconhecer a diversidade e potencializar as relações entre elas. Tais atividades entre a compõem manifestações do humano mediatizadas pela Educação, concomitante pela literatura, pesquisa, pinturas, reunidas nas artes.
Confira abaixo o calendário das oficinas de aquarela que têm início na próxima segunda (16):
Turma 1
Dia: Segundas
Horários: 13h às 15h
Datas: 16/04, 23/04, 07/05
Local: Jardim da Biblioteca da FE-Unicamp
Vagas: 10
Turma 2
Dia: Quartas
Horários: 18h às 20h
Datas: 18/04, 25/04, 02/05
Local: Jardim da Biblioteca da FE-Unicamp
Vagas: 10
Turma 3
Dia: Quintas
Horários: 11h às 13h
Datas: 19/04, 26/04, 03/05
Local: Jardim da Biblioteca da FE-Unicamp
Vagas: 10
Dorinateca, Biblioteca Louis Braille e Biblioteca de São Paulo são algumas das bibliotecas acessíveis com maior acervo para pessoas com deficiência visual
A leitura é uma das principais ferramentas para a inclusão das pessoas cegas ou com baixa visão na sociedade.
Atualmente, além do braile, temos outros formatos acessíveis, como os livros em áudio ou digital acessível, que permitem às pessoas com deficiência visual o acesso à informação.
A seguir você confere três bibliotecas acessíveis maravilhosas não só para os leitores cegos ou com baixa visão, mas para todos os amantes dos livros, sejam eles em papel, digital ou falado!
Dorinateca
A Dorinateca é a biblioteca online da Fundação Dorina e disponibiliza livros acessíveis para download a pessoas com deficiência visual residentes no Brasil e organizações em território nacional que promovam o livro e a leitura inclusiva. Assim, os usuários podem usufruir de todo o material disponibilizado de maneira rápida por meio da internet.
O acervo da Dorinateca é composto por mais de 4500 livros acessíveis nos formatos: braile, Digital Acessível, MP3 e Fonte Ampliada.
Para conhecer nosso acervo e saber mais sobre esse serviço, acesse www.dorinateca.org.br
Hoje no Centro Cultural São Paulo, Biblioteca Louis Braille foi idealizada por Dorina Nowill em 1947 (foto: centrocultural.sp.gov.br)
Biblioteca Louis Braille
A Biblioteca Louis Braille foi idealizada por Dorina Nowill e viabilizada, em 1947, por Lenyra Fraccarolli, na época diretora da Biblioteca Infantil (atual Biblioteca Infanto-Juvenil Monteiro Lobato). No início, destinava-se especialmente ao público infantil, possibilitando, pela primeira vez no país, o acesso de crianças cegas a uma biblioteca.
Em 1986, a biblioteca foi transferida para o Centro Cultural São Paulo, principalmente porque a nova localização garantiria mais acessibilidade aos usuários, já que está bem ao lado da estação Vergueiro do Metrô.
Endereço: Rua Vergueiro, 1000.
Horário de funcionamento: Terça a sexta, das 10h às 19h, e aos sábados, das 10h às 18h – Fechada aos domingos e feriados.
Lente de aumento digital, utilizada por pessoas com baixa visão (foto: bsp.org.br)
Biblioteca de São Paulo
No acervo da Biblioteca de São Paulo são disponibilizados cerca de 1200 audiolivros e 200 exemplares em braille. Estão à disposição, também, dois ampliadores de caracteres destinados às pessoas com baixa visão, além de lupas eletrônicas, folheador eletrônico, leitores digitais e leitor tátil, entre outros recursos de acessibilidade.
Tem ainda scanners capazes de “transformar” livros escritos em arquivos de áudio, o que permite que o visitante leve o audiolivro para casa – basta ter em mãos algum tipo de mídia para armazenar o arquivo, como MP3 Player, pen drive, CD ou DVD.
Endereço: Av. Cruzeiro do Sul, 2.630, próximo à estação Santana do Metrô.
Horário de funcionamento:De terça a domingo, das 9h30 às 18h30.
Por Márcia Veloso, documentalista do Centro de Memória Dorina Nowill.
A Câmara Municipal de São Carlos realiza no próximo dia 13 de abril, sexta-feira, às 19h30, no Edifício Euclides da Cunha, uma sessão solene comemorativa ao Dia Municipal do Bibliotecário, na qual serão entregues os títulos de Bibliotecária do Ano a Patrícia Helena Paschoalotti Cartaxo, e de Bibliotecária Homenageada do Ano à Professora Doutora Elisabeth Márcia Martucci.
A realização da solenidade, que reconhece os serviços prestados pelas bibliotecárias à comunidade, está prevista na Lei Municipal nº 14.194, de 2007, que regulamentou a comemoração do Dia Municipal do Bibliotecário em 12 de março.
Patrícia Helena, formada em Biblioteconomia e Ciência da Informação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), é bibliotecária pertencente ao SIBI – Sistema Integrado de Bibliotecas do Município de São Carlos – e trabalha na Escola do Futuro EMEB Dalila Galli, localizada no bairro Jockey Clube desde 2006. Foi bibliotecária no Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Ensino – NIPE São Carlos/ UFSCar, tendo trabalhado no Projeto Indicadores – Proindi: mapeamento de provedores da informação em ciência e tecnologia do município de São Carlos .
A Profa.Dra. Elisabeth formada pela Escola de Biblioteconomia e Documentação de São Carlos, com mestrado em Biblioteconomia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e doutorado em Educação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), foi professora da Escola de Biblioteconomia e Documentação de São Carlos (FESC) e do Departamento de Ciência da Informação (DCI) da UFSCar. De 2001 a 2008 foi presidente da Fundação Educacional São Carlos. Exerceu a função de Professor Pesquisador 1 do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB/MEC), junto à UAB/UFSCar, Secretaria de Educação a Distância, Universidade Federal de São Carlos em 2009 e a chefia de Gabinete da Reitoria da UFSCar (gestões 2008-2012 e 2012-2016), do Reitor Prof. Dr. Targino de Araújo Filho.
A solenidade comemorativa ao Dia Municipal do Bibliotecário, aberta ao público, será transmitida ao vivo pela TV Câmara (NET Canal 8) e Portal da Câmara (www.camarasaocarlos.sp.gov.br) que pode ser acessado em computadores, tablets e celulares.
Hoje, 09 de abril, é um dia especial, pois é comemorado o Dia da Biblioteca! Quem ama os livros, a leitura e esse universo constituído de letras e informação sabe a importância delas para a sociedade.
Um decreto brasileiro datado de 09 de abril de 1980 instituiu no país a “Semana Nacional do Livro e da Biblioteca”. Por este motivo, o dia é conhecido como o Dia da Biblioteca.
A saga das bibliotecas tem início no momento em que a humanidade começa a dominar a escrita. As primeiras bibliotecas de que se tem notícia eram constituídas de tabletes de argila, depois vieram as bibliotecas compostas por rolos de papiros e pergaminhos.
Mais tarde, com o advento do papel, começam a se a formar as bibliotecas constituídas pelos livros propriamente ditos.
Hoje em dia, temos em nossas bibliotecas não só os livros impressos, mas também informações em suporte digital, como os e-books, os audiolivros, revistas eletrônicas, e materiais audiovisuais.
Mas como expressar tudo que a biblioteca representa? Ela é conhecimento, saber, educação e preservação da memória, mas é também cultura, entretenimento, diversão. A biblioteca permite que cada pessoa tenha acesso ao que há de mais importante em nossa sociedade atual: a informação.
E para comemorar fizemos um post especial, com citações de escritores famosos falando sobre elas: as bibliotecas! Vamos conferir?
“Em uma boa biblioteca, de forma misteriosa, você sente que é capaz de absorver toda a sabedoria contida naqueles livros através da sua pele, sem nem mesmo precisar abri-los”
(Mark Twain)
Biblioteca Real – Gabinete Português de Leitura, Rio de Janeiro, Brasil
“Não é apenas uma biblioteca. É uma espaçonave que irá levá-lo até aos confins do universo, uma máquina do tempo que vai levá-lo para o passado e ao futuro distante, um professor que sabe mais do que qualquer ser humano, um amigo que vai diverti-lo e consolá-lo e todas as saídas para uma vida melhor, mais feliz e mais útil ”
(Isaac Asimov)
Biblioteca da cidade de Stuttgart, Alemanha
“Eu sempre imaginei que o paraíso seria uma espécie de biblioteca”
(Jose Luis Borges)
Biblioteca da cidade de Admont, Áustria
“Saqueie as bibliotecas públicas e encontrará centenas de tesouros escondidos”
(Virginia Woolf)
Biblioteca Pública de Nova York, EUA
“Se eu fosse um livro, eu seria um livro de biblioteca, e poderia ser levado para casa por todos os tipos de crianças”
(Cornelia Funke)
Biblioteca do Mosteiro de São Floriano, Áustria
“Com uma biblioteca se é livre, você não está confinado por climas políticos temporários.
É a mais democrática das instituições porque ninguém, ninguém mesmo, pode dizer-lhe o que ler, quando e como ”
(Doris Lessing)
Biblioteca Joanina, Coimbra, Portugal
“No Egito, as bibliotecas eram chamadas de “Tesouro dos remédios da alma”. De fato, é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.”(Jacques Bénigne Bossuet)
Nova Biblioteca de Alexandria, Alexandria, Egito
“Se não tivermos bibliotecas, não temos nenhum passado e não teremos um futuro”
(Ray Bradbury)
Biblioteca Nacional do Brasil, Rio de Janeiro, Brasil
“Eu sempre digo às pessoas que me tornei uma escritora não porque fui à escola, mas porque minha mãe me levou para a biblioteca.
Eu queria me tornar uma escritora para ver meu nome no catálogo de cartões”
(Sandra Cisneros)
Colecionadores de todas as idades podem ir ao local, de terça a sexta-feira, das 9h30 às 19h, e aos sábados e domingos, das 15h às 20h.
Colecionadores poderão trocar as figurinhas da Copa (Foto: Paulo Guilherme/G1)
A biblioteca Castro Alves, de Votuporanga (SP), virou point para quem gosta de trocar figurinhas do álbum da Copa do Mundo da Rússia 2018.
Os colecionadores de todas as idades podem ir ao local, de terça a sexta-feira, das 9h30 às 19h, e aos sábados e domingos, das 15h às 20h, na Varanda Cultural.
A ação pretende aproximar a população do ambiente da biblioteca. “A ideia é a de que o nosso espaço esteja cada vez mais próximo da rotina das pessoas, sendo reconhecido como um local de lazer e convivência social”, explicou o bibliotecário André Ynada.
Com um acervo de mais de 10 mil itens – incluindo livros tradicionais e em formatos acessíveis, DVDs, jogos, brinquedos, gibis e periódicos –, a Biblioteca Municipal “Castro Alves” é a principal da cidade.
A biblioteca está no Centro de Cultura e Turismo Marão Abdo Alfagali, na avenida Francisco Ramalho de Mendonça, nº 3112 (Jardim Alvorada). Para mais informações, o telefone é o (17) 3405-9670.
Todo mackenzista tem seu lugar favorito no campus. Alguns gostam de passar o tempo em meio à calmaria e o silêncio da praça da arquitetura, outros preferem toda a modernidade, imponência e robusteza do MackGraphe. Há quem goste de ficar à toa, degustando das variedades alimentícias disponíveis na praça de alimentação e ainda outros que gostam de toda a informalidade dos diretórios acadêmicos.
Pra mim, meu local favorito em todo o Mackenzie é a biblioteca central George Alexander. Um local único, deslumbrante! Para os amantes da leitura, a descrição exata e poética do paraíso. Ainda hoje, quando abro a pesada porta amadeirada da entrada, me impressiono como na primeira vez em que entrei naquele local que beira as características do fantástico.
Inaugurada em 1926, a já idosa biblioteca faz olhos brilharem até hoje. Ela traz em seu nome uma homenagem ao educador e também conselheiro do Mackenzie College, George Alexander. No início, tendo Adelpha Silva Rodrigues Figueredo – então professora da Escola Americana como primeira diretora, a biblioteca central já possuía um acervo de sete mil volumes. Hoje ela abriga mais de duzentos e cinqüenta mil títulos e quinhentos e noventa mil exemplares – muitos deles distribuídos em bibliotecas setoriais.
Hoje, 09 de abril, dia da biblioteca, não é preciso escrever textos gigantes homenageando bibliotecas longínquas, basta andar pelo campus, caminhar sentido à rua Maria Antônia e, após passar pelas lindas árvores da praça da arquitetura, ver naturalmente o desabrochar da poesia. Uma ode arquitetonicamente materializada a todas as outras bibliotecas existentes. O único local que conheço capaz de comportar em alguns metros quadrados com uma elegantíssima exuberância nomes como Camões, Shakespeare, Cervantes, Goethe, Machado, Dostoiévski, Proust, Fitzgerald, García Márquez e uma infinidade de outros tantos…
Se você quiser revisitar o passado, ou conhecer um pretérito nunca antes conhecido, vá à Biblioteca Georges Alexander. Prédio 02, aberta de segunda a sexta-feira das 7h13 às 22h e aos sábados, das 9h15 às 14h45. Venha sentir algo único, indescritível, certamente, seu lugar favorito no campus irá mudar!
“O UNIVERSO (que outros chamam a Biblioteca) compõe-se de um número indefinido, e talvez infinito, de galerias hexagonais, com vastos poços de ventilação no centro, cercados por balaustradas baixíssimas. De qualquer hexágono, veem-se os andares inferiores e superiores: interminavelmente”.
Jorge Luis Borges, escritor argentino, era um grande amante de livros e, claro, de bibliotecas. Em seu famoso conto “A biblioteca de Babel”, Borges nos oferece com maestria e beleza a prova da sua paixão.
Acontece que, para escrever seus contos e poemas, Borges leu. Foi um leitor voraz, que se formou, inicialmente, na biblioteca da família.
A biblioteca é um lugar que merece ser sentido e comemorado. E, para ser comemorado, é preciso entrar nesse lugar mágico, tateá-lo, senti-lo através daquilo de mais precioso que há dentro: livros.
No dia 9 de abril, é comemorado no Brasil o Dia da Biblioteca, cujo objetivo é incentivar a leitura. A data foi eleita tendo como referência a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca e o Dia do Bibliotecário, instituídos por decreto em 9 de abril de 1980.
A Biblioteca Nacional, em seu site, destaca a importância da data para a cultura, o livro, a leitura e as bibliotecas brasileiras.
Aproveite essa data para se perguntar qual foi o último livro que você leu? Quantos livros você costuma ler por ano? Será que você não tem passado muitas horas em frente ao computador e lendo pouco? Que tal aproveitar a data para se tornar um “rato” de biblioteca?
Como dizia Borges: “Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de Biblioteca”. E ele estava certo! A biblioteca é um lugar sagrado.
O Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) emitiu uma nota sobre notícia publicada no jornal Folha de S. Paulo
Em cinquenta anos de carreira acadêmica, Antonio Candido deu contribuições inestimáveis para a cultura brasileira – Foto: Marcos Santos/USP Imagens
É inverídica a informação que a USP recusou a biblioteca de Antonio Candido, publicada no Painel das Letras, no dia 7 de abril. Em dezembro do ano passado, o Conselho do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da Universidade aprovou, por unanimidade, a aquisição da referida biblioteca, conforme pareceremitido pelo órgão.
O laudo mencionado na nota foi feito por uma comissão especializada e se refere a um protocolo estabelecido pelo IEB para avaliação de oferta de acervos nas condições de venda ou doação. Ressalte-se que a decisão quanto à aquisição ou não de determinado acervo cabe ao Conselho do Instituto.
No que tange à biblioteca de Antonio Candido, passos prévios já tinham sido dados, com o apoio da Reitoria da USP, para que fosse encaminhado um pedido de auxílio à Fapesp, com o intuito de se captarem os recursos necessários para a efetivação da compra, no valor de R$ 500 mil. A oferta de venda, no entanto, foi retirada.
Importante destacar que, por outro lado, deu-se prosseguimento ao processo de doação dos arquivos — acervo fotográfico e documental — de Antonio Candido e da professora Gilda de Mello e Souza, os quais já se encontram no IEB, em processo de higienização e de organização, para que, em breve, sejam disponibilizados para consulta pública.
A Sra.Rosane Voss apresenta as atividades da Biblioteca Municipal “João Mesquita Valença” no mês do aniversário de Marília. Muitas exposições, trabalho dinâmico e exemplo de biblioteca atuante nas atividades culturais que complementam os serviços de consultas e empréstimos de livros.
Você se lembra quando foi a última vez que reservou um tempo para ler um livro? A experiência literária não se resume em correr os olhos pelas páginas. Para muitos, abrir um livro acaba se tornando um verdadeiro ritual em que cada detalhe é importante: a tipografia, o cheiro do papel, e claro, o aconchego do local em que nos dispomos a ler. Por isso, o Jornal de Jundiaí fez um tour pela cidade e selecionou os melhores lugares para uma boa leitura. Com mais de 52 mil obras literárias, neste mês o Gabinete de Leitura Rui Barbosa completa 110 anos de história. Fundado pelos funcionários da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, o local era ponto de encontro entre os jovens intelectuais e hoje conta com 347 associados. A mediadora Denise Fávaro Augusto, de 56 anos, é associada há mais de três décadas e lá se sente em casa. “Se eu passar um dia sem ler, me sinto mal”, afirma ela, que lê em média de oito a dez livros ao mês. Já o funcionário público Cícero Alves de Araújo, de 44 anos, recorre à calmaria do ambiente em seus dias de folga para estudar. “Aqui o estudo rende mais, não me distraio com fatores externos e me concentro melhor”. Além dos livros, o gabinete dispõe de jornais e revistas, computadores para pesquisa e área lúdica para crianças.
Espaço educativo
Mas para quem acha que todo espaço voltado para a leitura se resume àquele modelo de “biblioteca sisuda” em que se exige silêncio e disciplina absoluta, está enganado. Na Biblioteca Nelson Foot, arte, cultura e entretenimento se misturam e dão uma nova cara ao espaço educativo. Além do acervo disponível para empréstimo, a Biblioteca tem como missão fomentar a leitura entre jovens e crianças através de projetos como “Leiturinha em Foco”, “Lê no Ninho” e a tradicional Olimpíada de Redação, que acontece anualmente. Dialogar, brincar e trocar experiências também é mais do que permitido. Dentro das colmeias do Sesc Jundiaí, por exemplo, a leitura fica muito mais divertida para as filhas de Sueli de Sousa, as pequenas Gabriela, de 4 anos, e Isabele, de 6. O Sesc não se diferencia apenas pelo design arrojado. Há áreas voltadas para rodas de conversa, pesquisas e descanso. Outro diferencial é que o Sesc proporciona equipamentos de leitura para deficientes visuais, auditivos e motores. Para emprestar os livros do acervo, basta fazer uma credencial de atividades gratuitamente na central de atendimento.
Ao ar livre
Para os que preferem ler sob a sombra das árvores, não faltam praças e parques pela cidade. O Jardim Botânico, o Parque da Cidade e o Parque do Engordadouro, por exemplo, dispõem de uma vasta área verde, ideal para uma boa leitura. E porque não aproveitar o tempo livre no transporte público para colocar as leituras em dia? É o que faz a analista administrativa Maiara Tássia, de 34 anos. “Para mim, o ambiente ideal para a leitura é silencioso, confortável e com boa iluminação. Mas quantas vezes por semana eu tenho um ambiente assim à minha disposição? Leio muito no transporte público e no horário do almoço. É o que tem para hoje”, afirma, e nem por isso, a leitura deixa de ser prazerosa.
Grupo de empresários se organiza para comprar os livros e doá-los para a universidade
Inicialmente negociada para ir para a USP, a biblioteca de Antonio Candido vai para a Unicamp —são 7.000 volumes. Os livros seriam vendidos para a USP, mas um parecer da universidade disse que a aquisição geraria duplicatas em seu acervo e não estavam higienizados, o que gerou um desconforto com a família do intelectual.
Normalmente, uma higienização é feita depois de aquisições do tipo. A ideia era que a biblioteca ficasse no Instituto de Estudos Brasileiros, onde já estão seus papéis.
Assim, as filhas de Candido decidiram que a biblioteca iria para Campinas, como doação. Um grupo de empresários se organiza para comprar os livros e doá-los para a Unicamp, mas, mesmo que isso não dê certo, a família pretende doá-los da mesma forma.
Essas são as obras que o crítico literário manteve consigo até o fim, porque já havia doado a maior parte de seus livros em vida para diversas universidades. No conjunto, além de títulos com dedicatórias, há livros raros que ele havia herdado da família.
Ilustração de Nelson Cruz no livro infantil ‘Os Trabalhos da Mão’, de Alfredo Bosi, que a editora Positivo lança em breve – Divulgação
Cemitério de padres A Contexto publica, em maio, “O Pavilhão dos Padres”, de Guillaume Zeller. O livro conta a história de padres, monges e seminaristas católicos mortos no campo de concentração de Dachau, entre 1938 e 1945. Dos 2.579 religiosos enviados ao campo, 1.034 foram mortos.
Poesia e política A editora independente Luna Parque publicará, em breve, “O Inferno É Verde”, com dois poemas longos da francesa Leslie Kaplan. O livro fala de manifestações no subúrbio de Paris, relacionando-as a uma visita que a autora fez ao Brasil, e aborda a possibilidade de a poesia pensar os acontecimentos políticos. Tradução de Zéfere.
Poesia visual A Iluminuras lança em breve “Trio Pagão”, volume com poemas visuais de Sérgio Medeiros. O autor foi inspirado por sua convivência, há 30 anos em uma aldeia no Mato Grosso com o índio Jerônimo Tsawé, que preenchia cadernos com uma caligrafia imaginária.
Carta de amor Editado pela finada Cosac Naify, volta às livrarias a “Carta a D.”, escrita pelo escritor austro-francês André Gorz a Dorinne, a sua mulher, que sofria de uma doença incurável. No documento, que sai pela Companhia das Letras, ele lembra a trajetória intelectual e de militância dos dois. O casal se suicidou junto em 2007, e um bilhete encontrado na casa foi acrescentado ao livro.
Texto por Maurício Meireles
Painel das Letras
Coluna é editada pelo jornalista Maurício Meireles.
2020 está chegando e com ele esperamos que os gestores públicos se sensibilizem com a causa. Estou falando: da lei 12.244/2010 que dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do País. Um aspecto que tem chamado a atenção é o fato de que esta lei determina um prazo de dez anos para que as escolas se adequem as exigências, mas não relatam o que irá acontecer a quem ignorar tais determinações. Afinal de contas, faltam apenas dois anos.
Art. 2o Para os fins desta Lei, considera-se biblioteca escolar a coleção de livros, materiais videográficos e documentos registrados em qualquer suporte destinados a consulta, pesquisa, estudo ou leitura.
Segundo Bernadete Campello (2012) a publicação da Lei n. 12.244/2010 foi resultado de um esforço da classe bibliotecária que, há longo tempo, vem denunciando a falta de bibliotecas nas escolas e a precariedade das poucas que existem, situação comprovada por diversos estudos.
No entanto, nota-se que a lei não assume o conceito de biblioteca escolar aceito pela comunidade acadêmica e pelas organizações que se preocupam com o caráter educativo da biblioteca como espaço de aprendizagem. Particularmente, gosto muito do que diz as Diretrizes da Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias (IFLA) para a Biblioteca Escolar porque ela é mais abrangente que a lei, pois nos apresenta a ideia do espaço cuja organização e funcionamento precisam ser entendidos, mas sobretudo deve ser um espaço que precisa ser apreciado.
Biblioteca escolar é “um espaço de aprendizagem físico e digital, onde a leitura, o questionamento, a pesquisa, o pensamento, a imaginação e a criatividade são centrais para conduzir o estudante na sua trajetória da informação para o conhecimento, em direção ao seu crescimento pessoal, social e cultural (IFLA School Library Guidelines, 2015, p. 16).
A Biblioteca Escolar no Brasil em números
Fonte: Elaboração própria com dados retirados de Brasil (2017, p. 27-29).Fonte: Elaboração própria com dados retirados de Brasil (2017, p. 27-29).
Observa-se que há um aumento na maioria dos Estados, mas não quer dizer que existam efetivamente tais bibliotecas. Muitos dos dados quantitativos (infelizmente) existem apenas das bases de dados informacionais do Governo Federal. Sabemos que o Conselho Regional de Biblioteconomia é o órgão atuar através de fiscalizações preventivas e rotineiras, com o intuito de detectar e acompanhar se a lei está sendo aplicada. Além de fazer diversas reuniões de caráter informativo e pedagógico com outras instituições afim de conscientizar os gestores públicos e demais empregadores da importância da biblioteca e, principalmente da necessidade e exigência do profissional habilitado para atuar nestes espaços.
Problemas de operacionalização: conheça os 3 motivos que dificultam a universalização da biblioteca escolar
Quem será o responsável em implantar as bibliotecas? Quem proverá os recursos orçamentários? A lei institui a obrigatoriedade desse equipamento na escola, mas não apresentou dispositivos que garantam seu efetivo1 cumprimento;
Quais projetos educacionais eu tenho que executar nestes espaços? Criar as bibliotecas não é garantia de utilização ideal como agente de transformação. Sabemos que hoje existem salas de leitura e bibliotecas subutilizadas e com a ausência de pessoal especializado. Na grande maioria das vezes, professores readaptados.
Bibliotecário pra quê?! Este é o ponto mais polêmico. A lei apresenta a exigência de um bibliotecário para gerir a biblioteca escolar. Inclusive somos acusados de exercer um comportamento corporativo e justificam que “a simples obrigatoriedade de um bibliotecário na gestão da biblioteca escolar não garante que ela se constitua num espaço que venha contribuir com o processo educativo”. Nesta questão, deixa-se uma exceção: Uma biblioteca pode funcionar sem a presença de um bibliotecário nos municípios com população menor que dez mil habitantes e acervo até duzentos exemplares. Mas, nesse caso, estes espaços podem ser administrados por técnicos em Biblioteconomia, cuja formação é de nível médio.
Estes são fatores bem básicos que estão como empecilhos para o sucesso da lei. Os motivos nos trás um cenário para reflexões que vão desde a formação de novos profissionais, ou questionamentos relativos à grade curricular dos profissionais já formados no sentido de deixá-los com habilidades necessárias para ocupar este espaço. Aos colegas que já atuam, é comum apontarem dificuldades em articular ações com os professores e corpo diretivo das escolas bem como a participação no projeto político-pedagógico da mesma. São raros, os que possuem lindas experiências. Inclusive se você tem uma experiência interessante para compartilhar, deixe o seu comentário e podemos postar aqui.
Sou muito solidário à causa porque sei que algumas vezes as pessoas não entendem o que fazemos. Eles acham que nos sentamos e lemos livros o dia inteiro (até que este seria o nosso desejo hahahaha). Desta forma, não expressam o desejo de colaborar com o trabalho e perceber a biblioteca como uma ferramenta importante no espaço escolar e o pior, pessoas com este tipo de comportamento podem ser altamente tóxicas. Então, caros colegas, preparem-se e comprometam-se a permanecer positivo, profissional e otimista. SEMPRE!
Referências
BRASIL. LEI Nº 12.244, DE 24 DE MAIO DE 2010. Dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do País. Brasília, 2010. Disponível em: . Acesso em: 23 jan. de 2017.
CAMPELLO, Bernadete Santos et. al. Situação das bibliotecas escolares no Brasil: o que sabemos? Biblioteca Escolar em Revista, Ribeirão Preto, v. 1, n. 1, p. 1-29, 2012.
Instituição recebeu mais de 360 pacotes com livros, fotos, documentos, cartas e outros itens pessoais de Prestes
Lembrança do PCB pertencente a Preste Crédito: DeCORE – BCo-UFSCar
No mês de março, a Biblioteca Comunitária (BCo) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) recebeu a doação de arquivos do acervo de Luiz Carlos Prestes, militar e político brasileiro que comandou a revolucionária marcha Coluna Prestes entre os anos de 1925 e 1927. Para tanto, no dia 19 de março, a BCo recebeu a visita de Anita Prestes, filha do militar com a militante comunista judia Olga Benário. Chegaram na Universidade mais de 360 pacotes, que contêm livros pertencentes a Prestes, bem como documentações e correspondências de amigos e familiares, fotos, quadros, medalhas e outros objetos pessoais do político.
O intuito é organizar o material e disponibilizá-lo na BCo para a consulta de pessoas interessadas. “Este é um acervo histórico muito rico para pesquisas, sobretudo para historiadores, sociólogos e outros pesquisadores que estudam a temática do comunismo. Teremos na UFSCar uma fonte riquíssima a ser explorada por esses pesquisadores”, ressalta Izabel da Mota Franco, bibliotecária do Departamento de Coleções de Obras Raras e Especiais (DeCORE) da BCo.
Franco conta que todos os objetos recebidos estão etiquetados e separados por períodos – pré-prisão, prisão e pós-prisão. “Neste primeiro momento, nós cuidaremos dos livros, para disponibilizá-los à consulta de todas as pessoas interessadas. Para isso, já iniciamos o processo de análise de cada obra, que possivelmente passarão por higienização e pequenos reparos. Além disso, as que necessitarem serão encaminhadas para restauro, seguido de catalogação no sistema da Biblioteca”, informa Franco. Segundo a bibliotecária, os livros pertencentes a Prestes devem estar disponíveis para consulta da população a partir do segundo semestre de 2018.
Em seguida, a equipe da BCo pretende disponibilizar os demais objetos de Prestes para a montagem de um minimuseu, iniciativa que deve atrair não só pesquisadores, mas também a comunidade local, para visitas. “O intuito é mostrar curiosidades de Prestes e, consequentemente, elementos e conteúdos que fazem parte da história brasileira, sobretudo à comunidade de São Carlos e região”, relata a bibliotecária. Os materiais pertencentes a Luiz Carlos Prestes estarão disponíveis no Piso 5 da BCo, localizada na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar.
Mais informações sobre a doação do acervo para a Universidade podem ser conferidas em matéria produzida pela TV UFSCar, em https://bit.ly/2GwXwY2.
Sobre Luiz Carlos Prestes
Luiz Carlos Prestes foi um militar e político brasileiro, casado com a militante comunista judia alemã Olga Benário. Além de comandar a Coluna Prestes, foi líder do Partido Comunista Brasileiro (PCB) por mais de 50 anos. Em 1936, o político foi preso, juntamente com Olga, que estava grávida de Anita à época e acabou sendo entregue a agentes do governo nazista alemão. Prestes foi uma das figuras da América Latina mais perseguidas do século XX.
O ENBIESP pretende fortalecer a classe bibliotecária da Região Central do Estado de SP por meio da oferta de cursos de atualização profissional. Tal ação é favorecida pelo potencial da Região, que possui grande concentração de profissionais, além de contar com dois cursos de graduação em Biblioteconomia e um de pós-graduação em Ciência da Informação.
Oportunidade de integração para fortalecer a visão da profissão e do profissional bibliotecário, para que os bibliotecários possam estudar e aplicar o conceito de advocacy com o intuito de revitalizar as bibliotecas da região. Ações de empoderamento do profissional, dentro da sua realidade social, econômica e política, por meio da educação continuada, do engajamento político-social e do autoconhecimento.
O dia será repleto de trocas de informações, convivência, trabalho e, claro, muita diversão. Preparamos uma programação contemplando todas as esferas da biblioteconomia. Confira a programação completa clicando aqui. Confira o convite para o evento clicando aqui.
O chamado ‘Catálogo de Identidades Fotográficas’ da Biblioteca Pública de Nova York permite buscar fotógrafos por país, gênero, processo fotográfico e ano de atuação
RETRATO DE UM BOULEVARD DE PARIS FEITO PELO PIONEIRO LOUIS DAGUERRE, EM 1838 Foto: Reprodução
Graças a trabalhos de digitalização de acervo, encontrar fotos do século retrasado acessíveis na internet deixou de ser uma tarefa complicada. Uma base on-line, no entanto, se dedicou a um objetivo um pouco distinto: deixar ao alcance virtual do público não as fotografias propriamente, mas o maior número de informações a respeito de quem deu vida a elas.
É o que faz o Catálogo de Identidades Fotográficas – ou PIC, na sigla em inglês – da Biblioteca Pública de Nova York com seu acervo biográfico com registros de mais de 120 mil fotógrafos e coleções. O trabalho, capitaneado pelo especialista em fotografia da instituição David Lowe, levou 13 anos para ficar pronto.
A base, cuja primeira versão foi ao ar em 2016, coleciona uma gama de informações sobre fotografias do mundo inteiro desde 1687. Entre elas, além do nome de cada fotógrafo – empresa ou coletivo – é possível filtrar a busca pelo seu gênero, nacionalidade, país onde nasceu, trabalhou ou morreu.
É possível ainda escolher os dados pelo processo fotográfico utilizado (daguerreótipo, gelatina de prata etc), formato das imagens (cartões-postais, foto estereoscópica etc), ou pelas fontes que providenciaram os dados a respeito do fotógrafo ou pelo nome da instituição responsável pelo seu acervo.
Embora se anuncie como uma base de dados biográficos de fotografia de potencial interesse a “historiadores, estudantes, genealogistas ou qualquer amante da história da fotografia”, ela talvez despertasse pouco interesse, não fosse sua “interface experimental” intuitiva e fácil de usar.
Os filtros podem ser selecionados em uma lista na barra lateral à esquerda, enquanto os resultados aparecem em uma tela ao centro. Em paralelo, um mapa exibe com setas coloridas os pontos onde o fotógrafo buscado nasceu, trabalhou, instalou-se em estúdios próprios e, por fim, morreu.
A base permite a busca até de fotógrafos responsáveis por registros em imagens feitas fora do planeta – representados no mapa pela lua do filme “Viagem à Lua” (1902), do pioneiro do cinema George Méliès – como é o caso do astronauta americano Buzz Aldrin, autor da primeira selfie feita no espaço, em 1966.
MAPA DE ACERVO BIOGRÁFICO MOSTRA LOCAIS ONDE FOTÓGRAFOS NASCERAM, TRABALHARAM E MORRERAM FOTO: REPRODUÇÃO/PIC/NYPL
Para ajudar na exploração, a biblioteca também preparou um glossário com os processos fotográficos, bem como uma linha do tempo sobre a história da fotografia.
No site do catálogo, a biblioteca lista todas as fontes biográficas usadas na base de dados, a qual também está disponível para download gratuito pelo Github. Para constar na base, o fotógrafo precisa ser listado como autor de trabalhos fotográficos por um museu reconhecido ou ser amplamente conhecido (nesses casos, a biblioteca faz uso de informações presentes em bases como a da Wikipedia).
Do Brasil
O acervo contempla mais de 1,1 mil fotógrafos de nacionalidade brasileira, na grande maioria homens. Entre eles, Chichico Alkmim (1886-1978), Claudio Edinger (1952), Bob Wolfenson (1954) e Sebastião Salgado (1944).
Entre as mulheres, aparecem nomes como Regina Vater (1943), Claudia Andujar (1931), Cláudia Jaguaribe (1955) e Adriana Varejão (1964).
No dia 6 de abril acontece a entrega das homenagens da 2ª edição do Prêmio Inezita Barroso, às 10h, no auditório Juscelino Kubitschek, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo – ALESP.
O Prêmio, criado através do Projeto de Resolução 31/2015, de autoria do deputado estadual Marcos Martins, tem a intenção de valorizar a cultura caipira de raiz e qualquer forma de arte popular que a complemente.
Nesta edição, a lista de candidatos recebeu 25 indicações e uma autoindicação. “Eu gostaria que todos os apresentados fossem contemplados, mas o texto da lei fala em dez vencedores”, afirmou o deputado Marcos Martins.
Os homenageados desse ano são:
– Coral Sertanejo do Clube da Viola de Bauru
– José Fortuna (in m emoriam), de Itápolis
– Mestre Lica (José Francisco de Paula Lica), de Taubaté
– Bob Vieira (Luiz Antônio Vieira), de Itapetininga
– Orquestra Penapolense de Música de Raiz, de Penápoles
– Programa Laços da Terra, de Ribeirão Preto
– Tião Ribeiro e Projeto Cultura Pura, de Salto
– Sebastião Vitor Rosa (Tião Mineiro), de Campinas
– Valdemar Alves dos Reis, de Araçatuba
– Companhia Cênica de São José do Rio Preto
Para o deputado Marcos Martins, o Prêmio, além de homenagear os artistas que se destacaram no universo da cultura sertaneja, eterniza a vida e obra de Inezita Barroso.
Obra escrita por servidor da UFMG analisa como esses profissionais usam as ferramentas virtuais em livro
Acaba de ser lançado o livro O bibliotecário de referência e as novas tecnologias, de Josiel Machado dos Santos, bibliotecário do Instituto de Ciências Agrárias da UFMG. Na obra, Josiel promove reflexão sobre o papel do bibliotecário de referência como mediador da informação, face às tecnologias que lançam novos desafios à profissão.
No volume, ele também investiga como esse profissional – sobretudo os que atuam nas bibliotecas universitárias – vale-se de ferramentas virtuais para realizar um atendimento eficaz ao usuário.
Para Josiel, os bibliotecários têm o compromisso de produzir conhecimento e dar visibilidade ao trabalho que realizam. “Nós também somos educadores. Temos o dever de produzir, analisar e quantificar aquilo que nos rodeia”, afirma.
Os escritores não moram em casas, habitam verdadeiras bibliotecas, com livros espalhados em estantes (ou mesas, escrivaninhas e outros móveis) pela sala, pelos quartos, na cozinha e até no banheiro. “Na minha casa os livros estão em todos os espaços, menos na geladeira e no fogão. Eles brotam”, conta Socorro Acioli, autora de obras como A bailarina fantasma e A cabeça do santo. Os livros, muitos, até parecem ganhar vida, “andam sozinhos, mudam de lugar, visitam os amigos”.
Para a escritora Maria Amalia Camargo, sua biblioteca é morada de dragões, piratas, astronautas, reis e rainhas. “Na minha estante moram livros que me viram crescer. Moram livros que eu li na idade adulta, mas que me fazem voltar a ser criança. Moram dragões, piratas, sereias, astronautas, reis e rainhas. Moram histórias escritas por pessoas fantásticas que tenho a sorte de conhecer. Moram histórias sobre pessoas inspiradoras que jamais terei a chance de encontrar. Moram lugares que me fazem viajar sem sair do lugar. Moram muitos bichos que falam e alguns bichos que se acham livros.”
Já as estantes de alguns autores são a própria mala, uma espécie de “biblioteca-tenda”. É o caso do escritor e ilustrador Roger Mello, que há tempos virou um nômade que carrega suas obras preferidas pelos quatro cantos do mundo, de aeroporto em aeroporto. “O livro é um objeto de deslocamento. O livro é um outro que se carrega no bolso, na bolsa, debaixo do braço, na mão”, diz Roger, que ainda reflete sobre as bibliotecas invisíveis como as de Jorge Luis Borges e de Lygia Bojunga.
Pedimos a alguns escritores que nos contassem sobre a relação com suas estantes de livros. Confira mais abaixo.
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Uma estante no plural
“Minha estante não existe. Não assim no singular. São inúmeras. Em minha casa há estantes no meu escritório, na sala, no corredor, no meu quarto, nos dos meus filhos e em todos os outros cômodos da casa. Incluindo o banheiro. E mais na casa de praia, igualmente com prateleiras cheias de livro na sala e nos quartos. Periodicamente, eu me disciplino a ser desapegada e dou para bibliotecas enormes quantidades de livros, que continuo adquirindo ou recebendo sem parar. Nos que guardo, procuro arrumar por assunto. Por exemplo, algumas são só de poesia, outras de ficção brasileira, ficção em espanhol, ficção em inglês etc. Outras são só de críticas, ensaios, reportagens. Outras de literatura infantil. Outras só de clássicos – de Homero a Eça de Queirós e Machado de Assis. Outras duas são de dicionários. Mas muitas vezes acaba sobrando para as prateleiras vizinhas. Dentro do assunto, tento arrumar por ordem alfabética de autor. Pelo meio dos livros, tenho porta-retratos com fotos da família. E canecos com canetas, lápis, pincéis e tesoura. E num cantinho, pelo meio dos livros, bonecos de personagens que fui ganhando ou juntando em viagens. Como esse é um ângulo bastante fotogênico, foi o que escolhi para mostrar.”
“Costumo brincar que sou duas pessoas ao longo da semana. De segunda de manhã até quarta na hora do almoço, sou o Leo professor, no curso de jornalismo do UniBH. Desde 1997, já lecionei disciplinas tão variadas como Jornalismo Cultural, Teoria da Comunicação, Técnicas de Reportagem e Fundamentos de Cinema… Mas aí, quando dá meio-dia da quarta, eu troco de fantasia e viro o Leo escritor! É hora de inventar contos e poemas, fazer traduções, visitar escolas e, claro, ler muita literatura. O engraçado é que a minha estante é um espelho perfeito dessa dualidade. São duas portas de correr, em vidro fosco: quando abro a porta da esquerda, aparece a biblioteca do jornalista e a literatura se embaça; quando abro a da direita, acontece o oposto, e eu mergulho no universo literário. Só de olhar para as duas imagens, é fácil pra perceber que o Leo escritor é bem mais caótico que sua metade professor!”
“Dicionários, dicionários, muitos dicionários. Esses são os livros mais à mão no entorno da minha desorganizada mesa de trabalho. Por que tantos dicionários, vocês podem me perguntar? Porque o dicionário é a ferramenta do escritor. Muitas e muitas vezes sinto falta da palavra certa, do adjetivo correto, do verbo preciso. Além do pesadíssimo Houaiss, há os dicionários de sinônimos, os analógicos, os de dialetos regionais e de jargões. Mais acima, já um tanto distante da mesa, estão os livros que publiquei, e que preciso consultar de tempos em tempos seja para corrigir para uma segunda edição ou por outro motivo. E mais acima ainda, estão os livros que comprei para ler, mas até hoje não li. Em sua maioria são autores brasileiros, portugueses, angolanos e moçambicanos. Num certo sentido, também são ferramentas de trabalho, pois os leio para enriquecer meu vocabulário e aprimorar meu estilo. Além, é claro, do prazer em si da leitura. Falei de minha mesa de trabalho. Em outros cantos da casa, em outras prateleiras, há os livros de poesia, os de história, os políticos. Há até um cantinho com os livros que a cada semana doo a uma biblioteca, pois já não tenho espaço para tantos livros e os mais que continuo comprando, por vício e por prazer.”
“A minha estante é nômade. Já viajou de país em país por causa da literatura, por cidades, feiras, convenções, escolas. A maior parte na vida da espécie humana na terra fomos nômades. Caminhamos desde a África ao encontro do mundo, e de nós mesmos, através da descoberta do ‘outro’. O livro é um objeto de deslocamento. O livro é um outro que se carrega no bolso, na bolsa, debaixo do braço, na mão. O seu formato de códice, de feixe de páginas, foi criado para facilitar até mesmo fugir da destruição do livro. Placas de argila são quase eternas, rolos de pergaminhos trazem uma leitura que envolve o corpo todo, mas são pesados e não têm uma forma que ajude a carregá-los. O códice trouxe a possibilidade portátil de deslocar a ficção de palavras e imagens no espaço. Sempre carrego livros quando viajo. Eles sairão da mochila e da mala e irão para mesas em escolas, em feiras do livro. Mesas que também mudam sempre de lugar. Uma mesa num café cheio de bossa, onde passar o tempo é muito mais que passar o tempo. É a construção de uma biblioteca invisível como as de Borges e de Lygia Bojunga. Recebo sempre outros livros de outros autores, de crianças, prospectos de museus, e meus cadernos, fazendo parte dessa biblioteca móvel, que tem contexto e cheiro e tem movimento. Uma biblioteca-tenda?
Muitas vezes, no meio do caminho, faço uma “boneca” de livro, uma maquete, um rascunho, colando e costurando pedaços de papel que encho de “pedaços de ideias”, onde um novo livro vai se desenhando. Como faziam os calígrafos numa caravana. É assim que crio. É ai que gosto de escrever as palavras, à mão, pra entender a forma do texto e das imagens. Dois potes de tinta, cores escolhidas com muito “pensa e repensa”, a cor é uma espécie de “dor”. O livro é um objeto que vem com a ideia de que haverá a viagem, e a lombada do livro se relaciona com as várias bibliotecas por onde caminha. Sabe o que é a lombada do livro? Nem toda estante é um móvel, mas penso que poderia ser, e o livro, como um módulo dessa estante que compõe uma biblioteca maior, é também um módulo, uma espécie de átomo, a menor partícula indivisível, que ainda quer e precisa se dividir. Nossa cabeça, nossos olhos conversam com o livro como se estivéssemos diante de um espelho, daí o nome das partes do livro terem os mesmos nomes das partes do corpo humano. O olho, a folha de rosto, a orelha do livro, o pé de página, a respiração entre as linhas e as folhas. E, finalmente, as páginas das guardas que ligam a capa ao miolo do livro. O miolo do livro remexe os miolos da nossa cabeça em movimento. Minha estante é a estante do nômade.”
“Tenho tatataravós índios, africanos e portugueses, não poderia ser mais brasileiro. Consegui instalar uma rede no meu escritório, onde gosto de ficar escarrapachado lendo, escrevendo, pensando, nadando (no sentido de fazer nada). Atrás da rede está uma grande estante que durante décadas quis, e hoje tenho. Bem grande, com pedaços separados, onde os livros estão separados por tipos: escrita, roteiros, literatura; livros grandes de arte e referências; poesia; teatro; e assim por diante. A parte com dicionários fica bem atrás da mesa, onde está também uma parte com uma boa papelada com ‘escritas em andamento’. Andei me desapegando e doei algumas pilhas dos livros para a biblioteca de uma escola. Doei e doeu: fui pegando um por um, alguns reli uns trechos, outros li, outros dei uma olhada e coloquei de volta na estante. Tem outra bem menor no meu quarto, com os cento e trinta e sete livros que eu vou ler assim que terminar o que leio agora…”
“Em todos os lugares onde vivi sempre criei para os livros de poesia um espaço à parte. Em geral são três estantes um pouco menores do que as demais, e mais bagunçadas também. Um pouco porque pego esses livros com muita frequência e de maneira caótica – de repente a vontade de voltar a um verso me faz mexer ali e um livro puxa outro. Como conheço perfeitamente essa coleção pela lombada, não me importo muito em ordená-la alfabeticamente. E há sempre uns ‘infiltrados’ morando nessa estante, são livros de ensaio ou pequenas edições inclassificáveis que leio no mesmo espírito com que leio os poemas. O Cultura e opulência no Brasil, do Antonil, mora aí. No alto fica pousada uma parte da minha pequena coleção de vasos, como vigias silenciosos, sempre a postos…”
“Na minha casa os livros estão em todos os espaços, menos na geladeira e no fogão. Eles brotam. Minha biblioteca oficial são duas estantes fechadas, cada uma com cinco prateleiras fartas. É nela que organizo meus livros mais importantes e tento separá-los por assuntos. O problema é que nunca, nunca mesmo eu consigo organizar tudo lá dentro. Ganho livros dos alunos, das editoras, de amigos escritores e, pelas minhas contas, chegam no mínimo uns dez livros por semana aqui. O critério de organização é por temas. Tenho uma prateleira só para livros teóricos, outra só para os autores latino-americanos, outra para os portugueses e africanos. Mais uma para livros de culinária, em outros idiomas, mas raramente isso está assim tão certinho. Tenho a impressão de que eles andam sozinhos, mudam de lugar, visitam os amigos. Esse é um critério importante: deixo os amigos bem perto. Um dia eu decidi que não era saudável acumular tantos livros em casa sabendo que eu não terei tempo suficiente para ler tudo. A verdade é essa. Então comecei a criar o hábito de fazer doações para bibliotecas públicas e comprar o livro em e-book. Também sou fã dos livros digitais. Os grandes textos, a literatura de verdade existe nas palavras. Os leitores digitais são práticos e me permitem levar uma biblioteca imensa em uma viagem, gastando um espaço pequeno. Assim, posso dizer que tenho duas bibliotecas, a física e a digital. Quando olho para elas, eu me lembro da frase do escritor francês Jules Renard: ‘Quando penso nos livros que ainda vou ler, tenho a certeza de que serei feliz’. Essa é a felicidade de uma leitora como eu: saber que há tanta coisa boa para ler na vida.”
“O quarto costuma ser o lugar mais querido de uma jovem. Acontece que, na casa de meus pais, havia uma boa biblioteca. Era meu refúgio, meu lugar preferido, que continha, além de livros, fotos e mapas, uma mesa de madeira maciça. Na semana passada, olhando para minha própria casa lotada de livros em todos os cômodos, percebi que praticamente moro dentro de uma biblioteca. Recentemente, herdei a mesa de meu pai e logo a transformei em estante. Ela ficou reservada para os livros de autores de literatura irlandesa, como Bram Stocker, James Joyce e William B. Yates. Sempre os pesquisei, mas agora o fascínio só fez aumentar. Sobre a mesa, o grande prato de cobre que pertencia à minha bisavó baiana. Uma lembrança de minha mãe. Se meu pai, Luiz Prieto, foi o guardião dos livros, minha mãe, Valdeti, foi a grande contadora de histórias, a escrita e a voz emprestando-me ideias para meus próprios livros. Espero sempre que eles encontrem seus lugares em suas respectivas estantes, recebendo acolhida carinhosa.”
“Há algumas estantes na casa, mas a que fica mais perto de mim, quase em cima da minha cabeça, é esta da foto. Nunca tinha prestado muita atenção nela. Porém agora, olhando com atenção, vejo que minha estante revela três eus. No primeiro andar fica o eu-escritor, com os livros que escrevi e aqueles nos quais tenho algum texto. Também há fotos de família, caveiras (penso um bocado na morte) e uns bonecos engraçados, como uma múmia e um toureiro. No segundo andar fica o eu-leitor. É onde estão os livros que estou lendo ou quero ler. Não faço ideia de como o senhor Spock se teleportou para lá. Por fim, no terceiro andar fica o eu-não-posso-ficar-sentado-o-dia-todo-nesta-cadeira. Ali ficam uns (poucos) troféus de natação, medalhas de pedestrianismo (só de participação) e uns prêmios de cinema. Há também um Jabuti, mas trata-se de um intruso (que eu não tiro porque teria que levantar da cadeira).”
A morada de dragões, piratas, astronautas, reis e rainhas
“Na minha estante moram livros que me viram crescer. Moram livros que eu li na idade adulta, mas que me fazem voltar a ser criança. Moram dragões, piratas, sereias, astronautas, reis e rainhas. Moram histórias escritas por pessoas fantásticas que tenho a sorte de conhecer. Moram histórias sobre pessoas inspiradoras que jamais terei a chance de encontrar. Moram lugares que me fazem viajar sem sair do lugar. Moram muitos bichos que falam e alguns bichos que se acham livros. Minha estante de infantis e livros de arte é uma mini-micro amostra da biblioteca da família. Com pai historiador, mãe jornalista e irmão arqueólogo, as paredes de casa sempre foram cobertas de livros. Até o corredor do apartamento virou lugar deles. Comigo, lá na roça, tenho uma mistura de prateleiras e caixas que fazem do meu escritório um pedaço cheio de imaginação. Para os meus gatos, aqui também é um cantinho inspirador: às vezes, a estante vira uma parede de escalada, outras, um parque de diversões (com direito a muitos livros espalhados pelo chão).”
“Quando fiz 18 anos comprei uma estante da Lundia Willo com meu primeiro salário. Isso já faz muito tempo e ela continua comigo – sempre no meu quarto – com infinitas camadas de pintura. O lugar dos livros “do agora”, cada prateleira dedicada a um assunto: pesquisa de contos, romances na fila de espera para serem percorridos, estudos de artes narrativas, coletâneas de contos tradicionais, artes da memória, tradições populares brasileiras, mestres do caminho e nas beiradas os livros enormes pra manter todos os outros em pé. Essa pequena estante não é como as outras que povoam a casa. Aparentemente a mesma monótona ordenação por assunto, como nas outras. Só que aqui, alguns livros guardam coisas escondidas no meio de suas páginas, há fotos que separam brochuras, curiosidades incatalogáveis. Nicho de aconchegos. Essa estante é o continente perfeito, em si mesmo uma longa história, que vive a emoldurar as histórias entremeadas nas histórias que cada um e todos esses livros contém. Nunca lidas, jamais contadas, cúmplices por mil e uma noites. Até o além.”
Um dos problemas frequentes de uma biblioteca pública é a maneira como as pessoas entendem o bem comum, aquilo que todos podem usufruir. Para boa parte das pessoas o entendimento parece ser: público é o particular, restrito, reservado a elas, pelo menos enquanto estão usando.
Talvez, por isso, seja comum que os materiais voltem para a biblioteca riscados, molhados pela chuva, com fungos, rasgados, com partes faltando etc. Acreditem, isso é bem comum. No entanto, as principais intervenções são mesmo as anotações, comentários e trechos sublinhados a lápis ou a caneta com fins de fichamento.
Há também as anotações que não buscam dar relevo a trechos, como por exemplo, esse diálogo entre leitores nas páginas do livro Dona Veridiana, de Luiz Felipe D’Avila.
Ou esses rabiscos, nas páginas do livro O que é comunicação empresarial, de Paulo Nassar e Rubens Figueiredo.
Às vezes, dependendo do dano, precisamos substituir a obra, e se conseguimos identificar a pessoa responsável, solicitamos que o livro seja reposto.
É comum também muitas pessoas reclamarem com o pessoal do atendimento quando o livro está muito riscado a ponto de atrapalhar a leitura. Tempos atrás nos deparamos numa página do Facebook com essa mensagem:
Um apelo importante: por favor, não grifem os livros da biblioteca. Tenho dislexia e não consigo dar coesão ao texto; as partes grifadas, não encaixam-se em semântica ou sintaxe com as não grifadas, além de que eu não consigo dar continuidade ao texto, fico apenas lendo palavras não linearmente.
Por isso, há outros lugares, melhores, que não as páginas dos livros da Biblioteca, para postar/expressar seu descontentamento ou fazer seu fichamento, e não estamos falando do Facebook, Twitter, Google Docs apenas. No Portal da Busca Integrada há um espaço pensado exatamente para isso. Pode-se adicionar tags, comentários e resenhas e é muito simples.
Você precisa estar logado no sistema, com a mesma senha que usa para emprestar ou fazer renovações, daí clica em Resenhas & Tags e adiciona quantas tags ou comentários quiser, que ficarão visíveis para todo mundo. Ao clicar numa tag visualizam-se todas as obras a que foram atribuídas aquela tag. E pode até atribuir notas para o item.
Então ficamos combinados assim. Se o livro é público entenda que todos podem usá-lo, não só você, por isso não risque!
Até 30 de abril, Biblioteca da Faculdade de Odontologia de Bauru mostra obras de dez artistas
Abandono, de Leonides Berriel – Foto: Giane Quintela
Foi aberta no dia 21 de março a exposição Acervo, no hall de entrada da Biblioteca da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP. Até 30 de abril, a mostra exibe dez obras de dez artistas plásticos, que doaram seus trabalhos para o acervo da Seção de Eventos Culturais da Prefeitura do Campus da USP de Bauru (PUSP-B).
Esses artistas expuseram seus trabalhos no período entre 1989 e 1990, quando realizaram exposições no Projeto Arco-Íris, idealizado e coordenado pelo artista plástico Farid Lawi, na época responsável pela área cultural e pelas mostras realizadas no campus.
Segundo Giane Tenorio Quintela, responsável pela mostra que integra o Projeto Atelier & Arte da Seção de Eventos Culturais da PUSP-B, o objetivo é exibir ao público parte das obras de arte doadas à Prefeitura do campus, que ficam guardadas no acervo da Seção de Eventos Culturais.
Olhar Felino, de Odila Barbugiani, e Urbanidade, de Dalva Tereza Victorelli – Foto: Giane Quintela
Estão expostos dez quadros em tela ou madeira, com técnicas de acrílica, óleo, nanquim e crayon. Os trabalhos são dos artistas plásticos Luis Antonio Gomes, Dalva Tereza Victorelli, Maria Cristina Romão Silva, João Ponce Paz, Rodolfo Hajzok, Armando D’Aquino, José Carlos Plácido Silva, Leonides Berbel, Odila Maria Barbugiani e Gizelle Gadotti Monteiro.
A mostra permanece aberta à visitação pública até o dia 30 de abril, no hall de entrada da Biblioteca da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB), com visitação de segunda a sexta-feira, das 8 às 22 horas, e aos sábados, das 9 às 12 horas. Entrada grátis. Mais informações podem ser obtidas no Centro Cultural do campus da USP em Bauru, no telefone (14) 3235-8394. A FOB se localiza na Alameda Dr. Octávio Pinheiro Brisolla, 9-75, na Vila Universitária, em Bauru (SP).
Com coleções próprias, eles também disponibilizam coleções em lugares não convencionais
O historiador Amilcar Martins Filho disponibiliza cerca de 1,8 mil obras raras, além de um acervo de títulos correntes, no Instituto Cultural Amilcar Martins, na Rua Ceará (foto: LEANDRO COURI/EM/D.A.PRESS)
O amor pelos livros e, principalmente, pela história de Minas fez com que o historiador e professor Amilcar Vianna Martins Filho reunisse ao longo da vida um acervo bibliográfico de peso. Em 2001, quando criou o Icam, instituto cultural que homenageia seu pai, o parasitologista e pesquisador Amilcar Vianna Martins (1907-1990), ele decidiu levar a sua coleção para lá. “Inicialmente, o Icam funcionou no Edifício Acaiaca, no Centro, e desde 2010, temos uma sede própria na Rua Ceará, no Funcionários. O instituto promove uma série de atividades, mas o carro-chefe é a biblioteca”, comenta Amílcar.
Além de se caracterizar como uma biblioteca de referência e pesquisa, o espaço é um importante centro de preservação do patrimônio cultural bibliográfico do estado. A Coleção Mineiriana do Icam reúne hoje cerca de 14 mil títulos, entre livros, opúsculos e periódicos, sobre a história e a cultura mineiras. Ali é possível encontrar volumes sobre história, cultura, política, arquitetura, culinária, biografias de mineiros ou escritas por mineiros, além de romances.
O acervo é aberto à comunidade, mas as consultas devem ser feitas in loco. “Geralmente, quem vem são historiadores, professores, estudantes ou pessoas que estão desenvolvendo pesquisas sobre algum aspecto da história de Minas. Mas a biblioteca é aberta a qualquer um”, frisa.
O espaço é dividido em duas partes – uma com as obras correntes, que vão de 1940 até hoje (a maior parte do acervo) e a outra com obras raras, que ele chama de “a joia da coroa” (1,8 mil exemplares), incluindo publicações dos séculos 18, 19 e 20 (até 1940).
“Temos obras raríssimas aqui. Até livros conhecidos como ‘cabeça de bacalhau’, aqueles que todo mundo sabe que existe, mas ninguém nunca viu”, diz o historiador. Entre as raridades está Triunfo eucarístico, publicada em 1734, sobre a festa realizada em Vila Rica no ano anterior para a inauguração da Matriz do Pilar. Outro tesouro é o livro Áureo trono episcopal, publicado em 1749, sobre a chegada do primeiro bispo a Mariana.
“São dois livros raríssimos e fundamentais para o estudo da história de Minas Gerais dos setecentos”, pontua. “Recentemente, a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Ciência, a Educação e a Cultura) divulgou que a coleção de obras raras da nossa biblioteca foi contemplada com o título Memória do Mundo. É o primeiro acervo bibliográfico brasileiro a receber tal honraria. Ela virou um patrimônio do mundo”, celebra.
MERCEARIOTECA Em 2014, o geógrafo João Alves da Silva Filho comprou uma mercearia no Padre Eustáquio, na Região Noroeste de BH. Os livros sempre fizeram parte da sua rotina e da mulher, a jornalista e escritora Leida Reis, e foi então que os decidiram levar uma parte do acervo para o estabelecimento. Nascia assim a Mercearioteca.
“A gente acabou vendendo a mercearia, e o novo dono não levou o projeto adiante. Mas a ideia proliferou. Começamos a levar os livros para outros pontos comerciais”, conta Leida.
Hoje, há três unidades de Mercearioteca no Padre Eustáquio (Auto Escola Padre Eustáquio, Bar Tudo no Ponto e Alonsos’Burguer), além do São Lucas (Cantina do Sorriso), e outra em Patrocínio, no interior de Minas. “Acredito que o livro de papel ainda tem muita vida, é um objeto que instiga o leitor. O empréstimo é meio informal, mas tudo que é feito para estimular a leitura é sempre positivo”, afirma Leida, que se prepara para lançar seu primeiro livro infantil em abril, As árvores invisíveis.
UNIVERSIDADES PERMITEM CONSULTAS A SEUS ACERVOS
As 25 bibliotecas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) são abertas à visitação da comunidade, que pode usar os espaços de estudo, visitar as exposições e participar de outros eventos abertos ao público. No entanto, o empréstimo domiciliar de livros pode ser feito apenas por pessoas com vínculo com a universidade, mediante apresentação da carteirinha institucional.
As pessoas sem vínculo com a UFMG têm a opção de fazer o empréstimo rápido, que permite a retirada do material da biblioteca por duas horas, e é realizado mediante preenchimento de formulário e retenção de documento de identidade durante o período de empréstimo.
As bibliotecas da PUC Minas também são abertas ao cidadão para uso interno do espaço físico e dos conteúdos. O empréstimo não é liberado à comunidade, mas é disponibilizado todo o suporte na localização e acesso à informação, assim como a possibilidade de cópia do material, respeitada a Lei de Direitos Autorais.
Já a Biblioteca da Academia Mineira de Letras, que possui aproximadamente 35 mil livros, ainda não está aberta à comunidade. Está em desenvolvimento o projeto de organização da Biblioteca da AML, com o objetivo de disponibilizar parcialmente o acervo, a partir de 2019, a pesquisadores das áreas de literatura, história e política social de Minas Gerais e do Brasil.
z FORA DA PRATELEIRA
Veja onde encontrar as bibliotecas não convencionais
» MERCEARIOTECAS
Auto Escola Padre Eustáquio. Praça do Nino, Padre Eustáquio,
(31) 3462-0339. Funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 19h.
Bar Tudo no Ponto. Rua Curral Del Rey, 142, Padre Eustáquio, sem telefone. Funciona diariamente, das 12h às 23h.
Alonsos’Burguer. Rua Curral Del Rey, 331, Padre Eustáquio, (31) 3412-1342. Funciona diariamente, das 17h às 2h.
Cantina do Sorriso. Rua Visconde de Taunay, 263, São Lucas,
(31) 2515-3559. Aberto de segunda-feira a sábado, das 10h às 15h.
» BIBLIOTECA DO INSTITUTO CULTURAL AMILCAR MARTINS
Rua Ceará, 2.037, Funcionários, (31) 3274-6666. Funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 18h
Novas adições. Com mais de 9 mil exemplares em seu acervo, a Biblioteca da SP Escola de Teatro fica na sede Brás da Instituição. Foto: Jonas Lírio/SP Escola de Teatro
O acervo da Biblioteca da SP Escola de Teatro, que já conta com mais de 9 mil livros, acaba de ficar ainda maior: 23 novos livros foram adicionados à coleção neste mês de março. Todos trazem questões relacionadas a corpo e identidade, temáticas que norteiam as discussões e trabalhos deste semestre letivo dos cursos regulares da Instituição.
Entre os novos exemplares estão o “Manifesto Contrassexual”, de Paul B. Preciado, que questiona estereótipos enraizados nos conceitos de sexualidade, e “Mulheres, Raça e Classe”, obra da filósofa Angela Davis que traça um panorama histórico dos movimentos compostos por minorias sociais e suas lutas.
Artistas e ativistas que passaram pela Escola neste ano também doaram cópias de seus livros para o acervo da Biblioteca. Entre as novas adições estão “Copi – Transgressão e Escrita Transformista”, da pesquisadora Renata Pimentel, e “A Queda do Céu”, do líder Yanomami Davi Kopenawa.
A Biblioteca da SP Escola de Teatro funciona na sede Brás da Instituição, de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h. Não é necessário ser aprendiz para consultar e emprestar livros, pois ela é aberta a todo o público.
Confira abaixo a relação de novos exemplares já disponíveis na Biblioteca:
“A Integração do Negro na Sociedade de Classes: o legado da raça branca”, Florestan Fernandes
“A Invenção do Ser Negro”, Gislene Aparecida dos Santos
“A Queda do Céu”, Davi Kopenawa
“Bantos, Malês e Identidade Negra”, Nei Lopes
“Contos completos de Lima Barreto”, Lilia Moritz Schwarcz
“Contos Indígenas Brasileiros”, Daniel Munduruku
“Da Cabula”, Allan da Rosa
“Dois Nós na Noite e Outras Peças de Teatro Negro-brasileiro”, Luiz Silva (Cuti)
“Fome: uma autobiografia do (meu) corpo”, Roxane Gay
“Guerreiras do Cabaré: a mulher negra no espetáculo do Bando de Teatro Olodum”, Marcos Uzel
“História do Corpo”, Jean-Jacques Courtine
“Manifesto Contrassexual: práticas subversivas de identidade sexual”, Paul B. Preciado
“Mulheres, Raça e Classe”, Angela Davis
“Na Minha Pele”, Lázaro Ramos
“O Genocídio do Negro Brasileiro”, Abdias do Nascimento
“O Leão e Joia”, Wole Soyinka
“O Triste Fim de Policarpo Quaresma”, Lima Barreto
“Poder Extra G”, Thati Machado
“Poesia Total”, Waly Salomão
“Racismo, Sexismo e Desigualdade no Brasil”, Sueli Carneiro (Col. Consciência em Debate)
“Tsotsi: Infância Roubada; seguido da peça Mestre Harold …e os Meninos”, Athol Fugard
“Um Defeito de Cor”, Ana Maria Gonçalves
“Vida Trans: a coragem de existir”, Márcia Rocha, João W. Nery, Amara Moira, T. Brant
Hoje exclusiva a associados e associadas, Biblioteca IBCCRIM passará a atender mensalmente qualquer pessoa interessada em se aprofundar no campo das Ciências Criminais
A Biblioteca do IBCCRIM lança o programa “Biblioteca Cidadã”, criado para ampliar as pesquisas e difundir os conhecimentos em Ciências Criminais no país.
A partir de abril, sempre na primeira terça-feira de cada mês, a Biblioteca – hoje exclusiva ao corpo associativo do Instituto – abrirá as portas para qualquer pessoa interessada em estudar ou se aprofundar nesse campo do conhecimento.
É a primeira vez que o IBCCRIM permite a pessoas não associadas a consulta ao acervo de sua Biblioteca.
Com mais de 77 mil exemplares, de obras físicas e digitais, a Biblioteca do Instituto é considerada a mais completa em Ciências Criminais da América Latina.
Como participar
O acesso aos materiais será disponibilizado após o pedido de agendamento, que pode ser feito por e-mail (biblioteca@ibccrim.org.br). Quem desejar fazer a visita deve indicar se pretende visitar a biblioteca no período da manhã ou da tarde e aguardar confirmação.
A Biblioteca funciona das 8h às 18h45 e será possível receber cinco visitantes no período da manhã e cinco no da tarde.
Por enquanto, a consulta ao acervo só poderá ser feita presencialmente, na sede do IBCCRIM, na cidade de São Paulo. A Biblioteca fica no 5º andar do prédio localizado na Rua Onze de Agosto, 52, na região da Sé.
Agende sua visita! Primeira data para visita é dia 3 de abril!
A Biblioteca Municipal “Macedo Soares” da Secretaria Municipal de Educação está com as inscrições abertas para o projeto “Desvendando a Deficiência Visual 2018”, a partir desta terça-feira (27), com cursos de Informática, Braille e Soroban para deficientes visuais. A ação faz parte do Programa “Jacareí Cidade Leitora”, lançado no último dia 19 de março.
As inscrições acontecem até 13 de abril, das 8h às 12h e das 13h às 16h30, na Biblioteca Municipal (Av. Nove de Julho 215, Centro). Para se inscrever o aluno deverá ser alfabetizado e levar 2 fotos 3×4, documento com foto e comprovante de endereço recente, que não precisa ser somente de Jacareí.
O primeiro módulo de Informática terá carga horária de 20 horas. Nele, os alunos aprenderão as noções básicas, a familiarização com o teclado e técnicas de digitação. Cada participante deverá levar seu próprio fone de ouvido, com plug padrão P2 de 3.5mm. Ao longo do ano serão oferecidos outros módulos do curso, nos quais os participantes aprenderão sobre a utilização de leitores de tela, navegadores de internet, redes sociais, editores de texto e planilhas de dados.
O curso de Braille para deficientes visuais, com carga horária de 60 horas, auxiliará o deficiente visual a desenvolver a leitura e escrita através do sistema Braille. Inicialmente, os alunos passarão pelo processo de pré-leitura e estimulação tátil. Posteriormente, serão abordados temas referentes à morfologia e grafia das palavras, do alfabeto, das letras, acentos gráficos e sinais de pontuação, bem como a disposição de frases, parágrafos e textos.
No curso de Soroban, os deficientes visuais serão apresentados ao ábaco japonês, utilizado para realizar cálculos matemáticos simples e avançados. Ao longo das 60 horas de duração do curso, os alunos passarão pelos processos de “Pré-Soroban” com uso de jogos, estimulação tátil, reconhecimento do ábaco, registros numéricos e, finalmente, cálculos aritméticos.
Retrospectiva – Em 2017, a Biblioteca Municipal “Macedo Soares” desenvolveu o Projeto Desvendando a Deficiência Visual, com cursos de Braille, Soroban e Baixa Visão. Ao longo do ano foram atendidas mais de 80 pessoas.
O projeto foi selecionado para participar do Seminário “Biblioteca Viva – 10° Seminário Internacional de Bibliotecas Públicas e Comunitárias”. Na ocasião foram escolhidos os projetos mais significativos de inovação em Bibliotecas Públicas de todo o Brasil.
Em 2018, o projeto foi ampliado, oferecendo novos cursos voltados, especialmente, aos deficientes visuais. Todas as aulas são realizadas na Biblioteca Municipal “Macedo Soares” para um público alvo de deficientes visuais (cegueira ou baixa visão) alfabetizados.
Jacareí Cidade Leitora – O programa “Jacareí Cidade Leitora” foi lançado pela Secretaria de Educação no último dia 19 de março, e objetiva incentivar a leitura em todo município. Entre suas ações está o projeto “Desvendando a Deficiência Visual”.
A Secretária de Educação, Maria Thereza Ferreira Cyrino, enfatiza que “existem muitas maneiras de enxergarmos o mundo. Os deficientes visuais o leem de maneira diferente dos videntes. O Programa “Jacareí Cidade Leitora” não é destinado apenas à leitura de livros, mas sim a leitura do mundo. Nesse sentido, o projeto tem um papel fundamental na inserção social e econômica do deficiente visual”.
Serviço – Projeto “Desvendando a Deficiência Visual 2018”
Curso: Informática para Deficientes Visuais (Módulo I)
Carga Horária: 20 horas;
Turmas: 4 (8 vagas por turma);
Horários:
Segunda-feira: 13h30 às 14h30 (turma I);
Terça-feira das 13h30 às 14h30 (turma II);
Quarta-feira das 13h30 às 14h30 (turma III);
Quinta-feira das 13h30 às 14h30 (turma IV);
Início das aulas: a partir de 15 abril de 2018;
Requisitos: para as aulas, cada participante deverá levar fone de ouvido com plug padrão P2 de 3,5mm.
Curso: Braille para deficientes visuais
Carga Horária: 60 horas;
Turmas: 2 (10 vagas por turma);
Horário: Segunda-Feira das 15h às 16h30 (turma I), quarta-feira das 15h às 16h30 (turma II);
Início das aulas: 16/04/2018;
Curso: Soroban para deficientes visuais
Carga Horária: 60 horas;
Turmas: 2 (10 vagas por turma);
Horário: Terça-feira das 15h às 16h30 (turma I), quinta-feira das 15h às 16h30 (turma II);
Início das aulas: 17/04/2018;
Inscrições – de 27 a 13 de abril de 2018
Local: Biblioteca Municipal “Macedo Soares” – Av. Nove de Julho 215, Centro
Horário: das 8h às 12h, e das 13h às 16h30;
Documentos Necessários: 2 fotos 3×4, documento original com foto e comprovante de endereço recente, que não precisa ser só de Jacareí.
Tão importante quanto o texto é a maneira como um livro chega ao seu leitor. Há sempre a mão do destino nos encontros mais importantes. É um prazer ir a uma livraria, passear pelas prateleiras e encontrar um exemplar que, de fato, valha a leitura, que sopre um vento novo, que seja um alívio, uma janela aberta.
Há outra maneira de promover esse encontro, quando ele acontece em uma prateleira, ninho ou geladeira cheias de livros para doação. Tem sido assim para muita gente, como parte de uma onda de iniciativas que fazem a literatura circular de uma maneira não convencional, quase no contrafluxo do movimento de escolha e compra. Circulam por aí relatos lindos de pessoas que acharam um texto em um desses pontos de doação e deixou sua vida mudar, palavra a palavra.
Dois projetos em Fortaleza, quase como o mesmo nome, encontraram a forma certa de compreender do que se trata esse movimento: Livro Livre e Livros Livres. O primeiro está espalhado pela Cidade, cuidado por uma leitora dedicada chamada Anitta Moura. O segundo, no plural, é um projeto da Biblioteca da Universidade Federal do Ceará, no Campus do Pici e em outros campi, organizado com carinho e muito esforço pela Islânia Castro.
A biblioteca pessoal mora mesmo na lembrança. Quando o acaso ajuda a construir esse relicário de leituras, o olhar alcança muito além do que estava na rota
A ideia é a mesma: os livros são recebidos, cuidados, marcados com seus carimbos de liberdade e ganham mundo para que encontrem os leitores. Nos pontos de doação e troca, a moeda é só mesmo o desejo de ler. É um conceito de relação com a leitura que subverte a ideia do apego, do ciúme, dos livros acumulados pela casa. É um sebo solidário, uma biblioteca que se doa e se desmancha, ao mesmo tempo em que se refaz todos os dias. Não parece um bocado com o fantástico livro de areia do Jorge Luis Borges? Aquele que nunca é o mesmo e que não obedece a qualquer regra de numeração ou impressão?
Há outra coisa acontecendo nessa relação entre livros e acaso. Estamos revivendo os tempos áureos do Círculo do Livro, surpreendentemente melhorado com um novo clube de assinaturas: Tag Livros. Assinando o clube, o leitor recebe em sua casa um ou dois livros por mês, dependendo do plano. São edições exclusivas, escolhidas por um time de curadores de primeira qualidade e que trazem para o assinante a possibilidade de ler algo que talvez nunca chegasse por outros caminhos. As edições são muito bonitas, chegam direto em casa. A Tag é uma proposta genial, que vem como um respiro aliviado no meio de uma crise grave no mercado editorial brasileiro.
É de acasos que se faz o percurso de um leitor. Acho, aliás, que todos que leem muito deveriam escrever cartas sobre isso, sobre o que ficou de tantas leituras ao longo do tempo. Nem tudo fica, muita coisa vai embora com o vento. Alguns autores permanecem, apaixonam, marcam. Algumas frases, vários sentimentos. A biblioteca pessoal mora mesmo na lembrança. Quando o acaso ajuda a construir esse relicário de leituras, o olhar alcança muito além do que estava na rota. Toda vida precisa dos desvios do destino. Os livros são mensageiros dos bons descaminhos.
No dia 12 de março, que neste ano foi uma segunda feira, comemoramos o dia do Bibliotecário. Todos os anos várias são as atividades programadas por associações, entidades e bibliotecas por todo o Brasil. Agora, 2018, não foi diferente, ou seja, inúmeras atividades, vários eventos foram realizados.
Uma constatação: a maioria das temáticas escolhidas diziam respeito ao próprio fazer do bibliotecário.
Participei como diretor de várias entidades da área. Sempre que pude, fiz parte como membro associado delas, mesmo que não atuando formalmente na diretoria. A exemplo do que ocorre hoje, as entidades de que participava também organizavam eventos comemorativos, sobretudo no dia do Bibliotecário. Nessas e em outras oportunidades, quando o tema escolhido se referia ao fazer do profissional ou a segmentos desse fazer, o número de participantes era, digamos, razoável, mas certamente maior do que nos eventos em que o tema tinha como norte algo vinculado ao profissional ou quanto a sua relação com a sociedade.
Eventos em que se abordava o salário, condições de trabalho, mercado de trabalho etc., sempre atraiam um pequeno número de participantes. O mesmo ocorria quando discutíamos nossa responsabilidade profissional perante a sociedade e aos nossos usuários. A quantidade de participantes também era pequena. Em outros momentos em que o tema estava voltado para posições da classe bibliotecária ante ações do governo relativas à nossa matéria prima e aos nossos – e de toda a sociedade – interesses profissionais, a sala em que o evento ocorria ficava praticamente vazia.
O que expus acima traduz uma situação vivida, em especial, no final dos anos 1980 e durante os anos 1990. Hoje, infelizmente, parece que nada foi alterado.
O bibliotecário vive em seu próprio mundo, voltado para seu próprio quintal, seu próprio umbigo.
Muitos dizem: a sociedade não nos conhece, não sabe o que podemos fazer, quais são os nossos fazeres.
De fato, a sociedade não sabe e nem saberá, da mesma forma que os bibliotecários nada sabem, nem saberão, a seguir assim, sobre a sociedade.
Voltar-se para si mesmo, esquecendo-se do que ocorre em volta, da vida em seu entorno, é característica dos conservadores que, por sua vez, é característica dos bibliotecários. Só para deixar mais claro: estou dizendo que os bibliotecários são conservadores e estão voltados para si mesmos, para seus próprios problemas. Nem todos, claro, mas um número que considero excessivamente grande.
Historicamente, tudo o que ocorreu nas áreas política, econômica, social, cultural, educacional etc., relacionadas com os interesses de trabalho do bibliotecário, como a informação, a leitura, o livro, entre outras, foram, com raras exceções, de pouca preocupação dos profissionais que atuam nessa área. Na ditadura militar, naqueles terríveis vinte e cinco anos – que parece não terem terminado – o bibliotecário ficou quieto, amuado, cabisbaixo, não se posicionou contra a censura política, social, educacional, artística; não se posicionou contra a prioridade na partilha de verbas para as bibliotecas especializadas; não ficou contrário a políticas públicas que relegavam, ou melhor, esqueciam sumariamente as bibliotecas públicas e escolares; não se fez presente nos movimentos que lutavam contra o controle do trabalho pedagógico das escolas, dos professores, das bibliotecas e dos próprios bibliotecários, uma vez que não só suas ações eram tolhidas como a construção do acervo passava por crivo rigoroso dos órgãos censores.
Em muitos casos, a programação dos eventos comemorativos do Dia do Bibliotecário deixa clara a posição de isolamento do profissional ante a sociedade. Os temas voltam-se para as ações que o bibliotecário desenvolve nos seus espaços de atuação e de trabalho.
Só para reforçar uma ideia que defendo há tempos: o bibliotecário não é um sacerdote do saber; o bibliotecário é um trabalhador assalariado e como tal não deve se considerar acima das intempéries mundanas; além dos problemas de sobrevivência. O bibliotecário, como trabalhador que é, deve lutar por melhores salários, melhores condições de trabalho, por uma aposentadoria que lhe permita uma vida digna.
Pensar dessa forma não significa defender um egoísmo tolo, significa, ao contrário, defender sua condição de cidadão, sim, mas defender também a condição de cidadão de todos que pertencem ou não à comunidade atendida por uma biblioteca. Ser cidadão implica, necessariamente, em que o outro também seja cidadão. É uma impossibilidade ser cidadão sozinho.
Nossa condição de profissional pressupõe uma responsabilidade social em relação ao nosso trabalho. A sociedade nos possibilitou o acesso a uma universidade e a uma profissão qualificada que, ao menos em tese, nos propicia um salário melhor. Devemos um retorno a ela na forma da consciência de nossa responsabilidade como profissionais e de ações e posturas éticas.
Muitas vezes, no entanto, nossa preocupação está voltada apenas a nossos interesses. A biblioteca escolar, por exemplo, é vista por boa parte dos profissionais, apenas como espaço de trabalho. Lutam desesperadamente pelo mercado de trabalho e não pela biblioteca escolar. Os bibliotecários devem pensar a biblioteca escolar como um espaço de aprendizagem, como um equipamento informacional, como a oportunidade de aplicação de seus conhecimentos, de suas habilidades, de suas competências, como o momento de concretizar suas responsabilidades sociais, antes de um segmento do mercado de trabalho tão somente.
No caso da biblioteca pública, o bibliotecário deve pensa-la como um espaço de resistência informacional, lugar em que se oferece o contraponto das informações comerciais, oriundas das grandes mídias, dos grandes conglomerados midiáticos. Biblioteca pública não é apenas um espaço de trabalho do bibliotecário, nem mesmo um local bonito, aconchegante, mas que reproduz as informações de interesse dos que não querem mudanças na situação atual. A biblioteca pública é um espaço, repito, de resistência informacional.
Vamos nos libertar das coisas que nos prendem. Vamos utilizar técnicas, mas não como fim último de nossos fazeres, não como nosso principal objeto, objetivo de nossa profissão, de nossa área. O grito deve ser por liberdade. A Biblioteconomia é transformadora, assim como o é o bibliotecário e a biblioteca. Não vamos nos prender a um conservadorismo egoísta, voltado para nossas próprias ações, nossos próprios, mesquinhos, interesses. Chega de disseminar e preservar unicamente o que é fruto dos interesses de uma minoria. A bandeira que se empunha deve ser aquela que está voltada para os pobres de informação – que também são pobres de alimentos, de saúde, de educação, de empregos, de saneamento básico, de moradia…
Biblioteca do IEL vai mudar horário por falta de funcionários
A direção do IEL (Instituto de Estudos da Linguagem) da Unicamp confirmou que a Biblioteca Antonio Candido deve mudar o horário de funcionamento. O motivo é a falta de funcionários para cobrir todos os turnos.
O IEL teve diversas aposentadorias sem reposição nos últimos anos e, em 2018, com a aposentadoria de mais uma funcionária do atendimento, a situação se agravou ainda mais, sobretudo no período da manhã.
O horário atual de funcionamento da nossa biblioteca é de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 23h.
“O que esperamos conseguir manter, por meio de revezamento entre os funcionários disponíveis, até o dia 13 de abril. Se a situação não se alterar até lá, a partir do dia 16 o horário de abertura passará a ser às 12 horas”, afirmou Jefferson Cano, diretor associado do IEL.
De acordo com um email enviado pelo IEL, “A biblioteca já vem sendo afetada pelas aposentadorias – sem nenhuma reposição – desde 2015, mas o quadro ficou ainda mais sério a partir de 2017, quando o funcionamento nos três períodos (manhã, tarde e noite) passou a depender do apoio de bolsistas e estagiários, que atuam inclusive no balcão de atendimento, medida extrema e temerária”.
O email ainda alerta que “Estão previstas mais quatro aposentadorias nos próximos meses, o que colocará em risco o funcionamento noturno da Biblioteca a partir do início de 2019, se não houver contratação de técnicos e bibliotecários”.
Os alunos estão se mobilizando. Há um abaixo-assinado pedindo a contratação de funcionários para que, pelo menos, a biblioteca não fique fechada no período da manhã.
O I Seminário Virtual da Turnitin apresenta a bibliotecária do Centro de Referência da Unifor, Mírian Cris, compartilhando boas práticas para o desenvolvimento das atividades da Biblioteca como eixo central de apoio e capacitação da comunidade acadêmica na Unifor.
Sigam a página da Turnitin Brasil no Linkedin – Turnitin Brasil – para acompanhar nosso calendário de eventos e conteúdo relevante sobre integridade acadêmica, melhoria da escrita e da qualidade da pesquisa científica.
Quem mora em São Paulo terá um motivo a mais para poder colecionar o álbum de figurinhas da Copa do Mundo de 2018. A Prefeitura Municipal paulistana anunciou que as bibliotecas municipais servirão de pontos de troca para figurinhas a partir de abril.
O projeto faz parte do programa ‘Biblioteca Viva’, promovido pela prefeitura de São Paulo. As 54 bibliotecas da rede municipal virarão a partir de 7 de abril postos de troca para os colecionadores do Álbum do Mundial da Rússia. As trocas acontecerão durante os sábados, das 11h às 15h. A entrada é gratuita.
Quem doar um livro usado em boas condições para uma das bibliotecas, terá direito a dez figurinhas. André Sturm, secretário de Cultura de São Paulo, explicou como a ação não só irá promover encontros entre colecionadores, mas também abrir as bibliotecas a um novo público.
“A ação tem como objetivo romper a barreira da primeira visita à biblioteca. Ou seja, jovens e adultos que forem trocar figurinhas podem conhecer a biblioteca e retornar futuramente. Assim, os encontros fazem com que as bibliotecas sejam cada vez mais próximas da rotina de uma pessoa de forma prazerosa, como espaços de convivência e troca de saberes”, afirmou.
A lista de bibliotecas municipais de São Paulo que trocarão figurinhas da Copa do Mundo está disponível neste endereço.
A Fundação Biblioteca Nacional lançou no dia 12 de março, em comemoração ao Dia do Bibliotecário, os livros O bibliotecário perfeito: o historiador Ramiz Galvão na Biblioteca Nacional e A Biblioteca Nacional na crônica da cidade, ambos sobre a história da instituição. Em mesa-redonda organizada pelo Centro de Pesquisa e Editoração, os autores Ana Paula Sampaio Caldeira, Iuri Lapa e Lia Jordão falaram sobre suas obras, e a bibliotecária Luciana Grings, coordenadora de Serviços Bibliográficos, fez uma reflexão sobre a instituição e a profissão de bibliotecário.
O bibliotecário perfeito: o historiador Ramiz Galvão na Biblioteca Nacional
O primeiro livro, escrito por Ana Paula Sampaio Caldeira e coeditado com a Editora Universitária da Pontifícia Universidade
12 de março de 2018 – Mesa no Dia do Bibliotecário com Iuri Lapa, Lia Jordão, Marcus Venício Toledo, Ana Paula Caldeira e Luciana Grings.
Católica do Rio Grande do Sul, graças ao Edital de Parceria e Coedições da Biblioteca Nacional, traça uma espécie de perfil daquele que pode ser considerado o mais importante diretor da Biblioteca Nacional no século XIX.
“Ramiz Galvão foi um grande bibliotecário. Mais do que isso até, ele foi um articulador, um mediador cultural, da mesma geração de gente importante, como Joaquim Nabuco, Silvio Romero, Euclides da Cunha e tantos outros, tendo tido papel destacado em instituições como o Colégio Pedro II, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a Academia Brasileira de Letras e a Biblioteca Nacional, que ele dirigiu de 1870 a 1882”, explicou Ana Paula.
Na Biblioteca Nacional, em particular, para cuja direção foi nomeado aos 24 anos de idade, Benjamim Franklin de Ramiz Galvão estabeleceu uma série de padrões, técnicas e procedimentos biblioteconômicos numa época em que a ciência da organização de acervos não estava plenamente estruturada. Foi durante sua gestão, como lembra a autora, que a Biblioteca Nacional deu passos decisivos rumo a sua modernização: ele reformou o prédio sede da Rua do Passeio e introduziu a iluminação à gás, aprovou um novo estatuto, que incluía as novas seções de imprensa e cartas geográficas e de manuscritos e estampas, promoveu o primeiro concurso público, organizou a monumental Exposição de História do Brasil, deu início à publicação dos Anais da Biblioteca Nacional, a mais antiga e simbólica publicação da instituição, entre outras iniciativas.
“De que maneira um estudo centrado nos anos 70 e 80 do século XIX pode nos ajudar a entender a Biblioteca de maneira mais ampla?”, indagou a historiadora. “Eu quero falar sobre a memória desse personagem, o Ramiz Galvão, um homem dedicado aos registros históricos, um nome de peso no Instituto Histórico Brasileiro. No entanto, por mais que tenha sido um historiador importante, entre os historiadores não é um nome muito conhecido. Ramiz era uma figura discreta. A gente esbarra com o nome dele aqui e ali, mas as pessoas não param para entender melhor sua importância e papel”.
A Biblioteca Nacional foi uma espécie de divisor de águas entre o anonimato e o reconhecimento público de Ramiz Galvão. Se essa passagem foi importante para sua biografia, também o foi para a própria Biblioteca Nacional. Ramiz Galvão definiu o que era fundamental para a instituição, tendo transformado a Biblioteca Nacional, por excelência, em um lugar para a construção da memória nacional. As mudanças que ele promoveu colocaram a casa em pé de igualdade com padrões de atuação de instituições similares em plano internacional.
Na República, segundo Ana Paula, o barão de Ramiz Galvão atuou fortemente em projetos ligados à educação – há muitas imagens dele perto de Getúlio Vargas – e teve uma velhice muito atuante. Morreu aos 92 anos, em 1938. Com tanto para contar, a própria Ana Paula indica: “eu precisei fazer um recorte, justamente em torno desse período em que Ramiz esteve à frente da Biblioteca Nacional”.
O interesse de Ana Paula pela trajetória de Ramiz Galvão começou em 2008, quando ela ganhou uma bolsa do Programa de Apoio à Pesquisa da Biblioteca Nacional para desenvolver o projeto “A Biblioteca Nacional nos tempos de Ramiz Galvão (1870-1882)”. Logo depois, a pesquisa prosseguiu com tese de doutorado no Programa de Pós-Graduação em História Política no CPDOC, defendida em 2015 e distinguida com menção honrosa pelo Prêmio Sandra Jathay Pesavento e 2º lugar no Prêmio Manoel Luiz Salgado Guimarães.
A Biblioteca Nacional na crônica da cidade
O livro A Biblioteca Nacional na crônica da cidade é o primeiro de uma série de dois volumes, fruto de anos de trabalho de pesquisa dos historiadores Iuri Lapa e Lia Jordão no acervo da instituição, com destaque para a coleção de periódicos. Durante o processo de preparação da obra, a Hemeroteca Digital se revelou uma grande aliada dos dois pesquisadores, ajudando-os a encontrar uma série de referências e citações sobre a Biblioteca Nacional. Segundo Iuri Lapa, eles tiveram contato com um rico material que não teria sido descoberto sem o uso da poderosa ferramenta de busca da Hemeroteca Digital. A abundância de referências obrigou a equipe a fazer uma espécie de curadoria, selecionando o material mais relevante a partir de milhares de documentos.
O pesquisador explicou também o processo de construção da obra: “nós não seguimos um roteiro linear e não tivemos a pretensão de esgotar o tema. Começamos com a chegada da Biblioteca Nacional ao Brasil no século XIX, e fechamos em torno de 1960, quando ficou decidido que a instituição permaneceria no Rio de Janeiro – a transferência da Biblioteca Nacional para Brasília foi cogitada oficialmente na esteira da mudança da capital”.
Um aspecto que transparece ao longo do livro é a ligação muito próxima da Biblioteca Nacional com a cidade do Rio de Janeiro: “ninguém expôs tão bem a relação entre essa dinâmica da Biblioteca com a cidade quanto Carlos Drummond de Andrade, para quem ‘a Biblioteca é um pouco da alma do Rio’”. Drummond era frequentador assíduo da Biblioteca, e tinha uma mesa praticamente cativa na Divisão de Obras Gerais da casa.
Outro autor destacado na publicação é Rubem Braga, outro importante cronista da cidade, que fez tantos registros interessantes. “Reproduzimos o texto Borboleta Amarela, crônica de Rubem Braga, em que o personagem persegue uma borboleta em torno da Biblioteca Nacional”, explica Lia Jordão.
Os pesquisadores reuniram também textos de Olavo Bilac, que cita um rapaz que lia Júlio Verne nas dependências da Biblioteca; de Lima Barreto, com seu personagem Policarpo Quaresma, leitor dos Anais da Biblioteca Nacional, e com o protagonista do famoso conto O homem que falava javanês, que decide aprender um novo idioma estudando na Biblioteca Nacional. Aliás, Lima Barreto foi um importante crítico do novo prédio da Biblioteca Nacional, inaugurado em 1910. Segundo ele, a imponência da edificação a tornava pouco acolhedora, com certa ‘empáfia’ que, em sua visão, acabaria por afugentar os leitores.
Um aspecto particularmente tocante para os pesquisadores foi o contato com Ferreira Gullar para autorizar o uso de uma de suas crônicas: “tratamos diretamente com ele duas semanas antes de falecer”, relembra Iuri Lapa.
Outro viés da pesquisa realizada por Iuri Lapa e Lia Jordão está relacionada à busca de referências curiosas sobre os leitores da casa e seus hábitos peculiares, reclamações e comentários. Algumas pessoas chegavam ao cúmulo de marcar encontros comerciais na instituição, com mensagens como “Vende-se automóvel, tratar na mesa 80 da Biblioteca Nacional”.
Fechamento
Ao final do encontro, a bibliotecária e coordenadora de Serviços Bibliográficos da BN, Luciana Grings, fez um fechamento em homenagem aos bibliotecários, homenageados do dia. Aproveitando as discussões em torno de Ramiz Galvão, Luciana saudou sua atuação pioneira para a formação de instituições de memória no Brasil, nem sempre devidamente valorizadas: “mesmo sem saber, ele era um intelectual pleiteando o reconhecimento do patrimônio – do patrimônio intelectual, do patrimônio bibliográfico, enfim, do patrimônio nacional”.
12 de março de 2018 – Lia Jordão e Iuri Lapa autografam sua obra ‘A Biblioteca Nacional na crônica da cidade’ nos jardins da Biblioteca Nacional.
Algumas reflexões sobre os novos e fundamentais papéis que os profissionais da informação — em especial o(a)s bibliotecário(a)s escolares — devem assumir na Era Digital.
Que perfil deve ter, hoje, um(a) bibliotecário(a) escolar?
Não é segredo para ninguém que, nos últimos anos, as bibliotecas estão sendo obrigadas a se reinventarem à medida que o conteúdo se torna mais acessível on-line e o papel dessas bibliotecas se torna menos relacionado a armazenar livros, e mais direcionado a conectar leitores e construir conhecimentos. As bibliotecas já não são mais lugares restritos aos livros.
O papel das bibliotecas escolares muda drasticamente na Era Digital. Assim, como muda o papel dos bibliotecários escolares. Nos últimos anos, eu tenho interagido com muitas escolas e bibliotecários escolares aqui no Rio de Janeiro. Pelo que tenho observado, os desafios desses profissionais tendem a aumentar consideravelmente daqui pra frente. Não deve ser diferente em outras cidades brasileiras.
Trata-se de um momento de mudanças radicais: o papel do bibliotecário escolar deverá combinar as atuações de um especialista da informação com o de um agente (importante) da integração — dentro das escolas — de diversas tecnologias emergentes. Portanto, a ansiedade no ambiente das bibliotecas escolares não tem sido pouca. Sabemos também, que em termos legais, a biblioteca escolar no Brasil é agora equipamento obrigatório.
O problema é maior do que apenas estabelecer uma biblioteca escolar (que muitas escolas, surpreendentemente, ainda não possuem). O problema real das escolas e, naturalmente, das bibliotecas escolares é o da readaptação a uma nova realidade.
Eu que trato de leitura e tecnologia diariamente — porque há 3 anos, logo depois de editar a coleção de clássicos da literatura brasileira para o Google Brasil, imaginei uma biblioteca de clássicos da literatura brasileira, exclusivamente digital, para atender principalmente professores e alunos, a Biblioteca Cidade Livro, que conseguimos concretizar este ano — não tenho dúvidas:
Na era da informação e do conhecimento, o papel dos novos bibliotecários cresce em função, responsabilidade e importância. O bibliotecário é um profissional da informação, logo, seu papel não pode estar restrito apenas aos livros. A “biblioteca” está em todos os lugares. A “biblioteca” é o mundo.
Esse é, a meu ver, o perfil (amplo e conectado) do novo bibliotecário que as bibliotecas escolares precisam. Aliás, as bibliotecas escolares (qualquer biblioteca, enfim) deve ir aonde o leitor está. Ela também deve se “virtualizar”, se expandir, estar disponível (on-line) quando e onde quer que o leitor dela precise.
O perfil do novo bibliotecário: um exemplo caseiro
Quero dar um exemplo desse(a) novo(a) profissional. Um exemplo de dentro de casa. Eu tenho uma filha que na adolescência era “beta reader” de uma comunidade brasileira (importante) de FanFics. Anos mais tarde, ela decidiu cursar Biblioteconomia (e Ciências da Informação), fortemente influenciada por essa experiência de leitura constante em meios digitais.
Agora ela é a minha principal colaboradora no projeto da Biblioteca Digital Cidade Livro. Observando minha filha, uma jovem bibliotecária totalmente “tecnológica”, eu concluo que…
Os novos profissionais da biblioteconomia e da ciência da informação são (e serão cada vez mais) fortemente influenciados pelas tecnologias digitais e sociais. A tecnologia fará parte do dia a dia desses profissionais. A tecnologia será sua mais forte aliada.
Especificamente, no âmbito das bibliotecas escolares, essa é uma característica essencial para se conseguir estimular a leitura nos mais jovens, porque é notório que os dispositivos eletrônicos e digitais e as mídias sociais já fazem parte irreversivelmente da vida de alunos e professores.
Não se trata aqui, quero lembrar, de uma falaciosa guerra entre livros versus tecnologia.
Muitos professores (e bibliotecários mais antigos), infelizmente, pensam assim. Estão errados. É justamente o contrário: é necessária (e bem-vinda) uma integração de ambas as plataformas a favor do leitor. Eu me arrisco a dizer que os bibliotecários, esses profissionais da informação, precisam se adequar a essa realidade, porque essa nova visão lhes proporcionará, inclusive, novas e interessantes oportunidades profissionais.
Os bibliotecários mais jovens, os millennials (Geração Y) — e, logo, logo, os da Geração Z — , por terem crescido no meio dessa revolução, já possuem um perfil mais adaptável a essas novas necessidades.
Uma das funções da biblioteca escolar é ensinar o aluno a pensar, refletir, questionar. Não se vive mais em um mundo “tradicional”. Não é somente os softwares que hoje sofrem atualizações sistemáticas, muitos dos nossos conceitos também estão passando por drásticas atualizações.
É preciso aprender a ler o mundo, aconselhou o escritor e professor Affonso Romano de Sant’Anna em sua palestra no primeiro fórum do Plano Municipal do Livro e da Leitura do Rio de Janeiro — grupo do qual sou um dos membros titulares e que está atualmente pensando e definindo uma política para o livro, leitura e bibliotecas na cidade do Rio de Janeiro.
Enfim, o tema é longo e amplo, mas essas são algumas reflexões que eu gostaria de compartilhar com vocês hoje:
A biblioteca escolar é um espaço cultural.
É também um organismo vivo.
Os bibliotecários (escolares) precisam compreender que eles mesmos precisam aprender a aprender. Precisam ser (obrigatoriamente) mais tecnológicos.
Precisam ser dinâmicos, conectados, porque o próprio livro e a leitura (e os leitores, obviamente) estão passando por profundas mudanças.
Claro, que esses bibliotecários também precisam ser eruditos. Precisam gostar de ler. Não consigo conceber bibliotecários que não leem, que não conheçam profundamente seu acervo, que não sejam, eles mesmos, exemplos de incentivo à leitura.
Os novos bibliotecários não podem se contentar em ser apenas catalogadores. Precisam ser consultores para professores e gestores escolares. Afinal, são esses bibliotecários que possuem a “chave” de um “tesouro”, o acesso especializado ao imenso “banco de dados” de conhecimento e informação que é a própria biblioteca escolar.
Quanto mais a biblioteca conhece seus leitores, mais ela conseguirá atendê-los bem, com eficiência e eficácia. De que forma isso é possível hoje? Com a internet, claro, com as mídias sociais sendo integradas ao dia a dia das bibliotecas, com os dispositivos móveis.
Integrando bibliotecas e tecnologias digitais e sociais
Professores e bibliotecários, no âmbito das bibliotecas escolares, podem e devem estimular seus alunos a experimentarem o acervo, propondo tarefas que envolvam integração desse acervo com as tecnologias digitais e sociais:
Criem o blog da biblioteca (uma publicação no Medium em Português, por exemplo) e peçam que os alunos e professores indiquem, em artigos especiais publicados no blog, suas sugestões de leitura. O ideal é que os livros estejam, claro, disponíveis na biblioteca da escola.
Tenham presença ativa nas mídias sociais (Twitter, Instagram, Medium, Facebook, Pinterest, etc). Estimule os alunos a seguirem o perfil da biblioteca nas mídias sociais.
Criem coleções temáticas. Esse mês de outubro, além do “Dia Nacional da Leitura”, também registra o aniversário da Biblioteca Nacional e várias outras efemérides que podem inspirar a criação e disponibilização de coleções temáticas de livros que façam parte do acervo da escola.
Organizem visitas guiadas às principais bibliotecas de sua cidade. Se você mora na cidade do Rio de Janeiro, visite a Biblioteca Nacional, as Bibliotecas Parque (excelentes) e a Biblioteca Acadêmica da Academia Brasileira de Letras. Será uma oportunidade especial para se falar do valor que os livros e à leitura proporcionam a todos nós.
Ah, e não deixem de acessar a minha Biblioteca Digital Cidade Livro, onde disponibilizamos, gratuitamente, acesso às principais obras clássicas da literatura brasileira. Se você for da cidade do Rio de Janeiro, entre em contato e agende uma visita. Eu faço questão de ir à sua escola (temos uma palestras especial sobre o tema) e tratar desses assuntos tão interessantes com seus bibliotecários e professores.
O relato em vídeo de Lourival Lopes Cancela é brilhante e nos mostra como a oportunidade na vida é tudo. Ele fala sobre seu trabalho de conclusão no curso de Biblioteconomia e Ciência da Informação da Fundação Escola de Sociologia e Politica de São Paulo, a FESP/SP, onde se formou e conta a sua experiência dentro de uma biblioteca voltada para as pessoas em situação de rua em São Paulo.
O relato pessoal de Lourival reflete profundamente sobre várias situações que existem dentro de uma biblioteca, e essa em especial, a biblioteca do Centro de Acolhida Arsenal da Esperança, uma ONG que acolhe diariamente 1250 homens em situação de vulnerabilidade social, que fornece abrigo e condições para que as pessoas possam deixar as ruas.
Um dos tópicos que mais me chamou a atenção foi sobre a importância da acolhida e do bom atendimento pelos bibliotecários, para que os usuários sempre voltem e que tenham prazer em estar naquele local. A questão da acessibilidade sem discriminação é bem forte nas palavras do Lourival, um aprendizado que ele viveu na pele:
“A nossa pesquisa deixou bem claro para nós que a leitura é importante para qualquer pessoa, as pessoas gostam de ler. Os nossos dados estatísticos que obtivemos deixou bem claro que mais de 60% dos leitores dos que frequentavam a biblioteca da instituição também frequentavam outras bibliotecas, mais de 60% procuravam a biblioteca por gosto de ler, 70% era por causa da leitura, e com isso nós nos certificamos que independente da condição financeira ou da condição social em que as pessoas se encontram, elas gostam de ler. O que dificulta, o que faz com que essas pessoas não leiam, é a dificuldade de acesso. É a dificuldade de encontrar bibliotecas onde essas pessoas tenham acesso livre, tenham condições de folhear os livros, de retirar emprestado, e infelizmente, a grande maioria das bibliotecas públicas ainda exigem dessas pessoas aquilo que muitas vezes elas não tem que é o documento pessoal, um comprovante de residência. Além do que, muitos deles estavam sempre nos contando da dificuldade de frequentar também bibliotecas por estarem sempre vestidos muito simples, por não cheirarem bem e sempre estarem de chinelo ou de bermuda, com a calça não bem lavada, porque muitas vezes são as únicas peças que aquela pessoa possui, e com isso ela acaba perdendo essa oportunidade de despertar o prazer ou de saciar a sua sede pela leitura, pela informação e pelo conhecimento”.
Lourival Lopes Cancela, servidor público da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.
Daniele Carneiro
Arte: Juliano Rocha
Foto Original: Monitoria FaBCI – FESPSP
Bibliotecas do Brasil
contato@bibliotecasdobrasil.com
Sala de Leitura reúne acervo com 3,68 mil livros que estão à disposição dos 898 reeducandos.
Texto por Fabio Rodrigues
Projeto leva leitura à Penitenciária de Araraquara (Foto: Fabio Rodrigues/G1)
O araraquarense Weid Nogueira Leandro, de 31 anos, nunca teve o hábito de ler, mas cerca de um ano atrás passou a ter um maior contato com os livros e descobriu o prazer pela leitura. Atualmente, ele é responsável pelo acervo de 3,68 mil obras que estão à disposição dos 898 reeducandos na Penitenciária de Araraquara (SP). A ideia é que até o fim do ano a remição de pena pela leitura seja uma realidade no local, assim como já ocorre no presídio de Casa Branca (SP).
Em Araraquara, o Clube de Leitura funciona há três anos na unidade. A atividade é organizada pela Fundação Professor Doutor Manoel Pedro Pimentel (Funap), instituição vinculada à Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), em parceria com a Fundação Palavra Mágica (na região de Ribeirão Preto) e faz parte do Programa de Educação para o Trabalho e Cidadania – “De Olho no Futuro”.
O programa tem por objetivo incentivar e aproximar o preso do universo literário como ferramenta no processo da cidadania. Uma vez por semana, os participantes se reúnem para discutir sobre obras e expor ideias.
O G1 acompanhou o encontro na última terça-feira (20). Os detentos debateram sobre o livro “O diário de Anne Frank”. A obra é um relato de 1947 da jovem judia que se escondeu com a família em um porão durante a ocupação nazista na Holanda, tentando evitar ser mandada para um campo de concentração.
Weid Nogueira Leandro é o responsável pela Sala de Leitura (Foto: Fabio Rodrigues/G1)
Transformação
Ao menos 18 detentos estão no programa. Preso há 3 anos e 4 meses por tráfico de drogas, Weid começou a frequentar os encontros há um ano e hoje é o mediador responsável.
“O programa me motivou e transformou a minha vida no modo de pensar, agir e na busca pelo conhecimento. Com a leitura, melhorei a escrita, o diálogo e o convívio”, disse o reeducando, que antes de ser preso trabalhava como motorista.
Enquanto cumpre a pena de 12 anos e 4 meses, ele faz planos para quando ganhar a liberdade. “Quero estudar psicologia e fazer trabalho voluntário, para ajudar fortalecer e orientar a juventude”.
Presos debatem sobre o livro que leram no último mês (Foto: Fabio Rodrigues/G1)
Outro que tem motivação pelo projeto é o detento Jeferson André Martins, de 36 anos, preso na unidade há 1 ano e 8 meses por assalto. Ele, que concluiu o ensino médio, disse que não lia muito, mas de um ano para cá passou a gostar de vários estilos.
“A gente começa a ler e muda a visão para novas realidades, isso acaba moldando a gente. Em muitos livros, os personagens lutam para superar desafios, eles servem de inspiração”, disse.
Samuel Ribeiro Guimarães é um dos monitores do Clube de Leitura (Foto: Fabio Rodrigues/G1)
Viagem
Samuel Ribeiro Guimarães, de 32 anos, cumpre pena de 15 anos por homicídio. Quando chegou à unidade, 3 anos e 6 meses atrás, tinha estudado só até a 8ª série. Lá dentro, concluiu o ensino médio e logo passou a integrar o projeto da Funap.
Ao conquistar uma vaga como monitor, ele ficou responsável pelos dez módulos oferecidos aos presos, que tratam de temas como comunicação e expressão, arte e trabalho, sustentabilidade, relações sociais e política, cidadania e ética, empreendedorismo, posicionamento estratégico.
Há 7 meses ele participa do Clube da Leitura. Além das duas obras que ele precisa ler mensalmente para projeto, ele disse gostar de estilos variados como “Dom Casmurro” (Machado de Assis), “Trilogia Millennium” (Stieg Larsson), “Omundo de Sofia” (Jostein Gaarder), entre outros.
“O livro ensina e te proporciona ser um cidadão melhor. O vocabulário melhora 100%. A leitura te ajuda a viajar para vários lugares, você conhece o mundo”, disse.
Silvio Luís Prado, gerente regional da Funap (Foto: Fabio Rodrigues/G1)
Troca de experiência
Para o gerente regional da Funap, Silvio Luís Prado, o contato com o livro é um elemento importante para a troca de informações. Na reunião de mediação, o reeducando tem a oportunidade e expor impressões que cada um teve sobre a leitura da mesma obra.
“Entendemos que é a construção da autonomia da pessoa, a sua capacidade de pensar, de tomar decisões, de se ver em situações, muitas vezes com base em um personagem que a literatura traz e que permite ele fazer uma conscientização sobre a condição dele, sobre o que ele vê”, diz.
Segundo o diretor, mesmo quem não tinha o hábito de ler ao se aproximar do clube passa a perceber o quanto ele também pode contribuir a partir do momento da leitura que ele fez.
“Há um despertar e nesse sentido a gente vê diferentes realidades porque ele lê, fala e ouve também. Nessa experiência coletiva, há a oportunidade de troca de diferentes impressões, mas que se complementam. Cada um constrói a sua visão”, diz Prado.
Sala de Leitura tem acervo com 3,68 mil livros (Foto: Fabio Rodrigues/G1)
Remição
Na Penitenciária de Araraquara ainda não há remição da pena por meio de programa de leitura, como propõe uma portaria publicada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2013. O preso pode ter até 48 dias de perdão em um ano se fizer uma resenha do livro lido por mês.
Segundo o diretor da unidade, Rodrigo Ronchi Redivo, um juiz do Departamento Estadual de Execução Criminal (Decrim) de Ribeirão Preto deve reformular a portaria ainda este ano para que o procedimento seja adotado.
Para a Funap, a unidade já tem a base de trabalho, que é uma das formas de viabilizar a produção da resenha sobre o livro lido. Mas faltam parceiros como editoras ou universidades para avaliarem os conteúdos escritos pelos presos.
Por enquanto, há redução de um dia de pena por três dias trabalhados e redução de um dia por 12h de estudo.
Gilson Deróbio (à dir.) é monitor orientador de educação da Funap (Foto: Fabio Rodrigues/G1)
Na Penitenciária de Casa Branca, a remição por leitura já ocorre há dois anos. O grupo reúne 20 detentos, que têm até 25 dias para ler uma obra. Depois, é marcado o dia da mediação para uma discussão sobre o livro e produção da resenha.
“Ela é feita em papel timbrado da Funap e Cia. das Letras, que é nossa parceira. Lá, uma comissão que já leu o livro vai dar o parecer, que pode ser favorável ou negado. O parecer volta para unidade prisional, a gente encaminha para o diretor e ele envia para o judiciário que pode autorizar a remição”, explicou Gilson Deróbio, monitor orientador de educação da Funap.
Rodrigo Ronchi Redivo, diretor da Penitenciária de Araraquara (Foto: Fabio Rodrigues/G1)
População carcerária
Com 35 mil metros quadrados, a Penitenciária de Araraquara tem capacidade para 1.012 presos e atualmente abriga 898 em oito pavilhões. O Anexo de Detenção Provisória (ADP), que funciona no mesmo espaço, pode receber 493 presos, mas atualmente está com 655 divididos em quatro pavilhões.
Pelo menos 550 reeducandos trabalham na penitenciária e são remunerados por isso. Eles se dividem na reforma de carteiras escolares, alfaiataria, montagem de prendedor, além dos serviços de cozinha e panificação, administração, limpeza, manutenção, entre outros.
Outros 200 detentos estudam desde a alfabetização até o ensino médio. Em 2013, a educação formal na unidade passou a ser vinculada à Secretaria da Educação e desde então professores da Escola Victor Lacorte também passaram a dar aulas para os presos.
Os reeducandos também têm a oportunidade de participar de cursos profissionalizantes que são oferecidos na unidade por meio de parcerias. Mas para isso é preciso seguir algumas exigências.
“Primeiro o preso tem que querer porque tem aqueles que não querem se regenerar, ele quer ser criminoso. Eu tenho que trabalhar com aquele que está aqui e quer uma vida nova”, disse o diretor da unidade, Rodrigo Ronchi Redivo.
Além do interesse, é observado também o comportamento do preso, se ele já se interessou por outras atividades, como trabalhar na unidade, se já tentou estudar na educação formal e se não tem nenhuma falta disciplinar.
Pelo menos 550 detentos trabalham dentro da unidade (Foto: Fabio Rodrigues/G1)
Em cima do estudo, trabalho e dos cursos profissionalizantes é que a gente faz com que essa pessoa tenha um pouco mais de responsabilidade, disciplina e consiga entender o mundo de uma forma diferente da que conheceu lá fora”, disse Redivo.
“Se eu não acreditasse na recuperação, eu não trabalhava no sistema, mudava de serviço. Acredito que o ser humano é mutável, é passível de recuperação. Todo mundo erra, eu acho que a gente tem que dar uma chance para essa pessoa mostre que ela tem condições de melhorar”, completou o diretor.
Para ajudar nesse processo de ressocialização, a ONG Amor Exigente, que atua há 23 anos em Araraquara, também realiza um trabalho voluntário na unidade. Ao menos 25 detentos participam das reuniões às terças-feiras.
Nos encontros eles discutem mudanças de comportamento, autoestima, respeito, disciplina e outros princípios necessários para ter uma vida melhor.
“A gente vai estimulando eles a melhorarem e pelo menos aqui demonstram quem estão dispostos a isso. Eles passam para os familiares e a gente percebe que acabam se aproximando mais. Alguma coisa está melhorando”, disse a coordenadora regional da ONG, Maria Lucia de Oliveira Gil.
ONG Amor Exigente realiza encontros semanais com os presos (Foto: Fabio Rodrigues/G1)
O tema central será o papel dos profissionais da informação frente ao panorama nacional contemporâneo, em horizontes multidisciplinares, nas vertentes de memória, educação, política e gestão.
A organização é dos alunos da Escola de Biblioteconomia da UNIRIO, em parceria com os estudantes dos cursos de Biblioteconomia e Documentação da UFF e de Biblioteconomia e Gestão de Unidades da Informação da UFRJ.
The Handmaid’s Tale — “Birth Day” — Episode 102 — Offred and her fellow Handmaids assist with the delivery of Janine’s baby, prompting Offred to recall her own daughter’s birth. Offred draws closer to Ofglen while dreading a secret meeting with the Commander. Offred (Elisabeth Moss), shown. (Photo by: George Kraychyk/Hulu)
A aclamada série The Handmaid’s Tale, vencedora do Globo de Ouro 2018 e do Emmy 2017, começou a ser transmitida no Brasil há pouco tempo, na TV paga, no Paramount Channel. A segunda temporada chega em 25 de abril, no serviço de streaming Hulu, mas ainda não disponível por aqui.
Baseada no livro O Conto da Aia, de Margaret Atwood, mostra a história de uma sociedade totalitária, em uma distópica Gilead – o antigo Estados Unidos; no livro, é uma espécie de Nova Inglaterra. Desastres ambientais, taxas de natalidade baixíssimas, um regime fundamentalista cristão, uma guerra civil ainda em curso são os ingredientes da trama.
Em meio ao caos, as mulheres são consideradas de uma casta inferior, absolutamente subjugadas, violentadas e reféns do Estado: não podem sequer ler. Aliás, na obra de Atwood, livros e jornais não existem: tudo foi queimado, assim como a inexistência de universidades.
O livro foi publicado em 1987, e também já virou filme, mas ganhou novo fôlego com a série estrelada pela incrível (e também vencedora dos prêmios) Elisabeth Moss, no papel da protagonista June Osborne – ou Offred, como são chamadas as mulheres propriedades de homens daquele lugar.
Um futuro, certamente, absurdo, mas que guarda relações com muitas situações que mulheres no mundo inteiro vivem. Para discutir a obra de Margaret Atwood, a Biblioteca de São Paulo promove nesta quinta-feira (29/3), às 15h, o Clube da Leitura. O debate vai levantar questões sobre liberdade, direitos civis, poder, o frágil mundo que habitamos, o futuro e, sobretudo, o presente.
O encontro é gratuito e não é necessário fazer inscrição. A Biblioteca de São Paulo está localizada na Av. Cruzeiro do Sul, 2.630.
A Biblioteca Central da UFSC está com uma exposição composta pela coleção do acervo das obras raras. A inicitativa é para chamar a atenção da comunidade interna e externa da UFSC para o material disponível a consultas na Biblioteca. O setor de Obras raras da BU existe há 40 anos, e é uma oportunidade para mergulhar no cotidiano dos nossos antepassados, além de servir de material de consulta para pesquisadores. Confira mais sobre o acervo das obras raras na reportagem!
Parceria da instituição com o BNDES leva ao público obras relacionadas ao seu acervo e serviços
Por Luiz Prado
Os primeiros livros lançados pela BBM – Fotos: Divulgação
Uma biblioteca que publica livros. Essa é a mais nova empreitada da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) da USP. Em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a instituição inaugurou em 2017 a Publicações BBM, selo sob coordenação editorial do professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP Plinio Martins Filho.
Desde o ano passado, a biblioteca traz a público obras concebidas a partir do seu acervo e de atividades ligadas à instituição. É um índice, ainda em gestação, da polivalência e efervescência de suas atividades culturais. “Toda grande biblioteca tem acervos e atividades que, de alguma forma, terminam se transformando em livros”, comenta Plinio Martins.
O projeto começou com Arquivo Zila Mamede – Inventário. Uma obra de referência, elenca o acervo documental da bibliotecária, pesquisadora e poetisa Zila Mamede, hoje sob custódia da BBM. Elaborado pelo ex-coordenador da Seção de Arquivo da biblioteca, José Francisco Guelfi Campos, o livro cataloga a documentação de Zila, cuja maior parte se refere às suas pesquisas sobre a obra do poeta João Cabral de Melo Neto, incluindo correspondências, notícias, resenhas e reportagens. Nomes como Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira e o próprio João Cabral fazem parte dos destinatários das questões e análises da pesquisadora.
Segundo Martins, a publicação é o início de uma série que pretende divulgar os arquivos pessoais guardados na BBM. “As pessoas precisam saber que esses acervos existem, porque a Brasiliana não é uma biblioteca de consulta. Você precisa fazer com que esse acervo seja conhecido para que os pesquisadores tenham interesse.” Diferente de uma instituição convencional, a BBM disponibiliza seu acervo apenas para pesquisa, sem empréstimos de livros ou consultas espontâneas.
Também de caráter mais técnico é o Glossário Visual de Conservação – Um Guia de Danos Comuns em Papéis e Livros, de Camila Zanon Paglione. Produzido originalmente como material de apoio para estagiários do Laboratório de Conservação Preventiva Guita Mindlin, o livreto ilustrado é uma introdução didática e sintética para quem deseja explorar o ramo da conservação.
Mais abrangente é o livro As Bibliotecas de Maria Bonomi, da colunista do Jornal da USP e professora da ECA Marisa Midori Deaecto. A docente apresenta um breve histórico de 23 bibliotecas ao redor do mundo, tendo como base as gravuras feitas por Maria Bonomi para o sexto número da revista Livro, do Núcleo de Estudos do Livro e da Edição (Nele) da USP, e que estiveram expostas na biblioteca em 2017. Pareando os textos, o volume elenca reproduções das matrizes e das impressões de cada gravura.
Dois dos volumes lançados são dedicados ao bibliotecário e bibliófilo Rubens Borba de Moraes, cuja biblioteca brasiliana, dedicada principalmente aos autores coloniais, também faz parte da BBM. A primeira obra, Cartas de Rubens Borba de Moraes ao Livreiro Português António Tavares de Carvalho, foi organizada pelo próprio Martins. Trata-se da reunião da correspondência enviada pelo brasileiro ao livreiro de além-mar, desde 1961 até 1985. Nas linhas e na passagem do tempo, é possível compreender não só o pensamento e os interesses intelectuais de Moraes, como também entrever os aspectos políticos e sociais e as transformações pelas quais o País passava. Leia mais aqui.
A outra obra reúne os comentários que Moraes registrou nos livros de sua própria biblioteca. Rubens Borba de Moraes – Anotações de um Bibliófilo, da curadora da BBM Cristina Antunes, faz um exaustivo catálogo da marginália produzida pelo bibliotecário ao longo das 1.752 obras de sua coleção. Junto com a relação das notas, a edição reproduz diversas capas e folhas de rosto dos títulos da biblioteca. Leia mais aqui.
“Rubens Borba de Moraes, junto com José Mindlin, possibilitou a existência de uma biblioteca como esta”, pontua Martin, referindo-se à BBM. “Se não fossem eles, onde estaria esse acervo? Essas pessoas precisam ser conhecidas.”
Exatamente por isso Moraes continua no horizonte dos próximos lançamentos do selo. Segundo Martins, uma edição de luxo de sua principal obra, O Bibliófilo Aprendiz, será publicada em parceria com o Sesi. Além dela, um inventário similar ao de Zila também está sendo preparado.
Outro projeto para o selo inclui uma série sobre a iconografia presente nos livros da BBM. De acordo com Martins, o primeiro volume será sobre aves retratadas por viajantes em terras brasileiras. Um segundo livro, sobre o Rio de Janeiro, também está sendo preparado.
Ainda estão nos planos do selo uma revista, trazendo textos oriundos de seminários, cursos e eventos realizadas na biblioteca e edições fac-símile de obras de sua coleção.
As publicações contam com a distribuição da Editora da USP (Edusp) e podem ser encontradas em suas livrarias. Também estão disponíveis gratuitamente e na íntegra no site da BBM (https://www.bbm.usp.br/publicacoes).
A Semana de Biblioteconomia 2018 da FESPSP foi um sucesso!
E se você não conseguiu em todas as palestras, fica tranquilo! A monitoria fez uma cobertura completa para vocês!
Agradecemos imensamente as contribuições de Sofia, Carol, Camilla, Marina, Fran, e Gabriel. Sem vocês essa matéria incrível não poderia ter sido realizada!
E parabéns ao CA do Borba, e muitíssimo obrigada por todo o trabalho! A palestras e assuntos cobertos foram incríveis!
Segunda-feira
Entre pórtico os, livros e pesquisa científica: experiências afetivo-bibliográficas na ALMA MATER STUDIORUM – UNIVERSITÀ DI BOLOGNA (Itália) – Prof. André Vieira de Freitas Araújo (UFRJ)
Fonte: FESPSP Comunica
A semana de biblioteconomia de 2018 abriu com a interessante palestra da Prof André Vieira, que através de slides com imagens lindíssimas da Itália, conseguiu transmitir o amor que ele tem pelo estudo da bibliografia e como uma experiência no exterior pode ser enriquecedora.
O professor pesquisador nos contou como construiu sua carreira acadêmica estudando bibliotecas monásticas desde a graduação, passando pela biblioteca do Mosteiro de São Bento e culminando no estudo aprofundado da bibliografia e a teoria de Gesner em Bologna. O Prof André conseguiu mostrar que é possível unir biblioteconomia e História social de maneira interessante e natural.
A palestra nos deu a oportunidade de conhecer outra faceta da biblioteconomia através do estudo aprofundado da bibliografia como disciplina, nos sendo apresentado o método de Conrad Gesner, um naturalista do renascimento que contribuiu com métodos de indexação. Pudemos também conhecer o Seminário Internacional “A Arte da Bibliografia”, que acontece todo ano em uma diferente cidade do país e reúne pesquisadores da área.
Os relatos sobre o processo de estudo no exterior também foram de grande ajuda para alunos que têm interesse de seguir carreira acadêmica, desde os pormenores burocráticos até as dificuldades de convivência sociais que podem ocorrer. Sempre de maneira positiva, pudermos perceber que a experiência que ele teve na Bologna foi de enorme importância não apenas acadêmica como de crescimento pessoal.
O caráter afetivo, como dito no título de sua palestra, foi o mais valioso da palestra, é contagiante conhecer um professor que consegue transmitir a vontade de pesquisar e estudar para os alunos, mostrar como a biblioteconomia é uma área ampla que pode transformar qualquer interesse natural do aluno em objeto de pesquisa. (Por Carol Dias)
EVENTO CRB – Theatro São Pedro
Foto: Retirada da página do Facebook da Carol Souza
Emocionante ver a união de tantas ilustres mentes em um mesmo encontro em homenagem ao dia do bibliotecário.
Com uma apresentação que englobou diversas formas de exposição da Informação, foram abordados tanto temas relacionados à realidade biblioteconômica de nosso Conselho Regional e Federal, quanto possíveis soluções aos desafios enfrentados com o avanço tecnológico e como o mesmo pode ser um aliado ao conhecimento e “filtro informacional” que o bibliotecário possui.
Com direito à um show de Paulo Freire na viola a encantar a todos na plateia do teatro, também tivemos um sorteio de livros e um coquetel ao final da noite, e posso dizer que a riqueza cultural deste encontro aguçou ainda mais as expectativas de uma aluna de primeiro semestre do Curso de Biblioteconomia e Ciência de Informação, tanto pela troca de conhecimentos quanto pelo ímpeto de mudança e inovação que cada indivíduo pode trazer e somar à área.
Finalizo meu relato com um vídeo cheio de poesia e encantamento (de minha parte) de Paulo Freire homenageando Inezita Barroso… (Por Sofia Biella)
Ação cultural em bibliotecas: um olhar sobre a prática – Dolores Biruel
Fonte: FESPSP Comunica
Primeiramente, gostaria de dizer que participar da organização dessa Semana dedicada à pensar a nossa área de atuação foi um desafio muito gostoso, estar em contato com nomes de pessoas tão bem conceituadas e grandiosas me inspirou muito e poder acompanhar todas as fases do evento, vê-lo nascer de uma ideia do C.A e ser construído junto com a Coordenação e o corpo Docente da FESPSP e vê-lo acontecer com os alunos presentes, interessados e recebendo também nosso público de fora da faculdade, ressaltando aqui a grande participação dos alunos da ETEC Parque da Juventude, foi muito gratificante. Além disso, toda essa troca de conhecimento fornecida em todos os encontros e por todos os profissionais agregou um valor imenso à nossa formação.
Especificamente sobre a terça-feira 13/03 de manhã, Dolores Biruel, formada pela FESPSP e atuante durante tanto tempo na área cultural, apresentou-nos um panorama de projetos por ela realizados, em diferentes equipamentos da cidade de São Paulo bastante conhecidos, as Fábricas de Cultura e o Centro Cultural da Juventude.
Localizado na Vila Nova Cachoerinha, o CCJ é um equipamento diferente, que além de espaços diversos para a programação cultural como os Teatros, Laboratórios de pesquisa e áreas de convivência, compartilha seu espaço com a Biblioteca Pública Jaime Cortez, local onde a palestrante atuou durante alguns anos, realizando e criando projetos que existem até hoje, criando, assim um legado no local. Um exemplo bastante interessante que foi citado na palestra foi o projeto CCJ Visita, que leva frequentadores do Centro Cultural a lugares da cidade de São Paulo e interior, como Paranapiacaba, Templo Zu Lai, Pinacoteca entre outros.
A fala da Dolores me encantou muito, por já ter uma relação afetiva com o CCJ, lá foi onde dei o pontapé inicial em direção à biblioteconomia, pois foi nesse lugar que tive minha primeira experiência com biblioteca, dessa forma, consegui enxergar muitas ações que partiram dela e reverberaram, projetos que deram bons frutos e que tive o privilégio de acompanhar quando estava lá, mesmo anos depois de sua saída.
Biblioteca Prisional: promovendo cidadania, oportunizando a inclusão e atuando como laboratório na remição de pena – Catia Lindemann (FEBAB)
Fonte: FESPSP Comunica
Sem dúvida, uma das palestras que mais se conectou emocionalmente com o público.
Iniciando sua fala com o vídeo “No one stays behind”, a palestrante mostrou como os objetivos da agenda 2030 se relacionam de maneira direta com a biblioteca no cárcere, e como sua existência é estabelecida por lei, e não assistêncialismo.
Revelando que ela entrou para a biblioteconomia a partir do sonho de montar uma biblioteca prisional, Catia mostrou em sua apresentação que a Monitoria Científica da FaBCI foi o primeiro espaço que lhe permitiu contar um pouco do seu trabalho e que lhe deu um empurrão para ter melhor visibilidade. Veja a matéria de 2013 em: http://monitoriafabci.blogspot.com.br/2013/05/bibliotecas-em-presidios-vencendo-o.html.
Entre suas inspirações está o livro Memórias de Um Sobrevivente de Luiz Alberto Mendes, um ex-detento que escreveu suas memórias da prisão, e como a literatura fez total diferença em sua vida.
Dentre lindos e emocionantes relatos das mudanças e conversas com os presos na biblioteca, destacaram-se a forma como o sentimento de pertencimento para com o espaço fez total diferença para que o projeto funcionasse, e o papel fundamental que a técnica biblioteconômica deve ser dominada para que o trabalho social seja feito.
Como resultado dos trabalhos da palestrante, ressaltamos o livro de autoria dos presos, que foi vencedor de um edital de literatura prisional, nomeado “Vozes de um tempo”, e a criação da primeira Comissão Brasileira de Bibliotecas Prisionais (CBBP).
Para a Programação especial, pedimos ao Gabriel, que fez uma das palestras, dar um relato para nós.
O ano de 2018 chegou e com eles algumas mudanças com relação ao ano anterior, eu formado e não mais organizando a semana de biblioteconomia, como havia feito em 2017. Esse ano trouxe uma nova perspectiva, coincidência, pois foi o tema de 2017 na semana de biblio, a convite da Professora Maria Rosa, acabei palestrando, após a Rebecca, acerca do meu TCC. Fiquei um pouco nervoso é claro, mas nada em comparação ao dia da apresentação para a banca.
Consegui transcorrer sobre a construção da imagem do bibliotecário sem problemas, explanando o tema perpassando pelo alicerce da semiótica Peirciana, trazendo os signos, objetos e interpretantes e como os signos ajudam a formular a imagem do profissional na mente dos leitores da saga Beautiful Creatures e série televisiva Castelo Rá-Tim-Bum (que foram as sagas utilizadas no meu TCC).
Falar sobre a imagem do bibliotecário, me inquieta, sei que é uma imagem por vezes, deturpada, com a apresentação de estereótipos ou um esboço do perfil, que nos leva a uma senhora carrancuda de coque, que usa óculos e adora fazer shh, mas que precisa ser mudada, algo que como recém-formado, almejo conseguir, mostrando que um bibliotecário é muito além de um guardião, que ele é um profissional primordial para ajudar a sociedade nos tempos atuais, no qual a informação está em tudo quanto é lugar e num volume imenso, e ele pode ajudar a tratar essa informação e filtrá-la de modo, que esteja organizada e apta para que esteja ao alcance de todos, em outras palavras, o bibliotecário é e continua sendo o profissional do futuro que tanto a sociedade almeja e ainda não sabe que necessita dele. (Por Gabriel Justino)
Biblioterapia – Inteligência emocional por meio da leitura – Priscila Andrade
Fonte: FESPSP Comunica
Na noite do dia 14/03/2018, tivemos a presença da palestrante Priscila Andrade que nos brindou com uma palestra ilustrativa e encantadora sobre Biblioterapia.
Ela compartilhou sua experiência com esta área de atuação que pode ser seguida por bibliotecários, contando como foram algumas sessões de Biblioterapia com os mais diversos públicos: moradores de ruas, crianças e adolescentes, entre outros.
Além disso, Priscila mostrou alguns livros que são utilizados em suas sessões e estes, em sua maioria, são livros infanto-juvenis, com histórias ilustradas e com poucas palavras, mas com grandes significados que podem ser usados para ajudar pessoas que estejam passando por qualquer tipo de dificuldade emocional.
Ao final da palestra, nós fomos convidados a participar de uma roda de Biblioterapia: Priscila nos contou uma história e nos levou a refletir sobre a vida, refletindo a magia que a biblioterapia pode nos proporcionar ao nos fazer encontrar os sentimentos e pensar em uma forma de contornar nossas dificuldades.
Ao final, ocorreu a rodada de perguntas para a convidada. (Por Camilla Hatzlhoffer)
Quinta-feira
Aplicação da portaria 1.224 para organização de arquivo acadêmico em instituições de ensino superior e escolares – Ivani Delamare
Fonte: FESPSP Comunica
Ao falar sobre a portaria, a palestrante explicou: “A portaria é complexa porque tudo que trata da gestão documental tem uma complexidade. Então, quando eu entendo a essência, facilmente me livro do que não é essencial, o que facilita a compreensão”. Ressaltando as fases dos processos e atividades que envolvem um arquivo, ela completou: “Para cada fase da portaria, para todos os pontos, haverá a necessidade de um planejamento. Estou trazendo essas informações para que vocês saibam o que vai acontecer e possam se preparar para atuar neste mercado, que é muito grande e precisará de pessoas prontas para ele”. Tais comentários nos ajudaram a ver as demais atuações dos bibliotecários fora de um ambiente de biblioteca, e principalmente, o quanto as portarias influenciam em todo um procedimento de trabalho.(Por Marina Chagas)
Agenda 2030: as bibliotecas como parceiras estratégicas para o cumprimento dos ODS – Adriana Cybele Ferrari (FEBAB)
Fonte: FESPSP Comunica
No quarto dia de palestras da Semana de Biblioteconomia 2018, a convidada foi Adriana Ferrari, presidente da Febab, que veio conduzir uma conversa sobre a Agenda 2030 e como as bibliotecas podem ajudar na concretização de todos os objetivos acertados pela ONU, cuja previsão de cumprimento é 2030.
Adriana iniciou a palestra contextualizando a Agenda 2030, explicando como foi o processo até a definição dos objetivos e sua divulgação para todos os países. Com isso, tivemos uma base para entender como as bibliotecas foram incluídas neste contexto.
Em seguida, cada objetivo foi exemplificado com a exposição de projetos já realizados por algumas bibliotecas espalhadas pelos estados brasileiros, ilustrando a importância delas e como as mesmas podem ser usadas para a melhoria e o cumprimento das metas da Agenda 2030.
A palestra foi encerrada com uma rodada de perguntas para a palestrante(Por Camilla Hatzlhoffer)
Sexta-feira
Cultura de inovação, abordagem do design thinking: a experiência da biblioteca Telles do INSPER – Vanessa Melo de Carvalho e Ricardo Rodrigues Ramos
Fonte: FESPSP Comunica
A experiência da Biblioteca Telles do Insper em aplicar o design thinking, que a meu ver era mais um conceito com grandes custos e nada funcional, me fez repensar que é possível modificar o ambiente de trabalho com pequenas iniciativas e a colaboração em conjunto tantos dos funcionários como dos usuários. (Por Francislaine Soriani)
O bibliotecário do século XXI: como ser e estar contemporâneo – Laura Pimentel
Fonte: Página do Facebook da Laura Pimentel
A professora Laura Pimentel – que dá aula na pós-graduação da FESPSP – deixou claro o seguinte: “Ser contemporâneo é ser inovador, e ser contemporâneo, nem sempre está associado com tecnologia”.
A sua inovação vem sobre falar de User Experience, um processo no qual a experiência do usuário é analisada, criada, e validada. Para tal, é necessário ter um problema e tentar chegar a uma solução ideal, que dependerá do tipo de público, e quais as ideias e caminhos percorridos pelo profissional até que o resultado satisfatório seja obtido.
Para saber mais sobre o assunto, a palestrante indicou as obras: “Design Thinking para bibliotecas” – da IDEO, e “O design do dia-a-dia” do Donald Norman. (Por Marina Chagas)
A ONG Recode anuncia a lista das 108 bibliotecas públicas selecionadas para participar do programa Conecta Biblioteca em 2018. Fruto de uma parceria entre a ONG Recode e a Caravan Studios, com apoio do Ministério da Cultura, por intermédio do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), o programa visa estimular a transformação social e o desenvolvimento das comunidades por meio das bibliotecas públicas. Ao todo, 272 bibliotecas completaram a inscrição para participar do programa. O edital com os critérios de seleção e a listagem completa está disponível no site: www.recode.org.br/conectabiblioteca.
O Conecta Biblioteca reunirá cerca de 200 participantes das duas fases do programa durante o II Encontro Nacional Conecta Biblioteca, em maio, no Rio de Janeiro. Além de compartilhar boas práticas, a reunião dará início à formação dos profissionais em Pesquisa da Comunidade, etapa inicial para identificação das demandas da população para o equipamento cultural.
Participam do evento os parceiros do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), Sistemas Estaduais de Bibliotecas Públicas e do Departamento do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas (DLLLB), do Ministério da Cultura. A iniciativa está orientada pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS) e conta com o patrocínio da Fundação Bill & Melinda Gates.
Nem todos sabem, mas as escolas do país deveriam ter uma biblioteca. Sancionada em 2010, a lei 12.244 estabelece o ano de 2020 como data limite para isso. Essa determinação, no entanto, está longe de ser realidade. Dados do Censo Escolar de 2016 mostram que metade das escolas públicas no Brasil ainda não contam com esse equipamento.
Evento no próximo sábado (24/3) reunirá poetas amadores e profissionais e terá a participação de crianças declamando poesias
Encontro reúne poetas amadores e profissionais anualmente (Foto: Nalu Fernandes)
No próximo sábado, dia 24 de março, a Biblioteca Comunitária (BCo) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) realiza o tradicional Encontro de Poetas de São Carlos e Região, que está em sua 21ª edição. O objetivo do evento – que acontece em comemoração ao Dia Nacional da Poesia, celebrado em 14 de março – é incentivar a produção literária e promover o encontro e a troca de experiências entre autores de diferentes idades, amadores e profissionais. A ideia também é oferecer um momento para declamações de poesias, que podem ser de autoria própria ou de autores consagrados.
Neste ano, o Encontro de Poetas apresenta um diferencial: a declamação de poemas por crianças do quarto ano do Ensino Fundamental de duas escolas – a Escola Municipal de Educação Básica Professor Antonio Stella Moruzzi e o Colégio Cecília Meireles, de São Carlos.
A proposta de agregar a participação das crianças é fruto de uma parceria da BCo com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Hymenoptera Parasitoides (Hympar), coordenado pela professora Angélica Maria Penteado-Dias, do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva (DEBE) da UFSCar. Nas últimas semanas, os alunos desses colégios participaram de palestras e oficinas ministradas por pesquisadoras – Sonia Zampieron, da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEM) e integrante do Hympar; Luzia Figueiredo Camargo, do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Biologia Evolutiva (PPGERN) da UFSCar; Carolina de Almeida Caetano, mestre em Ecologia pela Universidade de São Paulo (USP); e Janaina Miranda, aluna de Iniciação Científica do DEBE – sobre ciência, especificamente sobre o papel das vespas na natureza.
“Nosso objetivo foi levar o conhecimento em linguagem simples e lógica, sem criar fantasias. Divulgamos aos alunos informações sobre a importância da preservação do nosso planeta, de forma a garantir a manutenção de espécies importantes como as vespas parasitóides, que auxiliam no equilíbrio de populações de outras espécies”, explica Penteado-Dias.
Além disso, os jovens estudantes tiveram contato com a poetisa Rosemeire Curilla, que os ensinou a elaborar poemas sobre a temática selecionada. “O intuito foi justamente unir literatura e ciência em atividades lúdicas. Com informações sobre as vespas e a criatividade aguçada, eles foram estimulados a criar livremente seus próprios poemas. O resultado final será conhecido durante o Encontro de Poetas na UFSCar e, com certeza, será surpreendente”, afirma Lígia Maria Silva e Sousa, bibliotecária do Departamento de Ação Cultural (DeAC) da BCo.
Também de acordo com a bibliotecária, “essa é uma maneira diferente de realizar divulgação científica, sobretudo junto ao público infantil. É uma forma prática de sairmos de uma área convencional de atuação da Biblioteca – a literatura – e partimos para atividades mais culturais e transdisciplinares, cumprindo assim com os papéis comunitários e sociais da BCo”, enfatiza ela.
Na opinião da professora Angélica Penteado-Dias, promover a divulgação da ciência junto ao público infantil auxilia no estímulo à busca e à prática do próprio conhecimento científico. “Esse tipo de atividade contribui para a formação de pensamentos que valorizam as verdades da natureza, tentando compreendê-la de modo a ajudar na sua preservação. Também nos ajuda a formar recursos humanos que possam colaborar na disseminação dos resultados atingidos em nossas pesquisas”, finaliza a docente.
O 21º Encontro de Poetas acontece das 10 às 12 horas, no piso 2 da BCo, localizada na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar. A atividade é gratuita, aberta ao público e sem necessidade de inscrição prévia. Mais informações estão disponíveis no Facebook (http://bit.ly/2DFDHY7) e dúvidas podem ser esclarecidas com o DeAC pelo telefone (16) 3351-8275.
Uma prateleira (ou um leitor de livros digitais) cheia de livros revela boas coisas sobre a sua mente.
A aprendizagem ao longo da vida ajudará você a ser mais feliz, ganhar mais e até mesmo manter-se saudável, dizem os especialistas.
Mais do que isso, muitos dos empresários mais inteligentes do mundo, de Bill Gates a Elon Musk, insistem que a melhor maneira de ser mais inteligente é lendo. Então, o que você faz?
Mas a vida é corrida e intenções são uma coisa, ações são outra. Logo você encontra sua prateleira (ou leitor digital) com títulos que você pretende ler um dia, ou livros que você folheou e depois abandonou.
Seria isso é um desastre para o seu projeto de se tornar uma pessoa mais sábia e inteligente?
Se você nunca lê nenhum livro, então sim. Talvez você queira aprender alguns truques para arrumar um tempo para ler em sua vida agitada e por que vale a pena dedicar algumas horas por semana ao aprendizado.
Mas se é apenas porque o seu ritmo de leitura não acompanha nem de perto seu ritmo de compra de livros, eu tenho boas notícias para você (e para mim, que definitivamente me encaixo nesta categoria): sua biblioteca lotada não é um sinal de fracasso ou ignorância, é um emblema de honra.
Por que você precisa de uma “antibiblioteca”
Este é o argumento que o autor e estatístico Nassim Nicholas Taleb explica em seu bestseller “O Cisne Negro”. O sempre fascinante blog “Brain Pickings” fuçou e destacou esta parte em um post muito legal.
Taleb inicia suas reflexões com uma piada sobre a incrível biblioteca do escritor Umberto Eco, que contém uma quantidade de livros de cair o queixo: 30 mil volumes.
Eco leu mesmo todos esses livros?
É claro que não, mas esse não era o ponto de cercar-se de tanto potencial de conhecimento ainda não realizado. Ao fornecer um lembrete constante de tudo que ele não sabia, a biblioteca de Eco o manteve intelectualmente faminto e continuamente curioso.
Uma coleção de livros que você não leu e que cresce constantemente pode fazer o mesmo por você. Taleb escreve:
“Uma biblioteca particular não é um apêndice estimulante do ego, mas uma ferramenta de pesquisa. Livros lidos são bem menos valiosos que os não lidos.
A biblioteca deve conter o tanto quanto você não sabe sobre seus recursos financeiros, taxas de hipoteca e o atual mercado imobiliário que caiba nela.
Você vai acumular mais conhecimento e mais livros a medida que fica mais velho e o crescente número de livros não lidos nas prateleiras vão olhar para você ameaçadoramente.
Na verdade, quanto mais você sabe, maior é a prateleira de livros não lidos. Vamos chamar essa coleção de livros não lidos de antibiblioteca.”
Uma antibiblioteca é um lembrete poderoso de suas limitações – a vasta quantidade de coisas que você não sabe, sabe pela metade, ou que um dia perceberá que estava errado.
Ao conviver diariamente com esse lembrete, você pode levar a si mesmo em direção ao tipo de humildade intelectual que aprimora as tomadas de decisões e conduz o aprendizado.
“Pessoas não andam por aí com anticurrículos dizendo a você o que elas não estudaram ou vivenciaram (esse é o trabalho dos concorrentes), mas seria legal se elas fizessem isso”, afirma Taleb.
Por quê? Talvez porque um fato psicológico bem conhecido é de que o mais incompetente é quem é mais confiante de suas habilidades e o mais inteligente é quem é cheio de dúvidas (sério, isso é chamado de efeito Dunning-Kruger).
É igualmente bem estabelecido que quanto mais prontamente você admite que não conhece as coisas, mais rápido você aprende.
Então pare de se culpar por comprar muitos livros ou por ter uma lista de livros para ler que você nunca vai terminar nem em três vidas. Na verdade, todos os livros que você não leu são um sinal de sua ignorância.
Mas se você sabe o quanto é ignorante, você está muito a frente da maioria das outras pessoas.
Este artigo é uma tradução do Awebic do texto originalmente publicado em Inc.escrito por Jessica Stillman.
Biblioteca de São Paulo, localizada na Zona Norte da capital, concorre com outras três unidades europeias ao Prêmio de Melhor Biblioteca do Mundo.
Biblioteca no lugar da penitenciária do Carandiru é finalista entre melhores do mundo
A Biblioteca de São Paulo, uma biblioteca modelo aberta em 2010 na área que abrangia a Penitenciária do Carandiru, na Zona Norte de São Paulo, é uma das finalistas do Prêmio de Melhor Biblioteca do Mundo.
O prêmio é promovido pela Feira do Livro de Londres em Associação dos Editores do Reino Unido.
A biblioteca concorre com outras três bibliotecas, todas europeias.
O prédio é moderno, com grandes paredes de vidro.
Segundo o governo do Estado de São Paulo, o resultado será anunciado no dia 10 de abril, em Londres.
A Direção da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin convida para o Seminário “Liberdade de imprensa? A aventura dos primeiros redatores da província do Maranhão”, a ser realizado no dia 21 de março de 2018, às 10h, na Sala Villa-Lobos da Biblioteca.
O evento faz parte do Projeto 3 vezes 22, é gratuito e aberto ao público.
Servidor da Biblioteca Pública defende tese de doutorado para adoção de e-book. Crédito: Isabela Corrêa
O bibliotecário Charles Rodrigues, servidor da Biblioteca Pública Municipal e Escolar Norberto Cândido Silveira Júnior, defendeu tese de doutorado em Ciência da Informação na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na semana passada. A pesquisa intitulada “Critério para adoção de e-book em bibliotecas diante do Paradigma da Computação nas Nuvens”, recebeu a orientação do professor Angel Freddy Godoy Viera.
A pesquisa propõe critérios e indicadores para a adoção de e-book em bibliotecas. “Tornou-se emergentes as pesquisas nos ambientes de bibliotecas sobre as necessidades de alterações das políticas de avaliação e de desenvolvimento de acervo no contexto de uso intensivo de dispositivos eletrônicos, conteúdos digitais e computação nas nuvens. Especialmente, tornou-se salutar a proposição de critérios e indicadores que possam orientar os gestores das bibliotecas no processo de adoção de e-books”, explica Charles Rodrigues.
Segundo o bibliotecário, a diversidade de questões que envolvem o ambiente digital é o principal desafio para as bibliotecas, as editoras e os fornecedores. “Assim, busca-se encontrar modelos de licenciamento viáveis que conciliem a necessidade de cobrir os custos das editoras, as recompensas aos autores e o respeito aos direitos de propriedade intelectual com a necessidade de fornecer acesso rápido, fácil e barato ao conteúdo digital”, ressalta.
Para Rodrigues, os e-books têm aumentado a complexidade do trabalho dos bibliotecários, os quais necessitam estar a par das mudanças nas plataformas tecnológicas e das questões contratuais complicadas que envolvem a propriedade e o acesso aos conteúdos digitais e a gestão das coleções. “Da mesma forma, os fornecedores têm buscado uma ampla gama de abordagens para continuar a oferecer e-books para as bibliotecas, da mesma forma que oferecem livros impressos”, comenta.
É importante destacar que as bibliotecas desempenham um papel fundamental na promoção continuada da cultura de leitura e na formação do hábito de leitura na sociedade atual. “Dessa forma, esta pesquisa contribui com a sociedade ao apresentar uma proposta que possibilita subsidiar políticas de avaliação e desenvolvimento de acervos, projetos, programas e ações em torno da adoção de e-books em diferentes tipos de bibliotecas”, finaliza.
Colecionador anunciou que vai entregar 350 peças, inclusive o primeiro livro publicado pelo autor irlandês e fragmento do manuscrito de ‘Ulisses’.
Por France Presse
Uma das maiores coleções privadas de obras do escritor irlandês James Joyce será doada à Morgan Library, uma biblioteca e museu de Manhattan, por um galerista nova-iorquino de origem britânica.
Estátua de James Joyce em Dublin, na Irlanda (Foto: Barry Cronin/AFP)
A coleção compreende cerca de 350 peças, entre as quais se encontram um exemplar do primeiro livro publicado por James Joyce, “The holy office”, um poema satírico de 1904, do qual se acredita haver menos de 100 cópias.
Também contém um fragmento do manuscrito de “Ulisses”, seu romance mais célebre, considerado por muitos críticos como a obra inglesa mais importante do século XX.
A coleção foi formada desde meados da década de 1990 pelo galerista Sean Kelly e sua esposa Mary.
Para o diretor da Morgan Library & Museum, Colin Bailey, a doação “transforma instantaneamente a Morgan em um grande centro de pesquisa acadêmica dedicado à vida e obra do autor”, explicou a biblioteca nesta sexta-feira em um comunicado.
O museu pretende organizar uma exposição consagrada a James Joyce em 2022, ano do centenário da publicação de “Ulisses”.
Além do James Joyce Centre, situado em Dublin em um casarão do século XVIII, existem outras coleções dedicadas ao escritor e poeta nascido em 1882 e morto em 1941.
A da universidade pública de Buffalo, no estado de Nova York, possui centenas de objetos e documentos que pertenceram a Joyce, e é considerada por muitos como a mais importante do mundo.
A Morgan Library é a antiga biblioteca particular do célebre banqueiro americano John Pierpont “J.P.” Morgan, personagem central do mundo das finanças no começo do século XX.
Após sua morte, seu filho abriu a biblioteca ao público. Depois se transformou em um museu com foco em literatura.
O papel socioeducativo das bibliotecas e dos bibliotecários é inegável. Do ponto de vista das Bibliotecas públicas propriamente ditas, sobressai sua função de desenvolvimento do hábito de leitura, acesso à informação e acolhimento multicultural.
Ainda que o senso comum possa remeter a um conceito reducionista de biblioteca (entendida muitas vezes como mero armazém de livros) e, ainda que a ascensão das mídias digitais pareça tornar o trabalho desenvolvido nas bibliotecas invisível, suas atividades continuam intensas.
No momento pelo qual passa o país, a biblioteca e o bibliotecário tornam-se ainda mais importantes. São instâncias que proporcionam aprendizado e capacitação, fornecem informação para recolocação profissional e melhoria das condições de vida, além de promover momentos de cultura e lazer.
Por todas essas razões, o Dia do Bibliotecário, comemorado nesta semana (12/3), constitui-se como uma oportunidade para refletir sobre a identidade da biblioteca e de seus profissionais, buscando fortalecer sua atuação.
Segundo a última edição da pesquisa Retratos da Leitura do Brasil, em geral, o brasileiro vê a biblioteca como um espaço de estudo e pesquisa.
Base: Amostra (5.012 entrevistados)
Contudo, chama atenção que cerca de 29% também acham que ela é um local para se emprestar livro, o que vai ao encontro do fato de que o empréstimo, entre eles em biblioteca, é uma das principais formas de acesso ao livro. As bibliotecas públicas locais são conhecidas por 55% dos entrevistados, e essa proporção aumenta na medida que aumenta o nível de escolaridade. Por outro lado, 66% da população não frequenta bibliotecas. No entanto, essa proporção diminui entre o público leitor, mas principalmente entre o público de estudantes (34%). Nesse sentido, não por acaso o tipo de biblioteca mais frequentado é a escolar ou universitária. Os dados da pesquisa também apontam que bibliotecas comunitárias, de empresas ou circulantes ainda são frequentadas por uma pequena parcela do público frequentador. Nesse cenário, e ainda que 64% do público frequentador seja composto por pessoas entre 5 e 24 anos, ou seja, em idade escolar/ universitária, chama atenção que pouco mais de um terço dos frequentadores de bibliotecas não estejam estudando. O motivo mais citado pelos frequentadores para ir à biblioteca foi “ler livros para pesquisar ou estudar”. Contudo, destaca-se que cerca de um terço tenha citado como motivo “ler livros por prazer” – proporção ainda maior entre os não estudantes, que declaram igualmente “ler livros por prazer” e “para pesquisar ou estudar”. Já entre os estudantes, a proporção dos que citam como motivo “pesquisar ou estudar” é consideravelmente maior do que os que citaram “ler livros por prazer”, indicando que a relação que o público não estudante tem com essa instituição pode ser significativamente diferente da relação que o público estudante tem com a mesma. Já a “falta de tempo” é o motivo mais citado pelos entrevistados por não frequentar mais a biblioteca. A pesquisa indica ainda que a instituição biblioteca é, em geral, bem avaliada pelo público frequentador.
Sobre o Instituto Pró-Livro: O Instituto Pró-Livro (IPL) foi criado no final de 2006 pelas entidades do livro – Abrelivros, CBL e SNEL, com o objetivo principal de fomento à leitura e à difusão do livro. Iniciou suas atividades em 2007. As entidades do livro, representando a cadeia produtiva, fundaram o Instituto Pró-Livro assumindo o compromisso de responsabilidade social junto a representantes do governo e sociedade civil, para a promoção de ações de fomento à leitura, orientado pela missão de transformar o Brasil em um país de leitores. O IPL realiza periodicamente a pesquisa Retratos da Leitura do Brasil, maior e mais completo estudo sobre o comportamento do leitor brasileiro, para avaliar impactos, orientar políticas públicas do livro e da leitura, promover a reflexão e estudos sobre os hábitos de leitura do brasileiro e, desta forma, melhorar os indicadores de leitura e o acesso ao livro. www.prolivro.org.br.
Bibliotecária Vanessa Florargen Cardoso, da Biblioteca do Colégio Divina Providência, no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro.
O dia 12 de março, no Brasil, é dedicado a homenagear os bibliotecários. A Fundação Biblioteca Nacional (FBN), instituição vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), tem papel essencial na estruturação da profissão no País. Foi dela o primeiro curso de Biblioteconomia no Brasil, criado em 10 de abril de 1915 para suprir a necessidade de qualificação dos servidores que lá trabalhavam. Depois, os cursos foram para as universidades (o da FBN está atualmente associado à Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – Unirio) e possibilitaram melhor formação dos profissionais da área. Hoje, a internet e novas tecnologias não apenas modificaram a forma de os cidadãos utilizarem as bibliotecas, como também transformaram a maneira de atuar do próprio profissional responsável por elas.
“O campo de conhecimento e de trabalho da Biblioteconomia é amplo. Estamos habilitados para atuar na estrutura de ambientes digitais, em repositórios institucionais, centros de cultura, empreendedorismo, análise de dados digitais, projetos sociais de disseminação da cultura e informação, recuperação e disseminação da informação em provedores de buscas e muito mais”, explica a bibliotecária Vanessa Florargen Cardoso, da Biblioteca do Colégio Divina Providência, no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro.
Longe do estereótipo da bibliotecária como “senhora sisuda que exige silêncio dos usuários do espaço”, Vanessa, 28 anos, é jovem, moderna e entusiasta da profissão e adora fazer atividades de contação de histórias com leitores. Acredita que a biblioteca pode ser um espaço atraente e de inclusão social.
“Apesar de diversas vezes as pessoas desconhecerem nossa profissão e qualificação para atuar em diferentes plataformas, seja digital ou impressa, me sinto atraída pela biblioteconomia e seus diversos desafios e possibilidades de atuação”, conta. “Sou uma apaixonada pela biblioteconomia social e escolar, são eixos da minha profissão nos quais realmente me realizo profissionalmente e tenho compromisso, não somente como bibliotecária, mas com a sociedade civil também”, afirma Vanessa.
Assim como para Vanessa, a profissão é promissora para interessados em atuar em meios digitais e em bibliotecas escolares. Por força de lei, até 2020, todos os colégios, privados ou públicos, devem ter um bibliotecário responsável pela biblioteca.
Engajada no papel social que a profissão pode oferecer, Vanessa defende que os bibliotecários possam e devam promover ações de estímulo à leitura de diversas formas. “Tudo depende da filosofia da instituição onde o profissional está atuando e qual suporte terá para executar a sua ação. Entretanto, algumas metodologias são válidas: contações de histórias, oficinas de saberes, estudos de usuários – onde conhecemos as preferências e necessidades de nosso público-alvo e integração das equipes de trabalho para assim estabelecer um quadro de necessidade, objetivo e metodologia”, exemplifica.
Biblioteca Nacional
A Biblioteca Nacional conta com acervo de cerca de 9 milhões de itens (Foto: FBN).
Evoluindo juntamente com as necessidades da sociedade, a Fundação Biblioteca Nacional criou, há 12 anos, a BNDigital, uma das maiores bibliotecas digitais do Brasil, com mais de 1,5 milhão de documentos entre arquivos sonoros, atlas, desenhos, fotografias, gravuras, jornais, livros, manuscritos, mapas, partituras, plantas e revistas.
A FBN, que completa 208 anos em 2018, iniciou seu acervo com documentos e materiais que vieram da Real Biblioteca de Portugal junto com a família real portuguesa. Sua responsabilidade – como uma instituição das mais antigas do Brasil – é executar a política governamental de captação, guarda, preservação e difusão da produção intelectual do País.
Atualmente, a FBN possui 109 bibliotecários, sendo 95 mulheres e 14 homens. “Elo entre o passado e o futuro, o bibliotecário, além de tratar e disponibilizar a informação nas mídias tradicionais, precisa estar constantemente atento à evolução das novas tecnologias de informação e comunicação para poder oferecer ao pesquisador dados atualizados”, afirma a presidente da Biblioteca Nacional, Helena Severo.
Considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como uma das principais bibliotecas nacionais do mundo, a FBN conta com acervo de cerca de 9 milhões de itens, possui laboratórios de restauração e conservação de papel, oficina de encadernação, centro de microfilmagem, fotografia e digitalização. Promove exposições, palestras, cursos e oficinas em sua sede, além de editais de estímulo à produção e à tradução de autores nacionais por editoras estrangeiras. E, principalmente, assegura o registro e a guarda da produção intelectual nacional, por meio da Lei do depósito legal (10.994, de 2004) ao abrigar exemplares de todas as obras lançadas no Brasil.
Origem da data
Instituído no Brasil em 1980 pelo Decreto nº 84.631, o Dia do Bibliotecário homenageia o dia de nascimento de Manuel Bastos Tigre, primeiro bibliotecário concursado no Brasil. Bastos Tigre, que exerceu a profissão por cerca de 40 anos, militou em defesa dos direitos autorais e atuou como escritor, poeta, dramaturgo e publicitário. Foi autor do clássico slogan “Se é Bayer é bom” e também fez parcerias musicais com Ary Barroso e Orlando Silva.
Faculdade em Ciência da Informação, mestrado e doutorado na mesma área, canal no YouTube, clubes do livro, bibliotecas. Aos 28 anos, Gabriela Pedrão construiu extenso currículo por uma única paixão: os livros!
O que é um bibliotecário? Ela já está acostumada ao arregalar dos olhos quando conta qual é sua profissão.
Bibliotecária é a palavra que faz gregos e ribeirão-pretanos questionarem: “Sério?”, “Mas isso existe?”, “Bibliotecária não é a velhinha chata que faz ‘xiu’ na biblioteca?”.
São tantos questionamentos que o canal no Youtube, “É o último, juro”, com mais de oito mil inscritos, criado para falar sobre literatura, se transformou também em espaço para discutir a profissão.
“Fala, bibliotecária”, é uma das sessões que Gabi criou para compartilhar o que pouca gente sabe:
– O bibliotecário é uma ponte entre as pessoas e o que elas procuram. Talvez, você venha à biblioteca sem saber muito bem o que quer. Se o bibliotecário conhecer o acervo, ele vai saber o que te mostrar.
Gabi, então, gosta de espalhar para o mundo que escolheu ser bibliotecária. Se diverte com a cara de espanto e com as perguntas que surgem. Até porque, a profissão que escolheu seguir é o reflexo da sua grande paixão.
– Eu sempre gostei de ler. E sempre fui leitora assídua.
Tem um caderninho onde anota, desde 2013, os livros lidos, com ano, nota para a obra e procedência. No total, são 131 obras. Só no ano passada, leu 37 livros. A meta para esse ano é de 40!
A bibliotecária Gabi sempre esteve entre os livros. Mesmo quando nem cogitava ser bibliotecária.
A biblioteca da escola tinha um formato um tanto inusitado. Um balcão separava os alunos do acervo de livros. E uma bibliotecária sempre simpática buscava o exemplar que o pequeno leitor escolhia.
O que poderia ser desestímulo para muito aluno, despertou o olhar curioso de Gabriela.
– Para mim, era o máximo. Eu pensava: ‘Esse lugar é muito secreto!’. Tinha curiosidade pela biblioteca.
Os pais eram professores e, então, não faltou incentivo para a leitura. Na infância, além dos livros que pegava na misteriosa biblioteca da escola, ela se encantou pelos gibis velhos, que comprava nos acervos de bancas de revistas.
Na adolescência, se embrenhou na história de Harry Porter e virou fã. Até em lançamento de livro à meia noite fez os pais a levarem.
– Eu tinha 11 anos quando Harry Poter foi lançado. Era a mesma idade dele. Fomos crescendo juntos. Não havia nada tão envolvente para adolescentes, que falasse a nossa língua.
Veio daí o encantamento pelas histórias de fantasia e ficção científica que ainda hoje está com ela.
Na época de prestar o vestibular, a cabeça encheu de dúvidas. Pensou em Arqueologia, História, mas a mãe, que fazia coro para que a menina ficasse em Ribeirão Preto, comprou um manual da Fuvest para auxiliar.
Na época, o curso se chamava Ciência da Informação e Documentação. Não tinha Biblioteconomia no nome.
Foi a mãe quem se interessou primeiro: “Gabriela, isso aqui é sua cara!”.
Aos 17 anos, então, Gabi entrou na USP Ribeirão Preto, para alegria da mãe. E dos livros.
– Eu me identifiquei com o curso logo de início. E já me interessei pelo trabalho em biblioteca, o que pouca gente se interessava.
Terminou a graduação, emendou o mestrado e atualmente está no Doutorado.
Entre o percurso de pesquisa e estudos, trabalhou na biblioteca de uma escola, ajudou a montar uma biblioteca e passou a coordenar o Clube do Livro da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto. A partir deste mês, expande a ideia como coordenadora do Clube do Livro do Sesc Ribeirão.
– A leitura é um universo de infinitas possibilidades. Estimula a criatividade, o pensamento, faz mexer as coisas dentro da cabeça. Quando você percebe, está vendo outros mundos, outras épocas na visão de várias pessoas.
A ideia do canal no Youtube surgiu quatro anos atrás, entre o fim do mestrado e a aprovação no Doutorado. Gabi, de imediato, não passou no doutorado que queria por pouco, e a chateação tomou conta.
– Eu fiquei muito deprimida. E precisava fazer alguma coisa da vida!
Os “booktubers” já ganhavam os olhares e cliques no meio virtual, mas Gabi percebia uma lacuna. Quase ninguém falava sobre as obras de fantasia, ficção científica e suspense policial.
Na época, ela trabalhava na biblioteca de uma escola e poderia, então, guardar muitos coelhos em uma cartola só.
– Eu pensei que poderia fazer os alunos se interessarem mais pela biblioteca!
Deu certo. Mas, além dos livros, outra coisa chamava a atenção dos seguidores.
– Nenhum canal dos que eu conhecia tinha uma bibliotecária comentando livros. Então, eu enfatizava que era bibliotecária e muitas pessoas começaram a querer saber sobre isso.
Quando percebeu o interesse pela sua profissão, Gabi não conteve a animação.
– A biblioteconomia precisa ocupar espaços para falar de literatura. Biblioteca não é um lugar chato, onde só tem coisas velhas. O bibliotecário não é um velho. É preciso ocupar espaços e quebrar rótulos.
Começou, então, a falar também sobre a profissão. E, mais recentemente, criou uma terceira vertente que também tem tudo a ver com o que faz e justifica anotar cada livro que lê em um caderninho, com catalogação por data e nota.
– Eu sou extremamente organizada. E as pessoas querem saber como fazer para estudar, para se organizarem.
A parte preferida, porém, continua aquela do início da história.
– É a literatura!
A “booktuber” Gabi sempre esteve entre os livros. Mesmo quando nem cogitava ser “booktuber”.
Gabriela leva para a internet o apreço pelo livro de papel. E garante:
– O livro não vai acabar!
Ela apresenta dados: uma pesquisa da Fundação do Livro e Leitura revelou que Ribeirão Preto tem um percentual de leitura maior do que o do Brasil.
A pesquisa Perfil do Leitor de Ribeirão Preto, feita pela Fundação do Livro e da Leitura em parceria com a Unaerp (Universidade de Ribeirão Preto), mostrou que 67% dos ribeirão-pretanos leêm, enquanto, no Brasil, a média é de 56%.
Gabi acredita também que, seja pela tela do celular ou do computador, as pessoas se dedicam à leitura o tempo todo: lendo a timeline do Facebook ou a notícia que pulou na tela.
– As pessoas estão muito conectadas à mídia escrita!
Para quem está começando a viajar pelo mundo das letras, a dica é ler. Simplesmente.
– Não importa onde ou o que. Não importa por qual obra você comece. O importante é ler. Seja para amadurecer outros tipos de leitura ou apenas como passatempo.
A coleção do Harry Poter, é claro, está entre seus livros preferidos.
“O nome da rosa”, de Umberto Eco, ocupa lugar no ranking pelo desafio da leitura.
– Demorei oito anos para ler esse livro! Começava, parava e recomeçava de novo.
Na bolsa, Gabi anda sempre com um livro. Companheiro para qualquer minuto vago que sobre no tempo.
A leitora Gabriela sempre esteve entre os livros. Mesmo quando nem cogitava que essa seria sua grande paixão.
As Bibliotecas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal realizam em conjunto o Seminário “Transformando bibliotecas, transformando sociedades”. O objetivo do seminário é discutir temas de interesse e compartilhar conhecimento com a classe bibliotecária e com a sociedade. O Seminário conta com a parceria de outras instituições: Associação dos Bibliotecários do Distrito Federal – ABDF, Universidade de Brasília – UnB, Biblioteca do Superior Tribunal de Justiça, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT, Conselho Federal de Biblioteconomia, Conselho Regional de Biblioteconomia – 1ª Região, Universidade Católica de Brasília, Diretoria do Livro, Leitura Literatura e Bibliotecas, Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Declaração provocou indignação entre os profissionais. C. A. da FESPSP se manifestou sobre o assunto
Num texto publicado em seu blog no G1 nesta segunda-feira (12), o jornalista Helio Gurovitz disse que a estabilidade no serviço público para bibliotecários não faz sentido. Segundo ele, as diferenças entre a remuneração no setor público e na iniciativa privada e garantia constitucional da estabilidade configuram privilégios “mesmo para atividades em que não faz sentido – de bibliotecário à faxineiro”.
O texto publicado no dia do bibliotecário repercutiu rapidamente nas redes sociais e provocou indignação entre os profissionais. “Deve fazer sentido para eles ser terceirizado para receber com atraso, levar calote de empresas que fecham e reabrem com outro CNPJ”, disse a bibliotecária Teresa Silva no Facebook.
O Centro Acadêmico Rubens Borba de Moraes, dos estudantes de biblioteconomia da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), publicou uma nota de repúdio às declarações do jornalista, chamando-as de rasas e inexistentes.
“Repudiamos as declarações do jornalista e reiteramos que as mesmas ferem uma classe profissional. Nós, enquanto Centro Acadêmico, temos a missão de defender a profissão que estes escolheram, e lutar contra falas e desconhecimentos acerca do profissional que em muito já é desqualificado e desconhecido pela sociedade que não entende qual é o papel fundamental deste”, diz a nota.
“Sendo a atuação do bibliotecário imprescindível para setores em que se faz necessário a gestão da informação e do conhecimento, inclusive em instituições da administração direta e indireta e nas autarquias federais”, reclamam os estudantes.
Helio Gurovitz: “estabilidade no serviço público para bibliotecários não faz sentido”. Foto: divulgação
ESTABILIDADE NO SERVIÇO PÚBLICO
A estabilidade no serviço público está prevista na Constituição Federal de 1988, artigo 41, garantindo aos servidores as condições necessárias para que este possa desempenhar suas funções protegido das pressões de quaisquer intervenções políticas ou grupos econômicos.
“No cômputo geral, o que poucos percebem é que a estabilidade, antes de ser é uma proteção para o servidor público, funciona como uma salvaguarda para a normal existência das instituições que sustentam a nossa democracia. É um dos antídotos utilizados para que o serviço público seja prestado por profissionais que estejam verdadeiramente comprometidos com a população, e não com governantes. Governos vêm e vão, partidos surgem e desaparecem, enquanto o Estado e a população permanecem e, geralmente, são os que arcam de maneira mais onerosa com as consequências deletérias de uma administração pública amadora e desastrosa”, esclarece o professor Danuzio Neto.
Embora a Constituição garanta ao servidor público a estabilidade, não é verdade que isso não possa resultar em um processo de exoneração ou mesmo de demissão à pessoa que cometa algum ato infracional no exercício de suas atribuições. É o que prevê o § 1º do artigo 41 da Carta Magna, segundo o qual servidor perderá o cargo: 1) em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 2) mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa e3) mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
Como os recursos (ou falta deles) evidenciam a pobreza em escolas públicas de Ribeirão Preto, SP
Texto por Everton da Silva Camillo
Não é de hoje que escrevemos sobre o incauto olhar às bibliotecas escolares ligadas, principalmente, ao poder público. Aquilo que temos discorrido sobre sua omissão e negligência na ambiência brasileira parece ressoar sem previsões de esmorecimento.
Vale dizer que esse não é um intento provocativo de causar generalizações no âmbito do assunto abordado, dado iniciativas instigantes no país que buscam a essência do que é a biblioteca escolar por meio do seu fazer social, em procedimentos técnico-intelectuais e gestão profissional por bibliotecários escolares.
Entretanto, e hemos de convir, relatos na literatura especializada corroboram que o aspecto executivo da ambição à biblioteca escolar parece protagonizar apenas os documentos que norteiam essa tipologia de unidade de informação, como as Diretrizes e Manifesto da IFLA/UNESCO.
O conclame de ordem mundial que busca nortear o ser e o fazer da biblioteconomia escolar no Brasil parece estar ligado à inércia que, ora, esperava-se, há muito, ter deixado o marco zero.
Se há concordância, a biblioteconomia escolar tem estado em evidência por meio de estudos em voga que sinalizam seu comprometimento em fomentar discussões sobre este profícuo campo às áreas social, cultural, política e humana, principalmente após a promulgação da lei brasileira que a ampara, a Lei 12.244/10.
Como unidade de informação, a biblioteca escolar é recurso estimável e indispensável ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem e formação do educando, trazendo consigo a noção de completude às atividades escolares.
Mariza Inês da Silva Pinheiro e Vana Fátima Preza Sachetti, em sua obra de 2004 – Classificação em cores: uma alternativa para bibliotecas infantis –, já pontuavam, nessa direção, que a escola se tornaria um instrumento imperfeito caso não dispusesse de uma biblioteca. Já a biblioteca sem o ensino, seria um instrumento vago e de incertezas.
Logo, é inviável por parte da escola cumprir o seu papel sem que haja uma biblioteca como suporte às suas atividades-missão. A capacidade de abranger as inúmeras vertentes que se fundem a fim de nutrir tais complexidades demandadas por esse espaço de confluências do saber passam por recursos que a enformam no contexto social, tais como: recursos financeiros, humanos, físicos e de informação.
Durante o dissertar do meu Trabalho de Conclusão de Curso de Bacharel em Biblioteconomia e Ciência da Informação, na Universidade de São Paulo, busquei elencar Ribeirão Preto com suas muitas possibilidades de atuação em prol do desenvolvimento de políticas públicas para acesso à informação que contemplassem a empreitada acerca de pensar uma rede de bibliotecas, pontuando a melhoria da educação municipal por meio da caracterização e legitimação das bibliotecas escolares municipais como instrumentos fomentadores, integradores e desenvolvedores da educação, cultura e vida política dos que nelas convivessem.
O interesse em conduzir a pesquisa motivou-me a visitar quatro escolas ligadas à Secretaria de Educação do município. Sendo “caracterizar os recursos financeiros, humanos, físicos e de informação das bibliotecas escolares visitadas” um dos objetivos específicos da investigação, deparei-me com cenários que, até o momento, havia visitado apenas na literatura especializada.
Waldeck Carneiro da Silva, no ano de 1999, já discorria em seu livro Miséria da biblioteca escolar que no Brasil, “em primeiro lugar, quase não se tem notícia de medidas governamentais que visem à elevação das condições de funcionamento das bibliotecas das nossas escolas”, prevalecendo o silêncio em torno da questão da biblioteca escolar. Silêncio, palavra que, para o autor, representa “a situação real da biblioteca escolar no Brasil”.
Mesmo vinte anos após a publicação do seu livro ainda concordo veementemente com o referido autor, pois é impossível não reestabelecermos conexões com o atual cenário de 2018, percebendo a inércia que, todavia, se sustenta. Para o Waldeck, esse “é um silêncio quase sepulcral, que até faz sentido, pois a biblioteca escolar no Brasil está morta, faltando apenas enterrá-la”.
Após visitadas as quatro bibliotecas escolares no município de Ribeirão Preto, resumidamente, obtivemos as seguintes inferências:
Recursos financeiros: o observado nas quatro unidades visitadas apontou uma falta de compromisso da administração municipal dessas unidades com perspectivas futuras de aplicação de recursos financeiros, ações, gestão e mediação da informação, num cenário carente por inovações;
Recursos humanos: encontramos profissionais de nível fundamental e superior (com especialização e mestrado, mas não na área) responsáveis pelas bibliotecas. Profissionais que não participam de reuniões pedagógicas, nem do planejamento escolar e que tampouco se articulam com professores, o que dificulta nas ações ao processo ensino-aprendizagem;
Recursos físicos: mobiliário, tecnologias da informação e da comunicação e espaço físico se mostraram insuficientes e notoriamente preocupantes à recuperação, acesso e uso da informação. A biblioteca tem que transcender o seu espaço, tem que estar sintonizada com o mundo contemporâneo do usuário e se atualizar com os mecanismos das novas tecnologias;
Recursos de informação: as bibliotecas visitadas são pouco e razoavelmente utilizadas. Em sua maioria, não têm seus acervos catalogados nem classificados, não havendo nem mesmo a possibilidade de acesso remoto. Logo, concluímos que as bibliotecas pesquisadas se encontram fora dos padrões estipulados pela política pública da International Association of School Librarianship (IASL).
Desse modo, a biblioteca escolar é mais que do que tem pragmaticamente sido. Naturalmente, ela vai além de aglomerações de recursos físicos, transpõe recursos de informação defasados e inutilizáveis. Ela se torna palco de atuação de um corpo profissional multidisciplinar norteado pelo bibliotecário e necessita, obviamente, de investimento para garantir a coesão, razão e propósito da sua existência. Ao contrário desse ideal, ao menos no município de Ribeirão Preto mediante pequeno número de escolas visitadas, temos visto depósitos de livros travestidos de um conceito que em nada é assegurado àquilo que querem que seja percebido.
O enraizamento das bibliotecas escolares denotadas como depósitos de livros é fruto de um estigma cravado e alimentado por convenções sociais há muito estabelecidas, pouco contornadas pelo Estado que, inquestionável e lamentavelmente, corrobora o fato.
Devemos aos bibliotecários a preservação e a possibilidade de acesso a todo o conhecimento produzido pela humanidade. Durante séculos o bibliotecário foi o guardião da história e dos pensamentos escritos. Mas, desde Alexandria ele já assumia um outro papel fundamental, além de organizar as obras, era um “tutor” na indicação de leituras aos príncipes reais.
Nas últimas décadas, com a sociedade da informação e a tecnologia digital, novos desafios lhe foram impostos. Houve profundas transformações na gestão e no acesso às informações e acervos, obrigando os bibliotecários a buscar novos conhecimentos e habilidades para a gestão desses acervos, das informações e dos serviços prestados pela biblioteca. Mas, não foram somente esses os desafios para os esses profissionais: a tecnologia digital trouxe também os livros e os leitores digitais. Se, por um lado, ela viabilizou as redes, ampliando o acesso e integrando acervos, por outro, reduziu a frequência aos equipamentos físicos, limitando o contato entre leitores e bibliotecários.
Desafios da profissão
Se retomarmos o papel de “tutor” do bibliotecário de Alexandria, verificamos que, estamos frente a um novo desafio: como ser um “tutor” – aquele que auxilia na pesquisa e na escolha do livro – à distância, tendo a ferramenta digital como meio e suporte?
O bibliotecário deve dominar outras habilidades e competências para assumir esse papel? Alguns entendem que não, pois devem acolher os leitores no espaço físico da biblioteca. Mas, sem dúvida, não podemos ignorar as transformações que as novas tecnologias estão impondo em todas as áreas do conhecimento e do acesso à informação e comunicação. Penso que a biblioteca não pode deixar de ser um polo dinamizador da cultura, do acesso ao conhecimento, à informação e à literatura, mesmo que para isso deva usar as novas tecnologias de comunicação e de informação para “chegar” até seu usuário ou seu leitor.
Dados sobre as bibliotecas
A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil revela que somente 5% da população com mais de 5 anos, frequenta sempre as bibliotecas; e, 64% deles, para estudos. 71% percebe a biblioteca como um local para estudantes ou para estudar.
Esse é outro importante desafio. Conseguir mudar a percepção e o interesse pelas bibliotecas. Alguns defendem que os bibliotecários devam assumir, também, o papel de agente cultural, como estratégia para atrair a comunidade para a biblioteca e para as atividades que são promovidas. Outros temem esse novo papel e os limites para não transformar a biblioteca em “parques de diversão” e o bibliotecário em um “animador”.
Enfim, neste mês em que comemoramos o dia do bibliotecário, além da homenagem pela inquestionável contribuição para a humanidade, enquanto guardião de todo o conhecimento que produzimos durante séculos, devemos homenagear, em especial, aqueles que estão conseguindo superar todos os novos desafios, trazendo inovações, mas, também, promovendo ações exitosas na conquista de leitores.
Parabéns especial, aos bibliotecários que estão, mais uma vez, revolucionando e transgredindo para transformar as bibliotecas em espaços de criação e transformação, sem perder sua essência: a promoção da leitura, da pesquisa e de leitores.
Hoje é o Dia do Bibliotecário e uma boa oportunidade para ter mais informações sobre a carreira nesta área, bem como detalhes sobre a graduação em Biblioteconomia
São raras vezes em que a presença do bibliotecário passa despercebida. É a esse profissional de perfil organizado, metódico e com facilidade para lidar com o público que você vai recorrer quando não estiver encontrando aquele livro cujo conteúdo vai cair na prova da faculdade.
Conheça a carreira de Bibliotecário, profissão celebrada justamente hoje, e saiba mais da profissão, bem como detalhes sobre a graduação em Biblioteconomia.
Gerenciamento de informações
O bibliotecário tem a incumbência de gerir informações com base em três métodos básicos: organização, classificação e catalogação. Em resumo, ele administra os dados, processa e os divulga.
Além dos livros, o bibliotecário também organiza jornais, revistas, fotos, documentos, imagens, vídeos e materiais digitais. A sua função é preservar todo esse material, para que resista ao uso e ao tempo.
Áreas de atuação
Além da biblioteca, o bibliotecário atua também em grandes centros de informações, institutos de pesquisas, agências de publicidade, entre outros.
De uns tempos para cá, tem sido comum esse profissional trabalhar na atuação e manutenção de arquivos digitais, atendendo demanda de empresas que deixaram de armazenar documentos impressos.
Acesso rápido
No geral, portanto, o bibliotecário pode atuar em qualquer companhia que precise catalogar documentos para acessá-los com agilidade. Exemplos: acervos, associações, centros culturais e de pesquisa, ONGs, Museus, emissoras de Rádio e TV, provedores de Internet, entre outros.
Ministrar aulas
Ao se habilitar em Licenciatura, o bibliotecário pode seguir carreira acadêmica e até mesmo ministrar aulas. Conforme lei federal, até 2020 todas as instituições de ensino do Brasil, públicas e privadas, deverão ter uma biblioteca escolar.
Biblioteconomia
A graduação em Biblioteconomia tem duração de quatro anos e é oferecida nos formatos Licenciatura e Bacharelado. Pode ser cursada de forma presencial e também à distância.
Entre as disciplinas do curso Superior, estão Linguagens Documentárias, Cultura da Comunicação, Representação Descritiva, Indexação, entre outras.
Assim como as demais graduações, ao final dos estudos o aluno deve elaborar um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
Universidades públicas e privadas
O curso de Biblioteconomia é ofertado tanto em universidades públicas quanto privadas. No caso da primeira, existem algumas opções, como a Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Brasília (UNB), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
Mostra, que é aberta ao público, pode ser visitada até o dia 13 de abril
Exposição está disponível no Piso 5 da Biblioteca Comunitária da UFSCar (Foto: Divulgação BCo)
No âmbito da programação especial de recepção dos novos estudantes da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – a Calourada 2018 -, o Departamento de Coleções de Obras Raras e Especiais (DeCORE) da Biblioteca Comunitária (BCo) da Universidade promove a exposição “Florestan Fernandes: viagens contadas a partir de postais”. A mostra apresenta um total de 105 postais que o sociólogo Florestan Fernandes (1920-1995) – considerado o fundador da Sociologia Crítica no Brasil – recebeu ao longo de sua vida de amigos, alunos e intelectuais.
Os cartões expostos na Biblioteca são de mais de 20 países diferentes, dentre os quais se destacam Afeganistão, África, Áustria, Cuba, Dinamarca, Espanha, França, Índia, Itália, Portugal e Ucrânia. A exposição é gratuita, aberta a todas as pessoas interessadas e pode ser visitada até o dia 13 de abril, de segunda a sexta-feira, das 8 horas às 17h45, no Piso 5 da BCo, localizada na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar. Mais informações podem ser obtidas no Portal da Biblioteca ou pelo telefone (16) 3351-8428.
Nesta segunda-feira é o dia do bibliotecário, um conhecedor profundo de organização, que reúne técnicas específicas para passar informação a quem precisa, um profissional apaixonado por conhecimento.
No dia 15, às 18 horas, evento terá lançamento de livro, apresentação de vídeo e concerto musical
Os vencedores do Prêmio Amigo do Livro ganham uma escultura criada pela artista plástica Maria Bonomi – Foto: Jorge Maruta / USP Imagens
O 1º Prêmio Amigo do Livro será entregue nesta quinta-feira, dia 15 de março, às 18 horas, em evento na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) da USP. O prêmio é uma iniciativa da BBM Publicações – a editora da BBM -, que homenageia profissionais que contribuem para o desenvolvimento do livro e da editoração no Brasil. Na mesma ocasião, serão lançados o livro As Bibliotecas de Maria Bonomi, de Marisa Midori, baseado em exposição feita pela artista na BBM em 2017, e o catálogo da mostra, que teve curadoria de Mayra Laudanna e Bianca Dettino. Haverá ainda a apresentação de um vídeo da exposição, produzido por Lauro Rocha, e uma apresentação de viola do professor do Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP Ivan Vilela, um dos maiores especialistas do Brasil naquele instrumento. “Queremos prestar nossa homenagem a pessoas que são muito importantes para a produção editorial no nosso País”, afirma o professor Plinio Martins Filho, docente do Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA e editor da BBM Publicações.
Os homenageados nesta primeira edição do Prêmio Amigo do Livro são o editor Claudio Giordano, o designer e diretor da Negrito Editorial, Ricardo Assis, o proprietário da Lis Gráfica, Leonardo Guimarães Ferreira, e a diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, professora Maria Arminda do Nascimento Arruda. Eles receberão uma escultura criada por Maria Bonomi.
O catálogo da exposição As Bibliotecas de Maria Bonomi – Foto: Divulgação
O professor Jean-Pierre Chauvin, do Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA e membro do Núcleo de Estudos do Livro e da Edição (Nele) da USP, justifica desta forma a entrega do prêmio ao editor Claudio Giordano: “A trajetória desse editor e tradutor envolve a simplicidade e a coragem de um sujeito que se define como quixotesco, o que o levou a alguns debates interessantes com alguns de seus amigos mais próximos. A seu ver, a concepção puramente acadêmica de quem trabalha com o livro pode levar à seleção de autores e obras que, naturalmente, implicam a exclusão de outros”.
A respeito de Ricardo Assis, o professor Plinio Martins destaca que ele se tornou um reconhecido e premiado designer gráfico em razão de seu trabalho à frente da Negrito Editorial. “Seu talento profissional, voltado para a produção de livros admiráveis, só é tão significativo quanto a generosidade com que vem contribuindo para a existência da revista Livro“, acrescenta Martins, referindo-se à publicação do Nele.
Já quanto a Leonardo Guimarães Ferreira, Plinio Martins considera que a sua contribuição para a Com-Arte, a editora-
O professor Plinio Martins – Foto: Jorge Maruta/USP Imagens
laboratório da ECA, justifica a entrega do Prêmio Amigo do Livro. “A qualidade de uma gráfica não se mede apenas pelo resultado de sua impressão e acabamento, mas também pela atenção, compreensão e apoio que dedica ao editor.”
Para a professora Marisa Midori, também da ECA e do Nele, a professora Maria Arminda é merecedora do Prêmio Amigo do Livro em razão de sua personalidade e de sua sensibilidade. “Tornar-se um gestor público e manter viva a utopia, os princípios humanísticos e o senso de justiça que governam a mente e o coração de um professor, sobretudo se seu campo de trabalho é justamente o das ciências humanas, tudo isso requer muita personalidade. E o apoio a projetos quixotescos em sua essência, embora profundamente comprometidos com a missão universitária, requer do gestor uma singular sensibilidade.”
A Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) da USP fica na Avenida Professor Luciano Gualberto, 78, Espaço Brasiliana, na Cidade Universitária, em São Paulo. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 2648-0852.
Conexão Unesp no Dia do Bibliotecário Nesta segunda-feira (12/3) é comemorado o Dia do Bibliotecário e o Unesp Notícias pergunta: qual o papel desses profissionais e das próprias bibliotecas em tempos de difusão e consumo de informações por meio das mídias digitais? Quem comenta esse desafio de pensar as novas relações entre as bibliotecas e seus usuários é Flávia Bastos, coordenadora da Coordenadoria Geral de Bibliotecas da Unesp. Confira no quadro “Conexão Unesp”.
Dia 12 de março é o Dia do Bibliotecário. Mais do que uma data, pode ser um estado de espírito. Lembro sempre do escritor e bruxo literário argentino Jorge Luis Borges que, ao ser perguntado como se sentia, ao ser nomeado diretor da Biblioteca Nacional da Argentina, disse que havia se preparado a vida inteira para isso.
Assim vejo o bibliotecário. Preparou-se para atuar onde está e, num processo de contínuo de atualização e aprimoramento, poderá desenvolver cada vez mais a sua atividade na sociedade, que tem múltiplas facetas, sendo, talvez, a maior delas o desenvolvimento em si mesmo e naqueles que o cercam do amor pelo espaço onde trabalha.
A biblioteca maior do conhecimento é a vida – e as bibliotecas físicas e virtuais são algumas de suas manifestações. Como bem mostra Umberto Eco, em ‘O nome da rosa’, bibliotecas não nada mais nem nada menos do que uma metáfora do mundo, onde existem, em todas nuances e mesclas possíveis, vilões e herois, em suas mesclas mais complexas.
O primeiro poema de que me lembro é ‘La vaca estudiosa’, de María Elena Walsh, que fala de uma idosa ruminante que decide estudar e enfrenta todo tipo de preconceito antes de ser reconhecida. É nos livros que ela encontra seu local no mundo. Analogamente, os bibliotecários nos auxiliam a saber o que somos e o que podemos vir a ser.
Ao fazer uma pergunta a um bibliotecário numa biblioteca, num e-mail ou por qualquer mídia social, esperamos que ele tenha sempre em mente Borges e María Elena Walsh. Por um lado, que esteja preparado para sua vital função e, por outro, que, livre de qualquer preconceito, veja cada pessoa como um ser em transformação, um vir-a ser permanente.
Texto por: Oscar D’Ambrosio, Doutor em Educação, Arte e História da Cultura e Mestre em Artes Visuais. É assessor-chefe Assessoria de Comunicação e Imprensa da Unesp.
Ele está presente em nossas vidas desde a educação básica. Nos ensinou a cuidar dos livros, nos auxiliou na busca por mais conhecimento e nos ajudou, na prática, a entender como o alfabeto é organizado em volumes nas prateleiras. Nesta segunda-feira, 12, é comemorado o Dia do Bibliotecário, cuja importância vai muito além de apenas manter uma biblioteca em ordem.
O bibliotecário Bruno Márcio Gouveia, desde sempre, buscou a companhia de um livro. Essa parceria acompanhou o seu crescimento pessoal e o fez decidir pelo caminho do curso de biblioteconomia. Hoje, acumula nove anos na profissão e auxilia os alunos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife, no complemento de suas teses e dissertações nas áreas de ciência, pesquisa e biologia.
“Ser bibliotecário tem os seus desafios e nem sempre as pessoas sabem disso, mas vale destacar que estamos espalhados em várias áreas, como portais de relevância (Google) e engenharia de software. Somos os mediadores entre o usuário e a informação”, orgulha-se.
Em função dessa busca constante por sabedoria, Bruno resolveu ampliar ainda mais o seu entendimento e finalizou, no ano passado, um mestrado em história. “São assuntos que se complementam. Sei que contribuo para a ciência e gosto de aprimorar os meus conhecimentos nesses assuntos, porque tudo reflete no meu trabalho”, pontua.
Conhecimento – Para fomentar ainda mais o conhecimento desde os primeiros anos de escola, o Ministério da Educação criou o Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE). O plano é direcionado à aquisição e à distribuição de obras literárias às escolas públicas de educação infantil, anos iniciais e finais do ensino fundamental, educação de jovens e adultos e ensino médio, com acervos de títulos de diversos gêneros literários, como crônica, novela, romance, bibliografia, teatro, poesia, livros de imagens, histórias em quadrinhos, entre outros.
No início de março, o MEC e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) promoveram uma audiência pública para debater o edital de aquisição de obras literárias para alunos da rede de educação básica. Os principais objetivos da publicação são o apoio à formação dos acervos das escolas públicas; a ampliação das oportunidades de acesso dos estudantes à literatura de qualidade, e a contribuição para o desenvolvimento de competências e habilidades dos estudantes, em conformidade com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
No Dia do Bibliotecário, saiba onde ler gibis e HQs em São Paulo
Nesta segunda-feira (12), é celebrado o Dia do Bibliotecário. A data escolhida para a comemoração é uma homenagem ao bibliotecário, publicitário e poeta Manuel Bastos Tigre (1882-1957), que nasceu em 12 de março.
Para celebrar os profissionais da área, o Guia montou uma lista com seis bibliotecas paulistanas com acervos que prometem agradar os fãs de quadrinhos. Confira abaixo sugestões de onde encontrar gibis e HQs em bibliotecas da cidade.
Gibiteca Henfil
A gibiteca, que homenageia o cartunista criador de personagens como a Graúna, fica no Centro Cultural São Paulo e tem cerca de 10 mil títulos no acervo, entre álbuns, revistas e periódicos. Nas estantes, dá para encontrar desde revistas amareladas da década de 1960, como as do “Batman”, até livros lançados nos últimos anos, como “A Diferença Invisível” (2017). É possível levar os quadrinhos para casa, desde que o interessado faça um cadastro.
CCSP – bibliotecas – R. Vergueiro, 1.000, Liberdade, região central, tel. 3397-4090. Ter. a sex.: 10h às 20h. Sáb. e dom.: 10h às 18h.
Gibiteca Henfil, no Centro Cultural São Paulo; em primeiro plano, gibis raros que fazem parte do acervo da instituição – Eduardo Knapp/Folhapress
Biblioteca e Gibiteca Sesi
Com curadoria de Álvaro de Moya (1930-2017), um dos maiores teóricos brasileiros de quadrinhos, a gibiteca reúne desde títulos de autores famosos, como Will Eisner, até álbuns raros, como as coleções da Ebal, editora brasileira de HQs extinta na década de 1990.
R. Carlos Weber, 835, Vila Leopoldina, região oeste, tel. 3834-5523. Seg.: 9h às 18h. Ter. a sex.: 7h às 18h. Sáb.: 10h às 16h.
Biblioteca Monteiro Lobato
Focada no público infantojuvenil, a biblioteca no centro da cidade tem uma gibiteca com cerca de sete mil títulos, entre álbuns, gibis, mangás e até mesmo jogos de RPG.
Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato – R. Gen. Jardim, 485, Vila Buarque, região central, tel. 3256-4122. Seg. a sex.: 8h às 18h. Sáb.: 10h às 17h. Dom.: 10h às 14h.
Biblioteca Mário de Andrade
Fundada em 1925, a biblioteca ganhou, em agosto de 2016, uma sala dedicada aos fãs de quadrinhos. No espaço é possível encontrar pilhas de gibis de heróis e da Turma da Mônica, além de HQs infantis, bibliográficas e eróticas, por exemplo.
R. da Consolação, 94, Consolação, região central, tel. 3775-0002. Seg. a sex.: 8h às 22h. Sáb. e dom.: 8h às 20h
Biblioteca de São Paulo
Localizada no terreno que abrigava a penitenciária do Carandiru, tem catálogo pequeno, mas diverso –de HQs underground às de aventura. Um dos focos são as publicações de humor.
Pq. da Juventude – Av. Cruzeiro do Sul, 2.630, Canindé, região norte, tel. 2089-8600. Ter. a dom.: 9h30 às 18h30.
Centro Cultural da Juventude
O centro cultural dedicado à juventude tem programação com shows, oficinas e exposições, além de uma biblioteca. Nela, os fãs de quadrinhos podem ter acesso a HQs e mangás.
Av. Deputado Emílio Carlos, 3.641, Vila Nova Cachoeirinha, região norte. Ter. a sáb.: 10h às 22h. Dom.: 10h às 18h.
Um relatório divulgado pelo Banco Mundial dedicado totalmente à educação e à crise global de aprendizagem mostrou que vai demorar 260 anos para o Brasil alcançar o nível de proficiência em leitura de países desenvolvidos.
A Lei Federal 12.244 prevê, porém, que todas as instituições de ensino do país devem ter bibliotecas até o ano de 2020. É obrigatório também um acervo de livros de, no mínimo, um título para cada aluno matriculado. Sua promulgação foi um avanço, mas a adesão ainda é lenta. “Falta um projeto mais claro e efetivo de inclusão pedagógica e de competência em informação no sistema público”, afirma a presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia – 8ª Região, Regina Céli de Souza. As escolas particulares possuem um número maior de bibliotecas, segundo ela.
De acordo com o portal QEdu, o estado de São Paulo possui 28.153 escolas de educação básica. Apenas 5.810 delas (20%) têm bibliotecas. A Secretaria de Educação do Estado, por sua vez, afirma que todas as escolas seguem a Lei. Para Regina, um outro dado preocupante é que o estado possui somente cerca de 60 bibliotecários atuantes. “Uma biblioteca com atuação de bibliotecários propicia leitores motivados, com mais autonomia e senso crítico.”
No entanto, o portal mostra que 10.858 escolas paulistas (39%) possuem salas de leitura. “Antes da publicação da Lei Federal 12.244, a Secretaria, na vanguarda das preocupações que demandam acesso cotidiano a fontes de informação e cultura atualizadas, desenvolvimento das competências e habilidades de leitura e escrita, implementou o Programa Sala de Leitura. Elas passaram a fazer parte do projeto da escola”, informa a Secretaria de Educação do Estado.
A presidente do Conselho afirma que há diferenças . “Uma biblioteca não se faz apenas por livros, mas sim por serviços e atividades que visam modificar o aluno para que seja capaz de se tornar um sujeito crítico, participativo e presente na sociedade. Já a sala é um espaço destinado a consulta, leitura e estudo.” Segundo a Secretaria, “o Programa Sala de Leitura prevê que até 2019 todas as escolas da rede estadual já tenham Salas de Leitura inovadoras e dinâmicas, um ano antes do prazo estabelecido pela Lei”.
Para o total cumprimento da legislação, é necessária a definição de políticas públicas de apoio a instalação de bibliotecas escolares, além da definição de rubricas orçamentárias. “O investimento em educação fica restrito a infraestrutura de sala de aula. Ficam em segundo plano, ou até mesmo esquecidos, outros equipamentos essenciais para o desenvolvimento educacional, como é o caso das bibliotecas”, finaliza Regina Céli de Souza.
Biblioteca da Unesp comemora o Dia do Bibliotecário Na próxima 2ª feira (12) é celebrado o Dia do Bibliotecário. Para comemorar a data, a Biblioteca da Unesp em Bauru oferece ao público uma palestra especial. Confira as informações no boletim do repórter Otávio Frabetti.
Saiba como procurar a informação certa para atender ao trabalho escolar e outros mais
Vamos imaginar a situação trivial: seu filho voltou da escola com uma longa pesquisa para fazer e um prazo relativamente curto para cumprir – será preciso ir a uma biblioteca mais bem equipada (a da escola tem acervo “miudinho”…) atrás de informação. Você quer ajudar seu filho a tirar boa nota, mas tem pouca experiência em lidar com livros, aliás, nem sabe por onde começar dentro de uma biblioteca… E seu filho, será que já consegue encaminhar a pesquisa com eficiência?
O mundo de informação contido em uma biblioteca é enorme – e exatamente por isso, instigante. Ideal seria ter tempo (e curiosidade) para “perder-se” nesse templo de conhecimento, mas não é este o caso. Para quem deseja logo chegar ao livro adequado – ou mais de um – de uma pesquisa, há dicas de comportamento que auxiliam o pesquisador, seja ele quem for, a se “movimentar” dentro de uma biblioteca. Todas elas sugeridas por quem profissionais de larga experiência na atividade, caso de Fernanda de Lima Passamai Perez, da biblioteca da Escola da Vila, unidade Butantã, e de Sueli Nemen Rocha, da Biblioteca Monteiro Lobato, ambas em São Paulo.
1- Ajude seu filho a definir o tema da pesquisa.
O enunciado da professora deve apontar exatamente o assunto a ser pesquisado – e as questões que precisam de resposta. Se tiver dificuldade em chegar a essa síntese, peça auxílio a quem trabalha na biblioteca, que está ali exatamente com essa função.
2- Procure “refinar” o tema da pesquisa – às vezes, ele diz respeito a livros de assuntos correlatos.
Vamos supor que a pesquisa encomendada pela escola aborde os animais, mais precisamente os mamíferos – são questões de cunho científico ou ecológico? Exemplo: o que se deseja saber diz respeito ao metabolismo ou ao habitat de um mamífero ou tudo isso? Para encontrar as respostas, inúmeras obras deverão ser consultadas – e podem estar espalhadas em várias prateleiras da biblioteca, ou seja, em vários conjuntos de assunto. Mais uma razão para pedir ajuda, sem o menor constrangimento, a quem conhece a organização dos livros com a palma da mão – o bibliotecário. Você e seu filho ganham tempo precioso, descobrindo onde estão acomodados os livros de interesse para a pesquisa em questão.
3- Para responder à pergunta, como posso encontrar este título?, é preciso pesquisar primeiro o sistema informatizado da biblioteca.
É um sistema que permite o acesso às coleções de livros, todas elas classificadas segundo critérios – assunto e autor, por exemplo -, o que vai acelerar a pesquisa, ainda mais se contar com a ajuda do bibliotecário no seu manuseio. Cada livro tem o “número de chamada” e será por esse número que a obra será localizada em determinada prateleira. Boa parte das bibliotecas do País ainda não dispõe de acervos informatizados – como agir? Pedir ajuda a quem conhece o espaço e a disposição das áreas de conhecimento – o bibliotecário.
4- Pedir ajuda ao funcionário da biblioteca não é motivo de vergonha, mas sim sinal de empenho pela pesquisa de qualidade!
É raro, mas ainda pode acontecer de o acervo de uma biblioteca escolar estar catalogado na base de fichas. Elas estão organizadas em ordem alfabética – e a pesquisa de um livro, por exemplo, será feita sempre a partir do nome do autor, levando em consideração a letra inicial do último sobrenome. Quer tornar essa consulta ainda mais rica para o seu filho? Peça ao funcionário da biblioteca explicar o procedimento de cada etapa, da localização da ficha com o nome da obra de interesse até o lugar exato onde ela se encontra. Uma aula prática, de enorme valor, sobre biblioteconomia.
5- Lembre-se: muitas vezes a informação capaz de dar outra qualidade à pesquisa está em jornais e revistas – e não em livros.
Biblioteca bem equipada conta com várias fontes de informação, além dos livros. É o caso de jornais e revistas, áudios e vídeos, e fotografias. Atenção: pesquisa de qualidade não se resume em consultar as referências óbvias, mas sim inclui dados que acabam de ser divulgados (nos periódicos, por exemplo). Quer experimentar? Peça orientação ao bibliotecário.
Prédio de 4 000 metros quadrados funciona no Parque da Juventude, mesmo terreno que sediou o presídio do Carandiru
Instalada no mesmo local onde funcionou o presídio do Carandiru, a Biblioteca São Paulo pode ser consagrada fora dos limites paulistanos. A iniciativa finalista do The London Book Fair International Excellence Awards 2018 na categoria Melhor Biblioteca do Ano.
O prêmio festeja as melhores iniciativas na área do livro no mundo todo em 17 categorias. As outras bibliotecas finalistas são todas europeias: da Noruega, Dinamarca e Letônia.
O resultado será divulgado no dia 10 de abril durante a London Book Fair, uma dos eventos literários mais importantes do mundo.
A BSP foi inaugurada em 2010 no Parque da Juventude e é mantida pela SP Leituras, entidade sem fins lucrativos que também administra a biblioteca do Parque Villa-Lobos. Além do acervo em papel, conta com um catálogo amplo de CDs, músicas, filmes e jogos eletrônicos.
III Semana do Bibliotecário acontece de 12 a 16 deste mês, no Convento das Mercês, com o lançamento da campanha “Queremos nossa biblioteca escolar com bibliotecários”
Professoras e bibliotecárias unidas pelas bibliotecas escolares
O Dia do Bibliotecário nessa segunda-feira (12 de março) será comemorado em São Luís com a realização da III Semana do Bibliotecário, de 12 a 16 deste mês, no Convento das Mercês (Praia Grande). O ponto alto será o lançamento da campanha “Queremos nossa biblioteca escolar com bibliotecários”, cujo objetivo é contribuir para o cumprimento da Lei nº 12.244/2010, que estabelece que até 2020 todas as escolas públicas e privadas do Brasil terão de ter bibliotecas.
Como mecanismo para fazer valer a lei, o Conselho Regional de Biblioteconomia (CRB-13), órgão fiscalizar do exercício da profissão intensificará a fiscalização em todas as escolas estaduais. A Semana, promovida pelo CRB-13, em parceria com outras instituições afins, conta com uma vasta programação. Entre outras coisas, será discutida a categoria a necessidade de políticas públicas na área e o papel do bibliotecário nesse contexto, com palestras, mesas redondas, oficinas e atividades paralelas.
Déficit
A professora Leoneide Maria Brito Martins, presidente do Conselho Regional de Biblioteconomia (13ª região), destaca que a descontinuidade de políticas públicas efetivas para bibliotecas escolares, que garantam o cumprimento da Lei de Universalização de Bibliotecas Escolas (Lei nº 12.244/2010), contribui para agravar o déficit de leitura e escrita entre os estudantes da educação básica e do ensino médio e, consequentemente, ampliar o nível de subdesenvolvimento do Estado no campo educacional e de conscientização política da sociedade.
“A iniciativa objetiva promover ações de incidência política, ampliando o debate com os gestores públicos do estado e dos municípios maranhenses, representantes do Ministério Público, sindicatos e associações de profissionais da educação, bibliotecários, professores, gestores escolares e demais segmentos da sociedade, no sentido de construir, coletivamente, estratégias para o cumprimento da referida lei, entre outras coisas”, disse.
Segundo a professora Maria do Rosário Guimarães Almeida, presidente da Sociedade de Amigos das Bibliotecas do Maranhão, a lei, que é um dever do poder público e um direito do cidadão, contribuirá para a melhoria da qualidade do ensino. “Tendo a biblioteca escolar como suporte da educação. Apesar da biblioteca escolar ser uma exigência para o registro de uma escola junto ao Ministério da Educação e Cultura, a grande maioria das escolas públicas não dispõe desse espaço de leitura e pesquisa”, frisou.
Para a bibliotecária Rosa Maria Ferreira Lima, coordenadora estadual do Proler e proprietária da Livraria Saci Pererê, apoiadora do evento, a falta de sensibilidade do poder público municipal com a questão é preocupante. “Todos sabem que a biblioteca é a unidade mais importante do projeto pedagógico de um estabelecimento de ensino. Vemos com muita tristeza essa realidade, onde as raras escolas que possuem biblioteca não valorizam o espaço com as adequações necessárias, acervos de qualidade e pessoal qualificado”, revelou.
Para se ter uma ideia, conforme Rosa Maria Ferreira Lima, São Luís tem 117 escolas e somente três bibliotecárias. “Isso sem falar em bibliotecas públicas. Há 36 anos, São Luís não construiu uma biblioteca. A única que existe e funciona em condições limitadas, no Bairro de Fátima, foi construída pelo Governo do Estado”, disse.
Para a coordenadora do Curso de Biblioteconomia da UFMA e membro do Conselho Federal de Biblioteconomia, Aldinar Bottentuit, todo cidadão tem o direito de ler e escrever. “E a biblioteca é o melhor espaço, promovendo o acesso ao livro de qualidade. Por ser pública, ela precisa atender à comunidade. É importante reconhecer esse direito do cidadão”, destacou.
No dia 08/03/2018 ás 23:35 nossa autora Deyse publicou em Videos de datas especiais está materia, assista o video e deixe seus comentarios.
Você sabe porque o dia do bibliotecário é comemorado no dia 12 de março? Esta data é comemorado no dia 12 em homenagem ao Manuel Bastos Tigre, que foi o primeiro bibliotecário concursado do Brasil, ele nasceu no dia 12 de março! E neste dia tão especial um parabéns a todos Bibliotecário do Brasil!!!
Dia 12 de Março é Dia do Bibliotecário! O Dia do Bibliotecário é comemorado no dia 12 de março, porque era a data do nascimento do bibliotecário Manuel Bastos Tigre, que foi considerado o primeiro bibliotecário concursado do Brasil. Uma pessoa ao se tornar bibliotecário, faz um juramento onde diz as seguintes palavras: “Prometo tudo fazer para preservar o cunho liberal e humanista da profissão de Bibliotecário, fundamentado na liberdade de investigação científica e na dignidade da pessoa humana.” Parabéns a todos os bibliotecários do Brasil!
O Plano Nacional de Educação aprovado em 2010 prevê que todas as escolas públicas do país tenham biblioteca até 2020. Mas de acordo com o Censo Escolar de 2017, metade das escolas dos anos iniciais do ensino fundamental ainda não contam uma biblioteca. Um projeto em discussão no Senado (PLC 28/2012) quer garantir parâmetros mínimos para as bibliotecas escolares. A senadora Ângela Portela (PDT-RR), ressalta que muitos estudantes só tem contato com livros na biblioteca escolar e, por isso, o espaço deve ser atraente. A reportagem é de Rodrigo Resende, da Rádio Senado.
Vídeo destaca novo programa de visitas temáticas promovido pela biblioteca
A TV USP acaba de produzir o vídeo Mulheres no Acervo da Biblioteca Brasiliana, que aborda o novo programa de visitas promovido pela Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) da USP.
O programa é intitulado A voz feminina na literatura brasileira e tem como objetivo mostrar livros e documentos produzidos por escritoras brasileiras, desde o século 18 até o século 20, que pertencem à Biblioteca Brasiliana. Os visitantes poderão ver os originais de O Quinze, de Rachel de Queiroz, manuscritos de Clarice Lispector e documentos de Patrícia Galvão, a Pagu, por exemplo. As próximas visitas estão previstas para os dias 9, 13, 14, 15 e 16. As inscrições devem ser feitas neste link.
Assista ao vídeo Mulheres no Acervo da Biblioteca Brasiliana, da TV USP clicando na imagem acima.
Fonte inesgotável de pequisa e detentora da maior coleção de cordéis da América Latina, a Biblioteca de Obras Raras Átila Almeida da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) dá continuidade, neste mês de março, ao projeto “Obra do Mês”, que nasceu com o propósito de facilitar o acesso de pesquisadores, estudantes e professores a obras raras do acervo. Desde setembro, quando foi lançado, o projeto vem expondo uma obra diferente a cada mês. O objetivo é incentivar a leitura e, ao mesmo tempo, divulgar certas especificidades que compõem as prateleiras da biblioteca.
Este mês, a raridade escolhida foi “Enciclopédia da mulher”, publicada pela Editora Globo S.A em 1961. Escolhida propositalmente por conta das comemorações do Dia Internacional da Mulher, a obra fala da igualdade de gênero, um tema atual e recorrente nas discussões contemporâneas, principalmente no que se refere aos seus efeitos de sentido e às relações de poder dentro da sociedade. Com 320 páginas, a obra teve como título original o Encyclopédie de la femme, editado por Fernand Nathan, em Paris, na França, e impresso em 1950.
Publicada há mais de 50 anos, “Enciclopédia da mulher” trata, em 16 seções, escritas majoritariamente por mulheres, das funções sociais femininas nas mais diversas esferas e faixas etárias, como afazeres domésticos, direitos e deveres assumidos por esse grupo social na época. Outros discursos igualmente destacam diretrizes e medidas sobre os padrões físicos femininos ideais.
Em seções como “A mulher e a vida social”, “Horas de folga”, “A conservação da casa e os trabalhos domésticos”, mais do que descrever os comportamentos “apropriados” às mulheres da época, a publicação apresenta discursos que corroboram para uma construção ideológica sobre a mulher submissa, silenciada e oprimida. Essas sessões trazem marcas discursivas de um sujeito histórico controlado pelos dizeres sociais, embora se encontrem diversos trechos em que se ressalta o caráter progressista da obra.
A grande preocupação dos editores da Enciclopédia, no entanto, foi o de reunir em um único volume todos os conhecimentos indispensáveis à mulher moderna. A “Enciclopédia da Mulher” torna-se mais uma importante fonte de estudo e pesquisa sobre a constituição histórica e cultural do feminino no país. A coordenação da Átila Almeida destaca ainda outras obras que pode somar em pesquisas sobre o gênero feminino, a exemplo do Ensayo de um Diccionario de Mujeres Celebres, publicado em Madri, na Espanha, em 1959, com 1.210 páginas, disponível para consulta e pesquisa no Acervo Dr. Bezerra de Carvalho, também pertencente à Biblioteca de Obras Raras Átila de Almeida.
18ª edição exibe episódios das séries “Star Trek” e “Babylon 5”, além de bate-papo, das 14h às 18h
A Base Estelar Campinas, grupo de fãs de ficção científica, realizará sua 18ª Convenção de Ficção Científica neste sábado(10), na Biblioteca Pública Municipal Professor Ernesto Manoel Zink, das 14h às 18h. A entrada é gratuita.
O evento terá mostra de episódios das séries “Star Trek” e “Babylon 5”, assim como um bate-papo sobre ficção científica de 1960 a 1990 com Júlia Renata Massucatto Magalhães, que também fará uma apresentação sobre a história da Base Estelar Campinas e seus 23 anos de atividades.
As convenções de ficção científica são organizadas voluntariamente por membros da Base Estelar Campinas. O grupo pede doação voluntária de comida para cachorros em lata ou sachê. O total arrecadado será entregue à Associação de Amigos dos Animais de Nova Odessa. A doação não é obrigatória, mas as pessoas que fizerem doações concorrem a um sorteio especial.
Programação:
14h00 – Abertura do evento
14h05 – “Star Trek” – Episódio: “Mirror Mirror”
15h10 – História da Base Estelar Campinas – de 1995 a 2018
16h10 – “Babylon 5” – Episódio: “Piloto”
17h10 – Bate-papo sobre ficção científica dos anos 60 aos anos 90
17h50 – Sorteio final
18h00 – Encerramento
Serviço:
18ª Convenção de Ficção Científica
Local: Biblioteca Municipal Prof. Ernesto Manoel Zink. Rua Benjamin Constant, 1.633, Centro – Campinas
Data: 10 de março
Horário: 14h
Entrada: gratuita
“Eu, mulher negra, resisto”, diz a camiseta de Ketty Valêncio, fundadora da Livraria Africanidades (Foto: Camila Honorato).
“Eu sentia falta de um projeto que mostrasse afeto na literatura. Tive uma infância com várias complicações e me apoiei em mulheres fortes para seguir em frente. Usei os livros como válvula de escape, mas foi muito difícil eu me ver representada”, diz a bibliotecária e há pouco tempo empreendedora, Ketty Valêncio, de 35 anos. Ela criou, primeiro, um modesto e-commerce para revender especificamente livros de autores e autoras negros. Graças ao sucesso — o que confirma que a dor dela era a de muitos —, foi levada a tornar mais sério o seu empreendimento e, com isso, a Livraria Africanidades passou a existir também fisicamente, na capital paulista.
Ela criou a Africanidades para entregar ao mundo algo que sentia falta: “A literatura precisa ser mais acolhedora”. Ketty nasceu na periferia e conta que aprendeu a amar os livros na escola, mesmo que não se sentisse representada, nem nas tramas nem nos personagens, das histórias que lia. As dificuldades também estavam fora dos livros, como se vê nas lembranças dela sobre o período: “O aluno não quer estar na escola porque há um quê de perversidade, principalmente para quem tem a pele preta. Os passeios, as brincadeiras e as festas eram prioridade das pessoas brancas. Na adolescência, passei a me deparar com a objetificação do corpo da mulher negra. A meu ver, há muito da questão do racismo na questão da saúde mental de quem é negro no Brasil, já que a nossa solidão está intrinsecamente ligada à depressão”.
A decoração da livraria foi cedida por amigos de Ketty, apoiadores de sua proposta (Foto: Camila Honorato).
Enquanto via a romantização e a objetificação da mulher negra nas obras que os professores indicavam à classe, como Iracema, de José de Alencar, e O Cortiço, de Aluísio de Azevedo, Ketty começou a buscar, por conta própria, outras referências literárias. E que encontrou alento nas palavras duras de autoras negras como Maria Firmina dos Reis e Carolina de Jesus(que está em um quadrinho na parede da Africanidades e que Ketty pediu para segurar, na foto de abertura desta reportagem).
Já mais madura, formada em biblioteconomia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP-SP) e com MBA em Bens Culturais pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), ela diz que teve a certeza de que o mercado editorial não mudaria sua lógica por conta própria:
“As editoras endossam a venda de determinados autores”, diz. Dados de uma pesquisa realizada no ano passado, pela UnB mostram a escassez de autores (e especialmente autoras) negros entre os títulos publicados no país. Dos 692 livros nacionais analisados, publicados entre 1965 e 2014, mais de 70% foram escritos por homens, 90% deles brancos. E, sobre representatividade, os dados mostram que nas histórias publicadas por esses escritores, 60% dos protagonistas são homens e, destes, 80% são brancos e 90% heterossexuais.
QUANDO UMA DOR SE TRANSFORMA EM UM NEGÓCIO
Quando estava fazendo seu MBA, em 2014, Ketty teve a chance de colocar em prática a vontade, cada vez mais latente, de dar visibilidade a autores negros e prototipou o que viria a ser a Africanidades. Na época, ela vendia fanzines de cunho político da Anarcopunk. A iniciativa chamou a atenção e ela sentiu que havia leitores, ou seja, consumidores, interessados nisso. Era hora de profissionalizar o incipiente negócio.
Inspirada em autoras negras contemporâneas, como Angela Davis, Alice Walker e Virginia de Nascimento, passou então a estudar formas de vender livros deste segmento. Conversou com editoras e solicitou exemplares para revenda em um e-commerce. Cerca de 2 mil reais foram usados como investimento inicial na compra dos primeiros exemplares e no o desenvolvimento do site.
Mais do que empreendedora, Ketty se vê como um agente impulsionador da educação da população jovem e negra. A Africanidades vem ganhando destaque e apresentando resultados financeiros satisfatórios, diz, com um faturamento mensal de 4 mil reais. Mas ela ainda atua como bibliotecária no Sesc Osasco, na Grande São Paulo e encara o ofício como responsabilidade social: “Ser bibliotecária tem um lado educativo e transformador. Muitas crianças e adolescentes chegam até mim, então, posso criar acervos e incentivar a leitura das literaturas negra, LGBT e feminista, por exemplo”.
Para ela, é importante dar voz a obras de ficção e estudos que mostrem a cultura negra de uma ótica diferente. “É errado a gente acreditar na visão pessimista da herança escravocrata, de que a violência contra os negros é natural nas ruas e até nas relações afetivas. É errado a gente acreditar que não pode ser feliz”, afirma, ao falar sobre o que acredita ser literatura:
“Viver outras vidas com a leitura é uma forma poderosa de cura”
O acervo da Africanidades é variado e vai desde obras infantis a livros adultos, como Sangue Negro (57 reais), antologia poética da moçambicana Noêmia de Sousa, e Laços de Sangue (45 reais), de Octavia E. Butler, ficção científica que conta a história de uma mulher californiana transportada para a uma fazenda escravista no sul dos Estados Unidos.
Nas estantes da Africanidades, obras infantis e adultas, com foco na população negra (Foto: Camila Honorato).
Seu relacionamento com as editoras, como a Odysseus e a Morro Branco, fornecedoras de parte dos livros comercializados, acontece na base da consignação. Da venda dos exemplares, 40% do lucro vai para a Africanidades e o restante é repassados para as editoras, sendo que essa margem não é fixa e pode variar conforme os meses do ano. Além disso, ela publica exemplares adquiridos diretamente com autores independentes. Nestes casos, a porcentagem do lucro fica entre 30% e 50%.
QUANDO SEU SUCESSO É SINAL DE UMA FALHA NO SISTEMA
Dentre as dificuldades que encontrou ao empreender, Ketty cita as questões políticas de editoras maiores, que a seu ver seguem priorizando determinados perfis (de autor, de temática). Além disso, diz, o preço elevado do livro físico no Brasil ainda é um empecilho para a livraria que não trabalha com e-books. Mas ela se incomoda, ainda que paradoxalmente, é com o próprio sucesso:
“A Africanidades existe por causa de uma falta enorme de espaço para esses autores no mercado. É triste essa deficiência ter promovido a minha ascensão”
A atuação da livraria também se estende em projetos complementares. Ketty integra o Mercado Negra, projeto que viabiliza o empreendedorismo de mulheres negras promovendo feiras e encontros. Hoje, o site da Africanidades segue como a principal fonte de renda da bibliotecária, mas aos poucos, vai cedendo espaço para a comercialização feita no espaço físico, recém-inaugurado, na Casinha Lá do Mato, compartilhado por outras empreendedoras mulheres, e sede da saboaria natural de mesmo nome.
Na loja física, que ocupa um dos cômodos da casa, Ketty atende a compradores que chegam com hora marcada, e também realiza alguns eventos. Está nos planos ampliar o espaço físico da Africanidades e “promover outras linguagens artísticas”, comercializando produtos como quadros e camisetas, além de ceder o ambiente para eventos que dialoguem com a cultura negra e, como fala, incentivem o contato físico entre as pessoas. “Há um grande valor nos encontros artísticos, no fato de alguém sair de casa para comprar um livro ou usar esse espaço para conversar, conhecer outras pessoas. E um ato simples, porém transformador”, diz, e segue transformando a própria vida e a da muita gente.
Creusa dos Santos é uma das autoras do livro didático “Povos Indígenas e Afro-brasileiros: Um Estudo da Diversidade no Brasil”, distribuído nas escolas estaduais de Belém.
Universitário de engenharia civil pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Gabriel Garcia, 21 anos, costuma passar uma média de seis horas por dia na Biblioteca Pública Arthur Vianna, localizada no prédio do Centur. Entre livros didáticos de física, ele relembra fundamentos e, à tarde, chega revigorado às aulas do primeiro semestre de seu curso superior.
“Estudar em livros didáticos impede a desconcentração tão comum quando a gente estuda pela internet. Focar nos estudos, se vendo livre da tentação de acessar as redes sociais, é mais simples quando se estuda com um livro didático nas mãos”, disse o universitário.
Gabriel está entre os frequentadores diários da Biblioteca Pública Arthur Vianna. Com mais de 140 anos, o local é uma das principais referências na área em Belém, recebendo uma média de mil usuários por dia.
Fonte segura
Antes da popularização de instrumentos tecnológicos e sites especializados, a “biblioteca do Centur”, como é conhecida, era uma das principais fontes de pesquisa para alunos de todos os níveis de ensino em Belém. Mas mesmo com o auge da era digital, o espaço continua sendo um refúgio dos estudantes do ensino regular de todos os níveis, por conta dos milhares de livros didáticos oferecidos. Nesta semana, quando se comemorou o Dia Nacional do Livro Didático (27 de fevereiro) ele se consolida como um oásis de conhecimento e credibilidade.
“Quando o aluno faz uma pesquisa no livro didático, ele tem uma fonte segura, diferente do que ocorre na internet, com uma avalanche de informações que às vezes carecem de identificação. E os professores cobram as referências das fontes e autores na hora de corrigir um trabalho”, lembra Simone Rabelo, bibliotecária da Fundação Cultural do Pará (FCP), que administra o espaço.
Mesmo com o recurso do Infocentro, que oferece mais de 50 computadores que dão acesso a um mundo de informações, uma média de 30 livros didáticos por dia, 400 por mês, são utilizados na biblioteca. “O livro didático é fundamental para ampliar os conhecimentos dos nossos usuários, principalmente os que vêm das escolas públicas. Por causa disso, disponibilizamos os livros inclusive para empréstimos, pelo prazo de 10 dias, para eles terem um tempo maior em casa para estudar”, disse Ruth dos Santos, coordenadora da Biblioteca Pública Arthur Vianna.
História
A história do livro didático no Brasil começou em 1929, quando o governo criou um órgão específico para legislar sobre essa área: o Instituto Nacional do Livro (INL). Ao longo das décadas seguintes, a política oficial para o livro didático passou por diversas adaptações, até chegar ao atual Programa Nacional do Livro Didático, criado em 1985.
A partir daquele ano, o professor passou a escolher o livro mais adequado aos seus alunos e ao projeto político pedagógico da escola. A reutilização do livro e a introdução de critérios de produção seguindo normas técnicas, com o objetivo de garantir maior durabilidade e qualidade ao material, também foram importantes avanços.
O livro didático é considerado recurso pedagógico fundamental e sua distribuição gratuita aos estudantes da rede pública é assegurada pelo Estado. Este suporte pedagógico é de suma importância para o processo de aprendizagem e no desenvolvimento do aluno como ser humano.
Para milhares de crianças, o livro didático é o primeiro contato com o universo literário. Para outros milhares, durante muitos anos, ele seguirá como único suporte de conhecimento cultural. Sendo assim, os exemplares distribuídos pelo Programa Nacional do Livro Didático nas escolas públicas brasileiras, requerem um cuidado todo especial e colaborativo.
Livro que faz história
Entre os vários livros didáticos que são distribuídos nas escolas estaduais de Belém, está o “Povos Indígenas e Afro-brasileiros: Um Estudo da Diversidade no Brasil”. De autoria de Creusa dos Santos, Paulo Sérgio Braga e Rildo Ferreira da Costa, o livro é classificado como uma obra transversal, adotado no ensino das disciplinas de Língua Portuguesa, Literatura, História, Geografia e Arte, desde o sexto ano do nível fundamental até o terceiro ano do ensino médio.
Lançado no ano de 2011, com tiragem de 40 mil exemplares na primeira edição, o livro já teve sua segunda edição lançada no ano de 2013. A obra se destaca enquanto instrumento de implantação curricular do tema das relações étnico-raciais na escola, cumprindo a exigência da Lei n 11.645/2008, que inclui no currículo oficial da rede pública de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-brasileira.
Composto por fotos, textos, gráficos e citações de diversos autores, o livro desmistifica a cultura afirmativa observada nos livros de História até meados dos anos 80. “Orgulha-me muito encontrar professores que usaram meu livro em sala de aula e relataram a experiência de terem estimulado um debate muito mais empoderado e assertivo em torno da questão do racismo. Os livros didáticos comuns trazem o tema de uma maneira historiográfica e quantitativa e o nosso livro se propõe a internalizar o debate de uma forma crítica”, destaca Creusa dos Santos, docente do curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Pará, integrante da Associação Nacional de Pesquisadores Negros (ABPN) e autora da obra.
Fábio Souza e Alexandre Herchcovitch irão apresentar a nova coleção da À La Garçonne na Biblioteca Mario de Andrade || Créditos: Bruna Guerra / Divulgação
Os estilistas Alexandre Herchcovitch e Fábio Souza estão em clima de contagem regressiva. O motivo? Apresentar a coleção número 1 do ano de 2018 da À La Garçonne. Fora da SPFW desde o ano passado, quando resolveram seguir independentemente do calendário coletivo, a dupla vai reunir mais de 150 convidados na apresentação que acontece no próximo domingo, às 15h30, na Biblioteca Mario de Andrade, no Centro da capital paulistana.
“Há muito tempo eu venho fazendo desfiles em lugares públicos porque percebo que poucas pessoas conhecem essas locações. Fiz um desfile no Theatro Municipal com a minha marca e depois outro no mesmo lugar com a À La Garçonne, fiz na Praça das Artes, no saguão de entrada da Prefeitura de São Paulo e agora na Biblioteca Mario de Andrade, um lugar que sempre quis usar”, contou Alexandre ao Glamurama. A possibilidade desta locação veio por meio de uma proposta feita a Charles Cosac, atual diretor da biblioteca e amigo de Alexandre. Seguindo todos os trâmites legais, assim como aconteceu nas locações anteriores, o estilista conseguiu a liberação do espaço para o desfile.
O melhor? A biblioteca e o curso natural do prédio serão mantidos aos frequentadores que, inclusive, poderão assistir ao desfile entre um livro e outro. “A apresentação vai ocupar boa parte da biblioteca, incluindo os corredores. Quem estiver por lá vai acabar assistindo porque ela é toda de vidro. Não vamos desocupar o prédio. Eu e o Fábio pedimos para que o desfile acontecesse com tudo em pleno funcionamento”, avisa Alexandre. RSVP já! (Por Matheus Evangelista)
A exposição retrata o empoderamento da mulher através de fotos de cidadãs comuns de Pederneiras
A Biblioteca Municipal “Paula Rached”, em Pederneiras, celebrará o Dia Internacional da Mulher (comemorado no dia 8 de março), com uma exposição de fotos entre os dias 5 e 9 de março. As fotos retratam mulheres comuns de pederneiras e buscam captar pelas imagens o poder e a magia de cada mulher.
“Nossa intenção é falar, na semana em que comemoramos o dia da mulher, sobre o empoderamento da mulher. E mostra que a dona de casa, a moça que trabalha no escritório, a atendente de loja tem o seu poder, a sua beleza e a sua magia. As fotos buscam mostrar justamente isso, valorizar tudo o que a mulher comum tem e fazer ela se sentir poderosa, viva, bonita e produtiva no dia a dia dela”, explica a monitora da biblioteca, Daniela Martelini.
As fotos que serão expostas fazem parte do trabalho profissional do fotógrafo Diego Alves, que mora em Pederneiras e costuma retratar mulheres comuns da cidade em situações especiais.
Dia da Mulher
Além da exposição de fotos, no dia 8 de março, a Biblioteca também realizará um café da manhã especial para receber as mulheres de Pederneiras. Quem comparecer poderá participar de uma roda de bate papo com assuntos atuais sobre o universo feminino e ainda fazer maquiagem especial para ficar mais bonita e participar de uma sessão de fotos com Diego Alves. Haverá também sorteio de livros e brindes para as mulheres.
Serviço
A Exposição de Fotos do fotógrafo Diego Alves sobre o empoderamento da mulher será entre os dias 5 e 9 de março na Biblioteca Municipal Paula Rached, Rua Santos Dumont, 40, centro, das 7h às 12h e 13h às 17h.
Ter acesso a grandes obras do século XX mesmo sendo deficiente visual. Essa é a proposta de uma nova biblioteca inaugurada nesta quinta-feira (1º), que conta com óculos especiais que têm um alto falante e ajudam cegos e pessoas com baixa visão a ler as páginas dos livros.
O objetivo do evento é mostrar e valorizar o importante papel do bibliotecário frente às novas tecnologias, a gestão dos dados de pesquisa e o apoio ao pesquisador na prestação de serviços nas bibliotecas das instituições universitárias.
Elisabeth Adriana Dudziak: Doutora em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da USP (2007). Mestre em Ciência da Informação pela ECA-USP (2001), Bacharel em Biblioteconomia pela ECA-USP (1984). Professora Titular da Universidade Paulista – UNIP no Instituto de Ciências Humanas. Chefe Técnica da Divisão de Gestão de Desenvolvimento e Inovação (DGDI) do Sistema Integrado de Bibliotecas da USP.
Você sabia que em 12 de março comemora-se o Dia do Bibliotecário no Brasil? A data foi escolhida por causa do aniversário de Manuel Bastos Tigre, um bibliotecário, escritor, poeta e engenheiro.
Nascido em 1882, Manuel se formou em Engenharia em 1906, quando quis fazer um aperfeiçoamento em eletricidade, nos Estados Unidos. Em sua estadia no país, conheceu o bibliotecário Melvin Dewey, que instituiu o Sistema de Classificação Decimal, que facilita a procura de livros em uma biblioteca. Desde este dia, a sua vida mudou. Em 1915, aos 33 anos, ele largou a engenharia e se dedicou à biblioteconomia.
Foi o primeiro bibliotecário concursado do Brasil. Ingressou no Museu Nacional do Rio, e por lá ficou de 1945 a 1947, quando assumiu a direção da Biblioteca Central da Universidade do Brasil.
O jornal mais antigo em circulação em Santa Catarina, “Correio do Povo”, teve o primeiro lote da digitalização entregue na semana passada
Texto por Paulo Clóvis Schmitz
Alzemi Machado contribuiu com a tarefa de digitalizar jornais antigos – Marco Santiago/ND
Em tom de ameaça, um dono de terras de Jaraguá do Sul proibia, em anúncio publicado no “Correio do Povo” de 8 de janeiro de 1921, que invadissem sua propriedade, ranchos e plantações. “Armei laços e mundéos e não me responsabiliso [grafia da época] por qualquer dano causado” era a frase que concluía o reclame. Esta é apenas uma das preciosidades que os jornais de um século atrás traziam em suas páginas, onde se mesclavam notas locais, anúncios de açougues e remédios, textos de fundo político-partidário e até sonetos que abriam a capa, ao lado de notícias sobre um terremoto na Albânia ou os milhares de refugiados famintos que perambulavam pela Europa depois do fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Quem tem a tarefa de digitalizar jornais antigos pode topar com esse tipo de conteúdo e, se for um interessado por cultura e história, deliciar-se com descobertas relativas ao modo de pensar, agir, comportar-se socialmente ou comprar brigas com os desafetos e adversários daqueles anos – bem diferente e ao mesmo tempo semelhante à guerra surda das nossas redes sociais. É o caso do bibliotecário Alzemi Machado, 32 anos de serviços prestados ao governo e responsável, com uma pequena equipe da Biblioteca Pública do Estado, pela digitalização de 36 mil edições de periódicos catarinenses dos séculos 19 e 20. As 220 mil páginas já salvas e arquivadas são o resultado de muitas jornadas – em cinco horas, até 800 arquivos podem ser transferidos para o formato digital. Assim vem ganhando forma e corpo a Hemeroteca Digital Catarinense, acessível a todos os interessados pelo seu site oficial.
O “Correio do Povo”, o mais antigo jornal em circulação no Estado (foi criado em 1919), teve o primeiro lote da digitalização entregue na semana passada na cidade de Jaraguá do Sul. Até o início dos anos de 1940, período do Estado Novo, quando começou a perseguição aos descendentes de alemães, o periódico tinha um suplemento na língua de Goethe e parte dos anúncios também voltados aos que falavam predominantemente o idioma dos imigrantes. “Este jornal teve e tem grande importância, porque traz a memória da cidade e região, com aspectos de sua economia, política e cultura”, diz Machado. O mesmo vem sendo feito, no momento, com o “Correio do Norte”, criado em 1947 em Canoinhas, com o “Correio Lageano”, de Lages, e com “O Estado” e “A Gazeta”, de Florianópolis.
Jornais com fortes vinculações políticas
Uma passada de olhos pelo material do “Correio do Povo” no site da hemeroteca permite descobrir, por exemplo, que já em 1930 havia reclamações com o elevado preço da gasolina – “hoje, um artigo de primeira necessidade”, segundo o periódico. Aquele, aliás, foi um ano atípico, cheio, quando Getúlio Vargas marchou sobre o palácio do Catete, no Rio de Janeiro, e destituiu o presidente Washington Luís. Os jornais locais, quase sempre ligados a agremiações políticas, repercutiam esses acontecimentos, carregando nas tintas de acordo com os interesses dos grupos que representavam.
36 mil edições de periódicos catarinenses já foram digitalizadas pela hemeroteca – Marco Santiago/ND
Acusava-se os adversários por “intrigas e falsidades”, alimentando as refregas locais em que os principais partidos (UDN/União Democrática Nacional e PSD/Partido Social Democrático) se digladiavam nas câmaras e nas urnas. Foi com um discreto tom de regozijo que o “Correio” noticiou o julgamento de Luiz Carlos Prestes, Pedro Ernesto e João Mangabeira, “cabeças do comunismo no paiz”, na edição de 15 de maio de 1937.
Em Canoinhas, o “Correio do Norte” publicou um texto de capa com jeito de editorial em que defendia os udenistas contra um veículo concorrente a que chamou de “folhetim fascista”. O PSD, dizia a matéria, era “aliado dos comunistas”, uma acusação que não combinava com a vocação governista do partido de Nereu Ramos. O mesmo jornal criticou, na edição de 2 de maio de 1950, o governo do Estado por descumprir a palavra empenhada de auxiliar financeiramente o ginásio de Canoinhas, ao mesmo tempo em que “malbaratava o dinheiro público” ao conceder CR$ 30.000,00 a uma companhia de comédias que passou por Florianópolis.
O porteiro que salvou o acervo
A digitalização de jornais extintos ou ainda em circulação é o único programa que aproxima a Biblioteca Pública do Estado dos catarinenses que não residem na Grande Florianópolis. “Ela é confundida com uma biblioteca municipal, e esta é a primeira ação estadualizada da instituição”, diz o bibliotecário Alzemi Machado. Fruto de parceria com o IDCH (Instituto de Documentação e Investigação em Ciências Humanas), da Udesc (Universidade do Estado de Santa Catarina), a Hemeroteca Digital Catarinense trabalha desde novembro de 2013 no armazenamento e disponibilização de títulos para consulta pública – hoje, eles já são 815. Relatório recente mostra que no segundo semestre de 2017 o site foi acessado por pessoas de 164 cidades do Estado e por 150 estrangeiros de 22 países diferentes.
O bibliotecário exibe um exemplar original do periódico “Correio do Povo” – Marco Santiago/ND
Jornais do século 19, como o pioneiro “O Catharinense”, de 1831, “Regeneração” (1868/1883) e “O Moleque” (1885), assim como “A Republica”, importante veículo do Partido Liberal Catarinense que circulou entre 1889 e 1937, podem ser consultados mediante busca pelo título do periódico ou pela cidade em que estavam sediados. O mesmo vale para o atualíssimo “Zero”, do curso de Jornalismo da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), criado em 1982. Um convênio permitiu que a série “Blumenau em Cadernos”, lançada em 1957, tivesse a digitalização autorizada. A um clique está também “O Clarão”, jornal anticlerical que circulou entre 1911 e 1918 e que se autodefinia como “um órgão de combate legalmente constituído”.
Alzemi Machado se interessou muito pela história de um porteiro da Biblioteca Pública chamado João Crisóstomo Paiva, que no final da década de 1920 se mobilizou para impedir que o então diretor acabasse com a coleção de jornais do século 19 em posse da casa. Primo de Joaquim Gomes de Oliveira e Paiva (o arcipreste Paiva), ele conseguiu evitar o fim do precioso material, no que contou com a ajuda, entre outros, do professor e historiador José Boiteux, fundador e ex-presidente do IHGSC (Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina). Aposentando como amanuense arquivista em 1938, ele foi porteiro da biblioteca durante 23 anos e era citado pelo escritor Carlos da Costa Pereira, diretor da instituição nas décadas de 1940 e 1950, como o responsável pela salvação do acervo.
Um caderninho com fatos relevantes
Mesmo diminuta, a equipe da Hemeroteca Digital Catarinense quer ir além da digitalização do próprio acervo e de outros que sejam oferecidos por terceiros. Neste sentido, busca empresas, pessoas físicas e instituições detentoras de patrimônios editoriais e patrimoniais de periódicos para que disponibilizem esse material, garantindo a sua conservação. O trabalho é longo, árduo, braçal, expondo os profissionais ao contato com a acidez e as patologias do papel. O mais importante jornal de Santa Catarina, “O Estado” está digitalizado de 1915, ano de sua criação, até 1955, faltando o longo período até 2008, quando deixou de circular. Em compensação, 98% dos jornais de século 19 estão digitalizados e disponíveis para consulta, pesquisa e transferência de arquivos.
Jornais como “O Moleque” (1885) foram transportados para o mundo digital por meio da digitalização – Marco Santiago/ND
Também são metas da equipe publicar um catálogo ilustrativo do acervo de periódicos raros da Biblioteca Pública do Estado e realizar uma exposição com capas de jornais manuscritos e escolares já editados em Santa Catarina. Em setembro, em Lages, vai acontecer o 1º Seminário Estadual da Hemeroteca Digital Catarinense.
Alzemi Machado tem o hábito de anotar as coisas que mais chamam a sua atenção, mesmo sem tempo para se deter na leitura de cada página que digitaliza. Em seu caderninho estão, por exemplo, datas em que fatos relevantes foram noticiados, como a inauguração do cine São José, em Florianópolis, em 1954, e a abertura da célebre Confeitaria do Chiquinho, na rua Felipe Schmidt, na primeira década do século 20. “Pelos jornais, podemos saber como eram as cidades muitos anos atrás, totalmente horizontais, as alterações da arquitetura urbana, os tipos de vestuário, as modas e os valores de épocas diferentes”, diz o bibliotecário. Também chamou sua atenção que há jornais em que os exemplares publicados durante os primeiros anos da ditadura não fazem parte do acervo da biblioteca.
Desde las tablillas de arcilla en las cuevas subterráneas de Mesopotamia, hasta los libros encadenados en los monasterios medievales, o las inmensas bibliotecas surgidas en el Renacimiento; desde la aparición de Internet y la web 2.0 hasta la llegada de Google Play Books, los bienes más preciados del saber son resguardados en la proximidad.
Para la aristocracia, la acumulación de códices fue un símbolo de poder y distinción similar al territorial. Para los reyes se trataba de un signo de poder: una manera fácil de perpetuarse, por medio del acumulado bibliográfico.
Sin embargo, para algunos escritores posmodernos el asunto es mucho más fácil: todo parece indicar que la biblioteca se trata de un mueble delante del cual se deben tomar selfies. Acaso para dejar claro que lo importante no es la acumulación del saber sino el hecho de estar parados allí, frente al conocimiento.
A continuación repasaremos algunas connotaciones de la biblioteca en la posmodernidad.
Biblioteca como metáfora
Durante las últimas décadas, es muy probable que el término biblioteca se haya utilizado más como almacén de metáforas para pensar el mundo o el universo–como Borges en La biblioteca de Babel– que un término relacionado con la consulta de libros.
Y sí, lo citaremos nuevamente.
“El universo (que otros llaman la Biblioteca) se compone de un número indefinido, y tal vez infinito, de galerías hexagonales, con vastos pozos de ventilación en el medio, cercados por barandas bajísimas. Desde cualquier hexágono se ven los pisos inferiores y superiores: interminablemente. La distribución de las galerías es invariable”.
Más como concepto que como institución. Semiológicamente, ha sido –sigue siendo y será– un término con una amplia gama de connotaciones.
Biblioteca como mueble o almacén de textos sospechosos
En nuestros días abunda el sujeto pseudo culto que presume de la magnitud de su biblioteca pero que en realidad sólo se dedica a guardar libros que nunca ha leído, porque acumular objetos desconocidos en un estante es uno de sus hobbies.
También estamos en la época de los libros sospechosos. Hay quienes critican los textos y todos los metarrelatos (sistemas o grandes historias).
Los posmodernos afirman que los textos ?históricos, literarios o de otro tipo? reflejan los prejuicios y la cultura particular del escritor, y no tiene ninguna autoridad para expresar “lo que pasó en realidad”, ya que no existe ningún fundamento universal para la verdad.
Los peligros de la posmodernidad
La historia de las bibliotecas también parece ser la historia de la destrucción de la cultura: confiscaciones, saqueos, quemas y destrucciones producto de fanatismos religiosos o políticos.
Este es el caso de la Biblioteca de Alejandría destruída en el incendio que devastó la ciudad durante el asedio del César, o la Biblioteca de Bagdag, quemada durante la invasión de Irak por parte de los tropas estadounidenses y británicas en 2003.
También hay que recordar las famosas listas negras de las dictaduras, que hicieron que muchos escritores vivieran en el exilio y terminaran vendiendo o quemando su biblioteca.
Pero hoy en día las bibliotecas corren otro tipo de peligros.
En ocasiones, estos recintos del conocimiento no están a salvo de las peleas conyugales. Si la eventualidad amenaza la estancia permanente en una casa, lo primero que hay que hacer antes de que un conflicto concluya en desalojo es mudar los libros. Luego, todo lo demás.
O peor aún, los exilios ¿Qué pasa con la biblioteca personal cuando uno debe salir de su país obligado por una situación? Parece que la solución es el libro electrónico o el eBook. Sin embargo, algunos románticos dirán que no pueden anteponer el hecho del contacto con el libro en físico o son incapaces de romper la conexión mística con el libro-objeto.
Las bibliotecas líquidas
Pero el peligro más inminente de estos tiempos, es que se habla de bibliotecas vacías de contenido o significación. La idea de la posmodernidad nos remite al consumo masivo, a la producción exponencial de libros y a la conformación de un individuo hedonista sometido y acosado por millones de palabras, información y datos.
Siguiendo las ideas de Walter Benjamin, las bibliotecas están perdiendo su aura de recintos del saber. En este universo tecnológico de millones de datos y palabras, el libro se diluye, se consume y se desecha.
Las grandes bibliotecas físicas que se construyeron a través de décadas son apenas nada en el mundo de la información del consumo masivo y hedonista. Este es un tema complejo, que debe estudiarse con más detenimiento y al cual volveremos en otra entrega.
Governo criará grupo de trabalho para avaliar situação das 8 bibliotecas estaduais
Frequentadores apontaram diversos problemas na Biblioteca Central dos Barris (Foto: Arquivo CORREIO)
O jornalista e pesquisador Claudio Leal, que denunciou a situação da Biblioteca Central do Estado, na semana passada, recebeu um ofício do governo do estado nesta quarta-feira (28) falando que providências serão tomadas para solucionar os problemas. Leal publicou uma carta aberta destinada ao governador Rui Costa (PT), na qual falou de sua experiência como pesquisador no local.
“A secretária particular de Rui Costa me enviou ofício esta manhã dizendo que o governador cobrou providências da secretaria responsável pela Biblioteca Central dos Barris – a Secretaria de Cultura – com protocolo e telefone para acompanhar o pleito”, publicou Claudio, no Twitter.
No documento, que data da última segunda-feira (26), mas que só chegou nesta quarta ao jornalista, consta que “o referido pleito foi encaminhado à Secretaria competente para providências”. Ele é assinado por Elisa Cristina Guimarães Pellegrini, secretária particular do governador.
Procurada pelo CORREIO desde segunda-feira (26), a Fundação Pedro Calmon (FPC), responsável pela biblioteca, continuou sem comentar o caso. A reportagem também procurou a Secretaria de Cultura do Estado (Secult), que não se posicionou.
Banheiros sujos são citados em carta de pesquisador (Foto: Marina Silva/CORREIO)
Grupo de trabalho
No final da tarde desta quarta-feira (28), a secretaria de Comuicação do Estado (Secom) informou, por meio de nota, que o governador Rui Costa “determinou imediata avaliação técnica de estrutura física de todas as bibliotecas públicas estaduais”, além da criação de um grupo de trabalho, envolvendo as secretarias da Cultura (secult) e da Administração (Saeb) para atender à determinação.
Ainda de acordo com a nota, “uma equipe de engenheiros da Saeb já iniciou atividade em campo para apresentar relatório com máxima agilidade ao governador”. O objetivo de Rui, segundo informou a Secom, “é criar um plano de requalificação e modernização das oito bibliotecas públicas administradas pelo Governo do Estado”.
No site da Fundação Pedro Calmon, constam que são administrados pela Secult o Arquivo Público do Estado da Bahia (Apeb) e a Biblioteca Anísio Teixeira (Pelouriunho), Biblioteca de Extensão (Barris), Biblioteca Infantil Monteiro Lobato (Nazaré), Biblioteca Juracy Magalhães Neto (no Rio Vermelho e em Itaparica), a própria Biblioteca Central do Estado da Bahia (Barris), Biblioteca Pública Thales de Azevedo (Costa Azul) e Biblioteca Virtual Consuelo Pondé.
Também são administrados pela Fundação o Centro de Memória da Bahia, o Memorial dos Governadores Republicanos e a Casa Afrânio Peixoto (Lençóis).
CORREIO doará assinaturas
O jornal CORREIO vai doar à Biblioteca Central do Estado da Bahia duas assinaturas anuais diárias do jornal, além do acesso digital. Na carta endereçada ao governador Rui Costa, o jornalista Claudio Leal afirma que a biblioteca cortou as assinaturas da Tribuna da Bahia em agosto de 2016 e do jornal A Tarde em junho de 2016. Edições do CORREIO foram encontradas até dezembro daquele ano por conta de doações feitas por frequentadores.
Exemplares de jornais mais recentes são de 2016 (Foto: Marina Silva/CORREIO)
São-carlense Ariel Silva atua profissionalmente como caricaturista há quase 20 anos, tendo colaborado em projetos de vários grandes veículos da mídia nacional
Até o dia 23 de março é possível conferir no Serviço de Biblioteca Prof. Dr. Sérgio Rodrigues Fontes (SVBIBL) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP a exposição Caricaturas de Personalidades do artista são-carlense Ariel Silva. Ariel Silva tem formação em artes e publicidade e propaganda e atua profissionalmente há quase 20 anos, tendo colaborado em projetos de vários grandes veículos da mídia nacional.
É vencedor de diversos prêmios nacionais e internacionais, como o 1º lugar no Salão Internacional de Humor de Limeira, e conquistou destaque em outros encontros do gênero, como uma menção honrosa no PortoCartoon World Festival (Portugal). Conheça mais sobre o trabalho do autor visitando seu Instagram.
A mostra pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 8 às 21h30. A Biblioteca encontra-se na área 1 do campus da USP em São Carlos, situada na Av. Trabalhador são-carlense, 400.
Inscrições abertas!
Oficina – Fab Lab: Como fazer livros artesanais.
Com Albino Ribas, Célia Andrade e Maraléia Menezes.
Dias 20, 21 e 22 de março em Presidente Prudente, Birigui e Votuporanga.
Acesse: http://www.siseb.sp.gov.br/agenda/
O Sesc São Caetano oferece a partir de março, intervenções artísticas e novos pontos de atendimento do “BiblioSesc”, programa de incentivo à leitura gratuito, com empréstimo e consulta de livros, jornais e revistas, através da biblioteca itinerante que funciona em um caminhão. Além dos habituais pontos de São Caetano, Diadema e Mauá, atenderá no Centro para Crianças e Adolescentes Zumbi dos Palmares em São Paulo, na Fábrica Integrada Educacional e Cultural e no Campo Distrital Maria Célia de Souza, ambos em Mauá.
Com atividades que integram as ações de fomento à leitura do Sesc São Paulo, programou para os dias 14/03, no CEU das Artes, e 28/03, no Campo Distrital Maria Célia de Souza, a partir das 12h, a intervenção artística “Nas abas do meu cordel”, com a Cia. Da Matilde, que traz a proposta de aproximar do público a cultura brasileira. Os artistas se misturaram a plateia com instrumentos musicais, cantando cantigas e historias rimadas. Qualquer pessoa pode participar.
Para se cadastrar e retirar livros, basta apresentar documento de identidade e comprovante de residência, menores de 12 anos mediante autorização dos pais. Cada leitor pode retirar até dois livros simultaneamente, pelo período de 15 dias, quando o Bibliosesc volta à região para realizar devoluções e novos empréstimos.
CRONOGRAMA DE ATENDIMENTOS: FIEC Fábrica Integrada Educacional e Cultural – 6 e 20/3 Novo ponto FASCS Fundação das Artes de São Caetano do Sul – 7 e 21/3 CEU DAS ARTES Centro de Artes e Esportes Unificados – 8 e 22/3 PARANAVAÍ UBS Jardim Paranavaí – 13 e 27/3 CAMPO DISTRITAL Campo Distrital Maria Célia de Souza – 14 e 28/3 Novo Ponto CARDEAL ARCOVERDE – 1, 15 e 29/3 CCA ZUMBI DOS PALMARES – 2 e 16/3Novo Ponto
UNIDADE SESC São Caetano – 3, 5, 9, 10, 12, 17, 19, 23, 24, 26 e 31/3
ENDEREÇOS:
FIEC – Fábrica Integrada Educacional e Cultural Av. Brasil 1490. Parque das Américas – Mauá
FASCS – Fundação das Artes de São Caetano R. Visconde de Inhaúma, 730. Nova Gerty – São Caetano
CEU DAS ARTES – Centro de Artes e Esportes Unificados Av. Afonso Monteiro da Cruz, 254. Jardim União – Diadema
PARANAVAÍ – UBS Jardim Paranavaí R. Rolândia, 252 esq. c/ R. Luiz Polizel. Jd. Paranavaí – Mauá
CAMPO DISTRITAL – Campo Distrital Maria Célia de Souza Av. José Ricardo Nalle, s/ nº. Vila Mercedes – Mauá
CARDEAL ARCOVERDE Pça. Cardeal Arcoverde. Centro – São Caetano
CCA ZUMBI DOS PALMARES – Centro para Crianças e Adolescentes Zumbi dos Palmares R. Santa Maria Madalena, 21/ 41. Vila Califórnia – São Paulo
Sesc São Caetano R. Piauí, 554 – Santa Paula. São Caetano
SERVIÇO:
Sesc São Caetano
rua Piauí -554 Santa Paula – São Caetano
Classificação: Livre
Ingressos: grátis
Telefone para informações: (11) 4223-8800
Para informações sobre outras programações acesse o portal sescsp.org.br/saocaetano
Horário de atendimento/bilheteria do Sesc São Caetano – De segunda a sexta, 9:00 às 21:30,sábados e feriados, das 9h às 17h30.
Biblioteca Central reforça descaso com a pesquisa e a memória
Local está sujo, sem ar-condicionado e jornais; pesquisador fez carta ao governador
Primeira biblioteca da América Latina; dona de uma história de 207 anos; detentora de um acervo de mais de 600 mil arquivos – mais de 150 mil livros. Sobrevivente a incêndios, bombardeios, roubos e mudanças de sede. A Biblioteca Central do Estado, antes Biblioteca Pública do Estado, é tudo isso. Agora, ela enfrenta outro momento sombrio: sem grandes investimentos, falta limpeza, climatização e até jornais diários.
A situação não é nova, mas voltou à tona na semana passada, depois que o jornalista Claudio Leal divulgou, nas redes sociais, uma carta pública endereçada ao governador Rui Costa. No texto, Claudio denuncia as condições da biblioteca – que vão desde o que chama de ‘desertificação’ do setor de periódicos, onde ficam os jornais diários, até as más condições de limpeza.
“São quase dois anos de incúria, de estúpida austeridade e de grosseria contra leitores e pesquisadores. Um ato de desprezo à memória histórica da Bahia”, diz, na carta. Segundo ele, os banheiros têm cheiro de urina e os mictórios são ‘podres’, mas refletem um descaso que vêm atravessando mandatos e partidos políticos.
Os banheiros sujos foram citados na carta do jornalista (Foto: Marina Silva/CORREIO)
“Não há motivo para vanglória: isto não é um feito de sua gestão. O desrespeito à higiene dos usuários atravessa décadas e não exclui governantes de esquerda ou direita”, pontua o jornalista, que cita os 20 dias em que a biblioteca teve que fechar, em 2016. Na época, o CORREIO denunciou cortes na segurança e na limpeza.
Sem jornal
No caso dos periódicos, os cortes também remetem a 2016. Desde aquele ano, a biblioteca, dona de um dos maiores acervos de periódicos e publicações raras do estado, não recebe jornais diários. As justificativas não oficiais – de funcionários e frequentadores – incluem falta de dinheiro e até burocracia. No fim, o resultado é o mesmo: a biblioteca não consegue mais garantir as assinaturas.
Os últimos exemplares de jornais são de 2016 (Foto: Marina Silva/CORREIO)
Em agosto de 2016, chegaram ao fim a assinatura da Tribuna da Bahia e, pouco antes, em junho, a do jornal A Tarde. As edições do CORREIO duraram um pouco mais – devido a uma doação, é possível encontrar tudo que foi publicado até dezembro. Jornais nacionais também não há.
Baiano, o jornalista fazia pesquisa para o mestrado em história do cinema baiano na Universidade de São Paulo (USP) quando se deparou com os problemas. Percebeu que algo estava ainda mais errado quando notou a queda no número de frequentadores. O setor de consulta aos periódicos, antes um dos mais procurados, estava vazio.
Procurada, a Fundação Pedro Calmon (FPC), ligada ao governo do estado, não informou a quantidade de visitas lá, somente as feitas à Sala de Consulta do Arquivo Público – que caíram de 5.563 em 2007 para 3.190 em 2017. A Fundação também não se manifestou sobre os problemas no local.
Desde 2016 frequentando a biblioteca para pesquisa sobre anos de 1950 e 1960, Claudio já vinha incomodado com a infraestrutura do local. Em meio ao calor, não conseguia passar muito tempo pesquisando. Se tinha quatro horas disponíveis para pesquisar lá dentro, não suportava mais do que duas, de tão quente.
“Quando encontrei a biblioteca nesse estado de afastamento de leitores, já fiquei um pouco surpreso. E quando comecei a experiência como pesquisador, fui entendendo o que estava acontecendo. As pessoas precisam entender que é muito grave uma biblioteca pública não receber continuamente jornais diários. São lacunas que vão ser enfrentadas pelos historiadores lá na frente”, explica Cláudio, em entrevista ao CORREIO.
Desde os 14 anos, o jornalista frequenta a biblioteca. Durante sua pesquisa, descobriu que usuários do espaço e funcionários chegavam a fazer doações para evitar a lacuna. Ele defende que, se a biblioteca não está arquivando ‘o presente’, não é possível dizer que ela tem cumprido seu papel. “E não adianta dizer que o período está digitalizado, porque já há perdas de arquivo de fotografias e textos no universo digital, então a biblioteca pública não pode deixar de arquivar o impresso”.
Por isso, decidiu escrever a carta e endereçá-la ao governador Rui Costa, ao invés dos representantes dos órgãos diretamente responsáveis pela gestão da Biblioteca Central. “Não adianta escrever e protestar contra ocupantes de cargos de segundo escalão que nada podem fazer contra senhores de autoridade fiscal”.
Até barata
Segundo a carta de Cláudio, as publicações foram cortadas devido a ‘estranhas burocracias’, além de um ‘desinteresse oficial de solucionar esse impasse’. Na segunda-feira (26), dia em que a reportagem do CORREIO esteve na biblioteca para uma pesquisa de jornais, a negativa veio com outra explicação – dessa vez, relativa à economia. “Aí… Está vendo a crise no país, né?”, justificou um dos funcionários.
O mestrando em História pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) Sivaldo dos Reis conhece bem a realidade da biblioteca. No dia em que encontrou o CORREIO, ele pesquisava no Arquivo Público do Estado da Bahia (Apeb), na Baixa de Quintas. No entanto, durante os últimos dois anos, foi na Biblioteca Central onde esteve mais vezes para buscar informações para a dissertação sobre raça e cidadania no período da Primeira República.
Sivaldo pesquisa na Biblioteca Central e no Apeb (Foto: Thais Borges/CORREIO)
O foco de seu trabalho é o advogado africano Maxwell Assunção, que nasceu em Lagos (Nigéria), mas viveu por 35 anos em Salvador. Neste período, o advogado escreveu para vários jornais denunciando casos de racismo na cidade. E foi assim que Sivaldo se tornou presença constante no setor de periódicos da Biblioteca Central – justamente pesquisando os jornais.
Foi numa dessas que, em um dado momento de 2017, Sivaldo notou algo estranho em seu pé. Ao olhar para baixo, constatou a presença de um ser que faria muita gente sair correndo: uma barata, que surgira ali, em meio à seção de periódicos. “Isso é algo muito sério. Cheguei a falar com um funcionário, mas ele até brincou, dizendo que ali tinha ‘rato, barata, até caranguejo’, lembra, sem tirar a responsabilidade dos próprios pesquisadores. Sivaldo conta que já presenciou, inúmeras vezes, gente comendo nos aposentos da biblioteca – e ainda reclamando das advertências dos servidores.
Ele diz que, de uma forma geral, a infraestrutura da biblioteca ‘é um problema’. Sem ar-condicionado e ventiladores, ele afirma, ainda, que o atendimento é precário. No Apeb, Sivaldo elogiou, mais de uma vez, a presteza dos funcionários. Na Biblioteca Central, até o barulho de conversas dos servidores e terceirizados é uma dificuldade. Desde 2015, o historiador acredita que o movimento tenha caído, mas lamenta a diminuição dos recursos destinados ao incentivo à pesquisa no Brasil de forma geral.
Para todos
A diretora do Instituto de Ciência da Informação (ICI) da Ufba, Hildenise Novo, também critica a situação da biblioteca. É lá que os estudantes da graduação em Biblioteconomia da Ufba, um dos cursos lotados no ICI, fazem estágio obrigatório. E, para a professora Hildenise, o contexto atual é ‘absurdo’.
“A gente sabe que, efetivamente, as políticas públicas na área da cultura e da educação vêm sendo postas de lado pelos nossos governantes e a gente não pode deixar que isso aconteça. Isso é uma coisa que revolta a comunidade, revolta os bibliotecários. Acho que deveria ser motivo de protesto”, afirma.
Atualmente, ela orienta um trabalho de mestrado em que o estudante chegou a desistir de continuar a pesquisa na biblioteca – justamente devido à falta de jornais atuais. Sem saída, ele acabou recorrendo ao acervo do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB).
“O jornal é um veículo de informação que se atualiza diariamente. Nem todas as pessoas têm acesso à internet nesse país ainda. A internet é importante, mas, por si só, não basta. É importante olhar sobre o objeto físico e pela questão de dar acesso a todo e qualquer tipo de público”.
A professora da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH) da Ufba, Maria Hilda Baqueiro, defende que projetos de preservação de memória – como o acervo de periódicos da biblioteca – sejam assumidos pela sociedade, não apenas por governantes. “Não pode simplesmente responsabilizar o estado por tudo, quando é muito mais simples fazer de outras formas, com a participação de empresas, de particulares…”.
Preservação
Desde o caso do fechamento da biblioteca em 2016, o número de pesquisadores que recorre ao IGHB aumentou. Ao CORREIO, o presidente da entidade, Eduardo Morais de Castro, estimulou que o crescimento tenha sido de 15% de lá para cá. Além de oferecer jornais diários atualizados para consulta, o IGHB conta com jornais desde o século XIX e um acervo de 45 mil publicações.
Por dia, recebem, em média, dez pesquisadores. Diferentemente da Biblioteca Central, cujo número de usuários tem caído, ele diz que não notou nenhuma queda na bibliotexa da unidade. “Atribuo muito dessa diminuição à internet, já que você tem o mundo no celular. Só que, na nossa, temos um público muito específico, que estuda geografia, história, antropologia, e tem um acolhimento e preservação dos livros de uma maneira diferenciada”.
Nas salas de consulta, os ambientes são climatizados e há desumidificadores de ar para preservação do acervo. “Essa é uma memória que a gente tem. Temos que ter esse patrimônio, porque temos um tesouro na mão”.
Pesquisadores comentam os desafios do trabalho
Quem atua como pesquisador na Bahia não tem uma vida fácil – especialmente se depende de documentos históricos. É o caso das professoras Juliana Barreto Farias, 40 anos, e Idalina Freitas, 37, do curso de História da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). Só para o projeto de pesquisa mais recente – sobre engenhos em São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador (RMS) -, passaram por arquivos municipais de várias cidades próximas, como Cachoeira e Santo Amaro.
Encontraram espaços fechados ou arquivos inexistentes. No dia em que encontraram o CORREIO, na terça-feira (27), elas davam início à pesquisa no Arquivo Público do Estado da Bahia (Apeb), na Baixa de Quintas. Planejavam passar o dia ali com a aluna Tatiana Santana, 30, que faz parte do projeto de iniciação científica. Os próximos seis meses devem ser de visitas ao Apeb.
Tatiana, Juliana e Idalina recorreram ao Apeb depois de não conseguir documentos em arquivos municipais (Foto: Thais Borges/CORREIO)
“Aqui tem questões estruturais, porque é um prédio muito antigo. Mesmo assim, é tudo muito tranquilo e prático. A gente chega e os funcionários já vêm ajudar”, diz Juliana. Sem ar-condicionado, elas contam que tiveram experiências em outros arquivos pelo Brasil que estão da mesma forma – à exceção do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, que é climatizado.
Elas reforçam a importância desses espaços de pesquisa – não apenas para quem trabalha com História, mas para a sociedade de forma geral. “A gente pode, assim, recompor a trajetória de sujeitos, recuperar a história e podem inclusive surgir outros temas de pesquisa”, completa Idalina.
Para ficar mais perto do Apeb, o mestre em História Alexandre Gonçalves saiu de Ipirá, no Centro-Norte do estado, onde leciona no curso de Pedagogia em uma universidade particular. Assim, ele planeja desenvolver a pesquisa para seu projeto do doutorado em História. Na terça-feira (27), ele tinha retornado ao espaço, que não visitava desde 2015, para estudar sobre Capitanias Hereditárias.
“Se fosse possível melhorar, ótimo, mas a gente sabe que o investimento do poder público em todas as esferas não é ideal, que seria de encontrar online. Aqui, na Bahia, a referência é o Apeb por arquivo, organização… Mas o futuro é digitalizar, não apenas ter o arquivo”, aponta.
Mestrando em História pela Ufba, o pesquisador Marlos Cândido, 23, também passou boa parte dos dias do último ano pesquisando no Apeb. O objetivo era encontrar o máximo possível de informações sobre uma invasão francesa em Porto Seguro, no século XVIII. Como a cidade não tem arquivo municipal próprio, a maioria dos – poucos – documentos disponíveis veio para o Apeb ou para o Arquivo Nacional.
“Conheço o Arquivo Nacional e a Biblioteca Nacional e é incomparável o que eles podem oferecer. O Apeb está muito precarizado, as máquinas (para microfilmes) estão ultrapassadas, mas o pessoal aqui é muito disposto a ajudar. Aqui, na sala de microfilme, é climatizado, mas, na sala de consulta, onde passo 75% do tempo, não”.
Marlos pretende finalizar a pesquisa no Apeb ainda esta semana. Depois, vai se concentrar na escrita da dissertação do mestrado, que defenderá em 2019. Para ele, o trabalho de investigação é quase como de ‘formiguinha’. Ele ressalta a variedade de documentos para pesquisa no local. “O Apeb é fantástico. Se não fosse o Apeb em nossas vidas, não existiria pesquisa na Bahia. É o melhor lugar para pesquisar o período colonial”.
Leia a íntegra da carta aberta de Cláudio Leal:
“Caro governador Rui Costa,
Trago-lhe notícias da decadência da Biblioteca Pública do Estado da Bahia, criada em 1811 e instalada em 1970 nos Barris, centro de Salvador, sob a responsabilidade do governo do Estado. Sem querer contrariar a irrelevância da cultura em seu governo, informo-lhe que a velha biblioteca continua a não receber nenhuma assinatura de jornais locais e nacionais. A seção de consulta a periódicos, antes repleta de frequentadores, sofre um processo de desertificação. Visitantes retornam para a rua ao verificar que não há jornais do dia. São quase dois anos de incúria, de estúpida austeridade e de grosseria contra leitores e pesquisadores. Um ato de desprezo à memória histórica da Bahia. De acordo com os funcionários, desde junho de 2016 a remessa de publicações foi cortada em razão de estranhas burocracias, inéditas em quase dois séculos de serviços públicos, agora humilhados pelo desinteresse oficial de solucionar esse impasse.
Conforme apurei, usuários e funcionários chegam a doar seus jornais para corrigir parte da lacuna do acervo da biblioteca. Esta história é comovente, mas deveria lhe indignar tanto quanto a mim, porque o dinheiro para a manutenção é mínimo. Uma assinatura do jornal “A Tarde” custa R$ 65 por mês (felizmente, a maior parte do acervo está digitalizada). O “Correio” custa uma pechincha: pode sair R$39/mês. Como se vê, nada que ofenda o erário.
Na Biblioteca dos Barris, realizei pesquisas em 2016 e 2017 e posso descrever o zelo de funcionários jogados em ambientes sem ar condicionado, outro atentado contra o acervo. O calor reduzia a capacidade de resistência, o tempo de pesquisa se reduzia. E cabe uma pequena atualização: a sala de consultas a periódicos se encontra outra vez sem ar condicionado. Quebrou. Em 22 de fevereiro de 2018, crescia a esperança de um conserto.
Os banheiros da biblioteca são sujos, fedem a urina e dezenas de vasos seguem interditados. Os mictórios são podres. Não há motivo para vanglória: isto não é um feito de sua gestão. O desrespeito à higiene dos usuários atravessa décadas e não exclui governantes de esquerda ou direita. O PT, defensor das minorias, deveria proteger a saúde de raros leitores. Há pouco tempo, houve cortes indecentes na limpeza e na segurança, mesquinharia revertida dentro da lentidão habitual de tudo que se refere à preservação histórica no Brasil. Em 2016, a biblioteca fechou por 20 dias. Os vigilantes não eram pagos, como denunciou a imprensa.
Antes do fim, vamos rapidamente ao subsolo. A Sala Walter da Silveira, que foi uma referência da cinefilia baiana, dispõe de um excelente programador, mas recebe recursos pífios para realizar mostras e retrospectivas de filmes. Seja mais generoso com a sala que leva o nome de um dos maiores críticos do Brasil.
Apesar do meu desencanto, espero que o senhor corrija o descaso de seu governo com a Biblioteca Pública. Esta carta, naturalmente, será encaminhada a outros destinatários dedicados à memória histórica.
Além dos empréstimos de livros, a biblioteca também oferece um espaço para leitura, além de iPad para pesquisas, jogos de tabuleiro, entre outros. Foto: Divulgação
Acervo também conta com materiais para pessoas com deficiência visual
Com o objetivo de incentivar a leitura, a biblioteca do Senac São José dos Campos está de portas abertas para atender a comunidade. O espaço conta com um acervo de mais de 4.800 livros, totalizando mais de 6 mil somados com os CDs, DVDs e folhetos.
A responsável pela biblioteca, Lidiane Saraiva de Almeida, ressalta que o local também disponibiliza um acervo com mais de 30 obras em braile, 222 audiolivros, além do reglete, instrumento utilizado para a escrita em braile. “O compromisso do Senac com a acessibilidade é muito grande, por isso, nossa biblioteca também oferece alguns jogos da memória tátil, alfabeto em braile e dominó de percepção manual”, destaca.
A biblioteca do Senac São José dos Campos realiza, por mês, uma média de 300 empréstimos de materiais e os temas mais procurados são sobre gastronomia, enfermagem e administração. Para as pessoas que desejam utilizar a biblioteca da unidade, é necessário fazer um cadastro no local. Os interessados devem apresentar cópia do RG e comprovante de residência. Após a efetivação do cadastro, a pessoa poderá emprestar um livro por até uma semana, podendo ser renovado por até três vezes gratuitamente.
Além dos empréstimos de livros, a biblioteca também oferece um espaço para leitura, além de iPad para pesquisas, jogos de tabuleiro, entre outros.
“As bibliotecas da rede Senac são abertas à comunidade e estamos muito felizes com o crescimento de frequentadores e amantes da leitura. Além disso, também promovemos feira de troca de livros e notamos que o nosso intuito de incentivar a leitura está dando certo”, conclui Lidiane.
Rede de bibliotecas
Juntas, as bibliotecas das unidades da rede Senac São Paulo e dos campi do Centro Universitário Senac totalizam 56 centros de informação. São mais de 10.500 metros quadrados construídos para atender clientes e comunidade em geral do Estado de São Paulo. O acervo inclui mais de 500 mil volumes.
Além dos livros literários e periódicos, as bibliotecas possuem publicações em vários formatos e as prateleiras são ocupadas com as novidades do mercado nas áreas contemporâneas em que o Senac São Paulo atua. São elas: jornalismo, fotografia, publicidade, cinema, design de multimídia, informática, moda, saúde, terceiro setor, turismo, hotelaria, gastronomia, meio ambiente, educação, idiomas, administração e negócios.
Mesmo com a facilidade de encontrar qualquer informação à distância de um clique, a internet ainda não substituiu as bibliotecas em muitas universidades e instituições de ensino. As salas repletas de livros, conhecimento e silêncio são uma ótima aliada da web na hora de melhorar o rendimento acadêmico.
Segundo a coordenadora do Sistema de Bibliotecas da UniCarioca, Rachel Louredo, o fácil acesso ao conteúdo indicado nos cursos e a presença de profissionais para auxiliar na pesquisa estão entre as vantagens das bibliotecas:
— O perfil mudou, a geração conectada que frequenta bibliotecas requer mais agilidade na busca da informação. Além de oferecer informação, o espaço gera conhecimento e cultura para todos. O acervo é composto, em sua maioria, por livros das bibliografias das disciplinas dos cursos. Isso facilita o estudo, pois a matéria abordada em sala de aula será encontrada com facilidade nos livros disponíveis para empréstimo e consulta.
O aluno do segundo período de Letras da UniRio Roberto Albuquerque, de 26 anos, diz-se surpreso com a quantidade de estudantes que frequenta a biblioteca no campus:
— Fico feliz de ver tanta gente na biblioteca, é uma boa opção para estudar, tranquila e silenciosa. Parece que mesmo com a tecnologia, redes sociais e novidades que surgem a cada momento, os jovens seguem interessados na leitura e buscam ter acesso a ela em todas as plataformas disponíveis.
De acordo com Claudete Daflon, professora de literatura brasileira da Universidade Federal Fluminense (UFF), a biblioteca dá uma maior autonomia ao estudante:
— O usuário, ao se limitar a acatar os resultados apresentados (nos sites de busca), delega o processo de busca, seleção e ordenação das informações. A biblioteca, por sua vez, exige que o usuário assuma o processo de busca, o que implica refletir sobre como acessar determinada informação num universo amplo de possibilidades. Nesse sentido, diferentemente do buscador que determina o que se deve saber sobre um determinado assunto, a biblioteca permite maior autonomia.
Veja quatro dicas para fazer bom uso das bibliotecas
Caminhar pelas estantes sem medo de abrir os livros, pois a informação pode estar onde você nem estava procurando.
Usar sempre que possível o catálogo online para buscar informação e termos específicos.
Não ficar restrito a uma determinada bibliografia, pois outros autores podem ter informações importantes sobre o tema.
Perguntar e não sair com dúvida, pois o bibliotecário sempre terá um caminho para encontrar a informação desejada.
A Biblioteca Municipal Alda Martins Soncini continua cadastrando pessoas com deficiência visual em Arujá. O objetivo é identificar esta população na cidade para, futuramente, oferecer atividades e capacitações inclusivas.
De acordo com a bibliotecária Dalva Sabino, além do trabalho de inclusão social, a proposta é fazer com que eles criem o hábito de frequentar a biblioteca como espaço de entretenimento, cultura e pesquisa.
“Queremos localizar essas pessoas na cidade para planejar políticas de inclusão, seja por meio do fomento à cultura, à leitura ou outros meios que contribuam para o desenvolvimento pessoal e também profissional”, explica.
O cadastro pode ser realizado pessoalmente na Rua São Paulo, 100, no Jardim Planalto. A unidade funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone 4653 4042.
Las bibliotecas escolares necesitan profesionales preparados. Profesionales que hagan de las bibliotecas escolares espacios imprescindibles dentro de los centros docentes e imprescindibles para sus comunidades de usuarios (alumnos, profesores, padres…). Profesionales que lleven como bandera la gestión eficaz y eficiente de la biblioteca y cuyo crecimiento esté basado en sus buenas prácticas en cuanto a promoción y comunicación de sus servicios y actividades. En definitiva, bibliotecarios escolares líderes dentro de la comunidad educativa.
La capacidad de liderazgo, el saber promocionar la biblioteca escolar y el saber comunicar lo que se hace deben ser requisitos imprescindibles para estos profesionales. Requisitos que buscan hacer a los usuarios (reales y potenciales) protagonistas de todo lo que sucede en la propia biblioteca del centro escolar. Porque una biblioteca sin usuarios no es naday porque no hay duda de que el mejor defensor de la biblioteca escolar es el propio bibliotecario/a que la gestiona.
La American Association of School Librarians (AASL) ha publicado recientemente un trabajo en el cual se recogen mensajes, ideas y buenas prácticas para hacer llegar el valor de la biblioteca escolar en el siglo XXI. En dicho trabajo se muestran una serie de habilidades que deben poseer los bibliotecarios/as escolares y sugerencias prácticas para llevar a la biblioteca escolar lo más alto posible. Además se hace referencia al programa Learning4Life en el cual se da importancia a cuatro ideas claves y en el siguiente orden: pensar, crear, compartir y crecer.
Liderazgo del bibliotecario escolar
El liderazgo del bibliotecario/a escolar es un punto clave para que el uso y participación de la biblioteca aumente. Además, el bibliotecario/a, debe fomentar el trabajo en equipo, debe identificar los distintos grupos de de interés de la biblioteca para saber a quién se tiene que dirigir y debe saber comunicar lo que hace, y lo que la biblioteca puede hacer por los demás, de manera efectiva.
Entre las sugerencias prácticas, en cuanto al liderazgo, estarían las siguientes:
Fomentar las relaciones con colegas de otras bibliotecas escolares.
Asistir a reuniones y presentar propuestas.
Colaborar con profesores.
Ser miembro activo de comités escolares.
Crear la presencia de la biblioteca en los medios sociales.
Crear contenido en los sitios web del centro educativo y en los medios locales.
Establecer relaciones con el exterior: asociaciones, juntas, organizaciones…
Invitar a líderes locales a que vayan a contar su historia a la biblioteca.
Ser mentor de otros bibliotecarios y de estudiantes.
Asistir a conferencias.
…
La promoción de las bibliotecas escolares
La promoción de la biblioteca escolar busca convertir el apoyo pasivo de la misma en un apoyo activo. Este es un proceso continuo en el cual se debe escuchar y evaluar las necesidades de los usuarios, para luego seleccionar y promocionar los recursos y servicios para satisfacer dichas necesidades.
Para que dicha promoción sea un éxito es muy importante comunicar de forma efectiva. Además se requiere planificación, identificación de los grupos estratégicos y evaluación de los resultados finales.
Se debe mostrar a la biblioteca como el lugar dinámico y cambiante que es. Además el bibliotecario debe permanecer visible y mantenerse en contacto tanto con los estudiantes como con los profesores.
Entre las sugerencias prácticas, en cuanto a la promoción, estarían las siguientes:
Formar grupos de estudiantes para asesorar y desarrollar la biblioteca.
Invitar a que los profesores y administradores del centro educativo participen de la biblioteca escolar.
Incluir el programa de la biblioteca en todas las actividades de la escuela.
Dar a los profesores más protagonismo en la biblioteca.
Desarrollar colecciones para los profesores continúen con su formación.
Hacer que los padres visiten la biblioteca.
Tratar de recaudar fondos para la biblioteca a través de asociaciones, empresas…
Patrocinar actividades.
Iniciar grupos de amigos de la biblioteca.
Colaborar con otros organismos locales.
…
El poder de la comunicación en las bibliotecas escolares
El desarrollo de un plan de marketing es esencial para hacer llegar la voz de la biblioteca. Este plan debe tener en cuenta los siguientes aspectos: Necesidades, objetivos, audiencia y medios de comunicación.
Entre las sugerencias prácticas, en cuanto a la comunicación, estarían las siguientes:
Formar un comité consultivo para tratar de llegar a todos los grupos implicados en la biblioteca escolar.
Hacer pública la misión de la biblioteca escolar.
Enviar paquetes de bienvenida al inicio del año.
Gestionar la información de la escuela: boletines, noticias… e incluso proporcionar enlaces de interés.
Hacer preguntas para saber qué gusta y qué no.
Contribuir con artículos en los medios de la escuela.
Ser partícipes de las principales actividades de la escuela.
Ofertar programas de voluntariado para implicar a la comunidad estudiantil.
Difundir imágenes de la biblioteca [Cuidado con las imágenes de los estudiantes]
O polo local da UAB (Universidade Aberta do Brasil) lançou nesta sexta-feira, dia 23 de fevereiro, uma enquete em sua fanpage no Facebook (Polo UAB Marabá) para mensurar a quantidade de interessados em cursar graduação em Biblioteconomia, um curso que não é ofertado em nenhuma universidade ou faculdade local.
Segundo a coordenação local da UAB, o curso está aprovado na Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) do Ministério da Educação, para o financiamento via UAB. A enquete é para mostrar à UFPA que Marabá e região têm grande demanda por esse curso. Com os dados da enquete em mãos, será mais fácil defender a oferta no Polo de Marabá. “Há outros polos do Estado que também vão se candidatar para receber o curso, mas o número de vagas e turmas será restrito”, observa Ademar Filho, coordenador da UAB.
Em Marabá há dezenas de bibliotecas, salas de leitura nas escolas, mas apenas dois profissionais formados em Biblioteconomia, os quais atuam na Unifesspa (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará).
SOBRE O CURSO
Quando se fala em Biblioteconomia, a primeira ideia que nos vem à mente diz respeito ao acesso aos livros numa biblioteca. De fato, essa é uma das principais atividades da área. Agora, você já pensou nas pesquisas que você faz pela internet? Nos arquivos que compõem o acervo que conta a história da sua cidade? E os documentos de um banco? Pois bem, a Biblioteconomia vai além das bibliotecas públicas e escolares. Ela trabalha com todo tipo de informação, e os seus profissionais são responsáveis pelo desenvolvimento dos processos de geração, disseminação, recuperação, gerenciamento, conservação e utilização da informação. E, por isso, o bibliotecário precisa de uma formação abrangente, que lhe permita atuar criticamente e com qualidade intelectual em qualquer tipo de unidade de informação.
AGORA É LEI
A Lei nº 12.244, de 24 de maio de 2010, obriga a instalação de uma biblioteca com, pelo menos, um livro por aluno em todas as instituições de ensino do país até 2020. Só por esse aspecto, é possível dizer que o mercado de trabalho oferece ótimas oportunidades, já que há uma enorme demanda por profissionais, estimada em mais de 150 mil bibliotecários.
Pesquisadores, estudantes, curiosos, paulistanos e estrangeiros. Esses são alguns dos frequentadores da Biblioteca da Câmara Municipal de São Paulo, aberta ao público de segunda-feira a sexta-feira, das 10h às 18h30. Ela conta com cerca de 22 mil volumes disponíveis para consulta da população.
O acervo da Biblioteca da Câmara está dividido em Coleção Geral – com publicações nas áreas de direitos e administração pública -, Coleção Aureliano Leite – sobre a cultura, história do Brasil, genealogia, literatura e obras sobre a cidade paulistana –, Coleção São Paulo – especializada em assuntos relacionados à capital paulista – e a Coleção de Obras Raras – composta por livros antigos, entre eles, um título de 1601 sobre direito e jurisprudência.
A Biblioteca ainda conta com documentação da Câmara Municipal de São Paulo desde o século XVI e uma pasta específica para cada vereador com recortes de notícias publicadas pela imprensa sobre cada um deles.
A Biblioteca – assim como a Documentação do Legislativo e o Arquivo Geral – faz parte da Secretaria de Documentação da Câmara. Na biblioteca, são atendidos pedidos da própria casa, assim como da população.
Instituída em 1907 pelo então Prefeito Antônio da Silva Prado, a Biblioteca passou por uma série de fases até conseguir se modernizar e permitir as consultas de atas, Projetos de Leis e obras disponíveis no acervo por meio da internet.
Antigamente, as pessoas faziam fila para saber o que estava tramitando na Câmara. O público vinha para pegar xerox das propostas dos vereadores para conhecer as medidas e alguns queria levar as ideias para implementar em outras cidades.
O setor foi acompanhando as inovações tecnológicas e atualmente permite que as consultas possam ser feitas online. “A base de dados começou a ser implantada em 2000 e foram necessários cinco anos para desenvolvermos uma base de projetos, documento s e correlatos.
Atendimento
Faça aqui a sua pesquisa sobre os livros disponíveis no acervo da Biblioteca.
A Biblioteca Comunitária (BCo) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) abriu chamada para interessados em realizar exposições artísticas, culturais e científicas em suas dependências. Podem participar pessoas físicas ou jurídicas, com exposições individuais ou coletivas de artes como pinturas, desenhos, gravuras, fotografias, esculturas, entre outras. O envio de propostas deve ser feito por meio de preenchimento de formulário online, disponível em http://bit.ly/2CaA9kx.
Ao longo dos anos, a Biblioteca Comunitária da UFSCar democratizou seu espaço, investiu na pluralidade cultural e hoje se configura como um local para a livre expressão das atividades intelectual, artística e científica. Segundo relatos de expositores – artistas, produtores culturais e pesquisadores -, a BCo é considerada um dos melhores locais de exposições de São Carlos (SP) e região.
Ao abrir seus espaços para eventos culturais, a Biblioteca fomenta descobertas e alimenta em seus usuários a sensibilidade em relação à arte e à ciência.
Informações sobre a realização de exposições na BCo estão disponíveis no regulamento (http://bit.ly/2EHExZU) e podem ser solicitadas pelos telefones (16) 3351-8275 e (16) 3351-8747 ou pelo e-mail acaocultural.bco@ufscar.br. Para saber mais sobre os espaços da Biblioteca, acesse http://bit.ly/2Cdz23D.
Autor, advogado e pedagogo santista, Fernando Saraiva doou exemplares de seu primeiro livro, Regenera Brasil – O Guia do Cidadão Inconformado, para as bibliotecas municipais de Santos. A publicação, lançada no último mês de outubro pela editora Giostri, aborda questões relacionadas à educação e à economia aplicadas ao cotidiano.
Fernando doou dois livros à Secretaria de Cultura, disponíveis na Biblioteca Mário Faria (Posto 6, praia da Aparecida), na estante dedicada aos autores santistas, e também na Biblioteca Municipal Alberto Souza, na Praça José Bonifácio, 58, Centro Histórico.
“O livro reúne aspectos do Direito e da economia voltados ao dia a dia. Nasceu do sonho de transformação do País e da necessidade de conscientizar os cidadãos sobre seus direitos e possibilidades”.
A obra, segundo o autor, também gerou o curso Desenvolvimento Pessoal e Cidadania – Módulo 1, que ocorre a partir do dia 13 de março, na Universidade Santa Cecília (Unisanta).
26 de fevereiro de 2018Bibliotecas Escolares, NotíciasComentários desativados em Las bibliotecas escolares no son lugares estancos, son espacios para la creatividad
Las bibliotecas escolares no son únicamente lugares en los cuales hay libros para los estudiantes, son espacios para el surgimiento de ideas. Y es que las bibliotecas escolares son mucho más que lugares físicos y estancos ubicados dentro de centros educativos, son espacios creativos para el aprendizaje individual y colectivo de sus estudiantes.
El Blog de Educación y TIC (tiching) señala que las bibliotecas escolares ofrecen igualdad de oportunidades al alumnado en cuanto al acceso a la información, la lectura y la cultura. A lo que habría que sumar el impacto positivo que tienen las bibliotecas escolares sobre el rendimiento de los estudiantes. El post de tichingidentifica también una serie de beneficios que aportan las bibliotecas escolares a la educación, como por ejemplo: despertar el interés
Em busca de dicas para participar de entrevistas de emprego, a estudante de logística Giovanna de Jesus Monteiro, participou nesta segunda-feira (26) da oficina gratuita de empregabilidade, realizada pela Biblioteca Professor Nelson Foot. A atividade reuniu jovens de 15 e 29 anos.
Foto: Fotógrafos Prefeitura Municipal de Jundiaí
A oficina integra o Programa In-Vista, uma ação do Movimento Consciência Ativa e do Comitê Jovem que lê, com apoio do Programa Conecta Biblioteca de estímulo à transformação social. A atividade nasceu após uma pesquisa apontar que o jovem tem dificuldades para se expressar durante as entrevistas de trabalho, está desmotivado e desinteressado pelos estudos. Ao todo, serão quatro encontros.
“Vamos debater temas como a importância do autoconhecimento, as habilidades, a montagem de currículo e os procedimentos para a entrevista de emprego. Hoje, estamos dando o pontapé inicial, com explicações gerais e dinâmicas que simulam as entrevistas. Já os próximos encontros contarão com convidados especialistas, que aprofundarão as temáticas”, informou a bibliotecária Michele Bueno Santana, responsável pelo bate-papo, junto com a servidora Nelma Araújo.
Para Giovanna, a iniciativa da biblioteca é muito importante. “Espero, ao final, entender onde estou errando e conseguir o estágio que eu tanto almejo, pois já estou no último ano de faculdade e já participei de várias entrevistas, mas não me encaixei.”
Programação
A segunda oficina está agendada para o dia 17 de março, com o coach Tales Delgado, que abordará autoconhecimento e inteligência emocional. As inscrições serão divulgadas posteriormente.
A Biblioteca Professor Nelson Foot é um órgão da Unidade de Gestão de Educação.
Bibliotecários se lembram dos filmes e séries de ficção científica nos quais as máquinas e outros dispositivos possuem uma inteligência excepcional. Aliás, qualquer filme ou série, desta categoria, sempre apresenta algum recurso de inteligência capaz de expandir a capacidade humana de sair das mais insólitas situações. Ao menos nos filmes e séries como Star Trek, Star Wars ou qualquer outra odisseia intergaláctica.
Na atualidade, surgem dispositivos e serviços contendo algoritmos de inteligência que tornam em realidade o que parecia ficção. Costumam chegar, em geral, acompanhados de prognósticos apocalípticos, como a extinção de profissões ou, mesmo, da raça humana. Em relação a extinção de atividades, sabe-se que aquelas funções repetitivas vão sendo automatizadas com maior intensidade nos próximos anos. Porém, no caso bibliotecário, escuto vaticínios há anos, desde a popularização dos computadores, da internet e web, do google, dos tablets e celulares, além de outros sistemas tecnológicos criados para o processamento da informação. No momento, a guilhotina da hora para a Biblioteconomia é a inteligência artificial, um dos temas em efervescência no momento.
Seu uso nas atividades de interação humana, não é uma intenção recente. O assunto é até antigo. A tentativa de decifrar a comunicação entre humanos e máquinas é um processo que remonta à década de 1950, e ao trabalho do cientista Alan Turing, que propôs um teste (Teste de Turing) para avaliar a capacidade de uma máquina exibir comportamento, semelhante ao do ser humano. Caso a máquina consiga enganar um entrevistador, levando-o a pensar que interage com um humano, teria êxito como uma inteligência artificial – IA.
Entretanto, desde a época de Turing, há o debate sobre o seu teste ser realmente um método preciso para identificar a inteligência artificial. Porém, a percepção por trás da ideia permanece, na medida que a IA vai se aprimorando, tornando cada vez mais difícil distinguir a diferença entre humanos e máquinas.
Um aspecto que se destaca sobre a inteligência artificial e de seus recursos atualmente comercializados, enfatiza a capacidade de transformar a maneira de realizar o atendimento às pessoas e dos processos produtivos adotados pelas empresas.
Neste contexto, pode-se indagar qual será o impacto de utilização da IA no trabalho bibliotecário?
É uma questão relevante aos bibliotecários até porque o tema importa à sociedade em geral. Ademais, segmentos de atividade bibliotecária começam a ser afetados, como é o caso dos existentes em escritórios jurídicos.
Conforme previsão de Turing, os conceitos envolvidos na IA são difíceis de entender e, às vezes, mais difíceis de reconhecer em nossa vida diária. Pela própria natureza, a IA é projetada para fluir de forma transparente nas ferramentas utilizadas para tornar as tarefas mais precisas ou eficientes. Por exemplo, as sugestões de filmes da Netflix ou as listas de reproduções da Spotify.
Pesquisa recente sobre a adoção da inteligência artificial, elaborada pela HubSpot Research Report, destaca que 63% dos entrevistados desconhecem que já a estão usando. A inteligência artificial está posicionada para alterar quase tudo – desde a produtividade pessoal aos processos organizacionais.
Mudanças do tipo, ter a gestão de atividades priorizada automaticamente com base nos hábitos de trabalho da pessoa ou os serviços e produtos personalizados conforme o gosto ou interesse dos clientes (extraído da relação com a instituição e/ou com as mídias sociais). Uma situação com o qual bibliotecários tendem a desenvolver sua atividade.
Independente de quanto a IA altere o processo de trabalho, não teremos todos de ser especialista em computação. No entanto, é importante possuir uma compreensão básica sobre o funcionamento desta tecnologia, até para vislumbrar suas possibilidades e avaliar como poderá tornar o trabalho bibliotecário mais eficiente e inovador no trato das informações e dos serviços aos usuários.
Neste sentido, lista-se alguns dos termos-chave que podem auxiliar o bibliotecário no conhecimento básico do mundo da IA. Ressalte-se que os termos não são um glossário completo sobre o assunto e nem esclarecem o que seja ou não a IA. É apenas uma relação de conceitos e definições gerais para tornar o entendimento e o contato com o tema mais assimilável, além de despertar para o interesse, sem gerar um sentimento de extinção profissional.
Assim, estão relacionados com inteligência artificial, a saber:
Algoritmo: entendido como “um conjunto de regras que definem uma sequência de operações”. Quem faz uso das redes sociais deve estar familiarizado, pois as mídias sociais como: Facebook, Twitter e Instagram usam algoritmos para determinar quais postagens são vistas em um feed de notícias. Também conhecem o uso de algoritmos em mecanismos de pesquisa para obter ranking para seus conteúdos na página de resultados da pesquisa. Quando se fala sobre inteligência artificial, os algoritmos são o que os programas para aprendizagem de máquina usam para realizar previsões a partir de um conjunto de dados analisados. Por exemplo, se um programa de aprendizado de máquina fosse analisar o desempenho de várias bases de dados da biblioteca, ele poderia criar um algoritmo para determinar quais termos, títulos e conteúdos recebem mais acessos para melhorar a curadoria da coleção.
Inteligência artificial: refere-se a uma área de ciência da computação que torna as máquinas capazes de realizarem coisas que exigiriam inteligência cognitiva se realizadas por um ser humano. Inclui tarefas como aprender, ver, falar, socializar e resolver problemas. Não é simplesmente copiar o funcionamento do cérebro humano, neurônio por neurônio. Mas desenvolver máquinas flexíveis capazes de realizar ações que maximizem as chances de sucesso em um objetivo específico.
Bots: conhecidos também como “chatbots” ou “chatterbots”. São programas desenvolvidos para automatizar procedimentos, geralmente repetitivos. Auxiliar as pessoas em ações determinadas ou na busca de informações. É um recurso de uso limitado, porque são programados para extrair dados de uma fonte específica. Em alguns casos, são capazes de se integrar aos sistemas usados para aumentar a produtividade. Por exemplo, GrowthBot – um bot para profissionais de marketing – conecta-se com o HubSpot, o Google Analytics e outras fontes para fornecer informações sobre conteúdo na web. Alguns especialistas argumentam que os bots não se qualificam como IA porque dependem fortemente de respostas ou ações pré-carregadas e não podem “pensar” por si mesmos. No entanto, outros entendem que a capacidade dos bots de compreender a linguagem humana é uma aplicação básica de IA.
Ciência cognitiva: é o estudo interdisciplinar da mente e dos seus processos, extraídos dos fundamentos da filosofia, da psicologia, da linguística, da ciência da computação, da antropologia e da neurociência. A inteligência artificial é apenas uma aplicação da ciência cognitiva que analisa como os sistemas da mente podem ser simulados em máquinas. O termo cognitivo se refere aos tipos de pensamento, incluindo aqueles envolvidos na percepção, resolução de problemas, aprendizado, tomada de decisão, uso da linguagem e da experiência emocional.
Visão Computacional: aplicação da aprendizagem profunda (deep learning) para “entender” as imagens digitais. Ver e entender imagens é uma das funções humanas básicas. Para uma máquina ver uma imagem e, em seguida, descreve-la de forma similar à maneira como o olho humano e o cérebro trabalham juntos, é complicado. Cita-se o caso do carro autômato que precisa reconhecer e responder às luzes de sinalização, aos pedestres e outros obstáculos e ocorrências para ser permitida sua operação na estrada. O bibliotecário pode experimentar o recurso da visão computacional, ao usar o Google’s Quick Draw e treinar um sistema no reconhecimento de imagens. A visão computacional é um recurso que deve auxiliar o bibliotecário na indexação de imagens (fixas e em movimentos).
Mineração de Dados: é o processo computacional que agrega e organiza dados encontrando neles padrões, associações, mudanças e anomalias relevantes. A expressão surgiu pela primeira vez em 1990, em comunidades de bases de dado. Exemplo de aplicação encontrado em empresas de comércio eletrônico como a Amazon que faz uso do processo para analisar os dados do cliente e fornecer sugestões de produtos através da caixa “customers who bought this item also bought“.
Aprendizagem profunda: é um subconjunto avançado sobre a aprendizagem de máquinas. É improvável que o bibliotecário necessite entender o funcionamento interno desse conceito, basta saber que a aprendizagem profunda pode encontrar padrões complexos em conjuntos de dados usando múltiplas camadas de correlações. Realiza isso simulando a maneira pela qual os neurônios operam em camadas no seu próprio cérebro. É por isso que cientistas da computação se referem a este tipo de aprendizado de máquina como uma “rede neural”.
Aprendizado de Máquinas: aprendizado automático ou aprendizagem automática é um subcampo da ciência da computação que evoluiu do estudo de reconhecimento de padrões e da teoria do aprendizado computacional em inteligência artificial. Basicamente, é a capacidade de um programa absorver enormes quantidades de dados e criar algoritmos preditivos. É dito que a IA permite aos computadores aprenderem ao longo do tempo e, provavelmente, aprendam sobre como aprender. Os programas para aprendizado de máquina descobrem padrões em conjuntos de dados que os ajudam a alcançar um objetivo. À medida que analisam mais dados, ajustam os seus comportamentos para atingir seus objetivos de forma ainda mais eficiente. Como a aprendizagem de máquina dá aos computadores capacidade de autoinstrução sem serem explicitamente programados, são descritos como capazes de aprender como uma criança pequena: por experiência própria.
Processamento de Linguagem Natural (NLS): é o campo da ciência da computação e da inteligência artificial preocupado com as interações entre computadores e as línguas humanas (naturais) e, em particular, preocupado com a programação de computadores para processar dados de linguagem natural. É a área que pode tornar os bots mais sofisticados, capazes de entenderem comandos de texto ou de voz. Exemplos: o Siri (assistente pessoal para dispositivos Apple), transpõe a voz para o texto, conduzindo a consulta através de um mecanismo de pesquisa e respondendo de volta na sintaxe humana; a verificação ortográfica em documento do Word; ou o serviço de tradução do Google.
Análise Semântica: um termo relacionado com a linguística para tratar do processo de encadear palavras, orações, frases e parágrafos em uma escrita coerente. Também se refere à construção de linguagem no contexto cultural. Assim, se uma máquina que possui capacidades de processamento de linguagem natural também pode usar a análise semântica, significa que ela pode entender a linguagem humana e extrair dicas contextuais necessárias para entender idiomas, metáforas e outras figuras de linguagem. À medida que aplicativos alimentados por IA avançam em áreas como o da automação de conteúdo, é de se imaginar a utilidade da análise semântica na criação de textos para postagem em blog ou e-books quase indistinguíveis de um conteúdo editado.
Aprendizagem Supervisionada: é um tipo de aprendizado de máquina no qual os seres humanos inserem conjuntos de dados específicos e supervisionam parte do processo. Na aprendizagem supervisionada, os dados da amostra são rotulados e o programa de aprendizagem de máquina recebe um resultado claro para processar.
Dados de Treinamento: são dados fornecidos ao programa de aprendizado de máquina para “aprender” e identificar padrões. Depois, mais conjuntos de dados de teste são fornecidos ao programa de aprendizado para verificar os padrões de precisão.
Aprendizagem Não Supervisionada: é um outro tipo de aprendizado de máquina que faz pouco de envolvimento humano. O programa de aprendizagem de máquina é instruído a encontrar padrões e tirar conclusões por conta própria.
A inteligência artificial não é, em si uma caixa preta, e nem uma guilhotina do bibliotecário. Se pode restringir nosso campo de trabalho, também pode expandi-lo e muito, bem como contribuir para inovar nossas práticas e métodos de atuação. Assim como há, nos recursos de IA, conceitos de aprendizado da máquina, bibliotecários devem se manter, permanentemente, atualizados. Aprimorar suas as habilidades e competências para melhor proveito destas inovações tecnológicas.
Discutindo temas relevantes relacionados à Biblioteconomia e Ciência da Informação o Fórum de Inovação e Empreendedorismo na Biblioteconomia (FIEB) teve sua primeira edição em 27 de agosto de 2016 na cidade de São Paulo, reunindo 110 inscritos de 16 estados brasileiros.
A segunda edição do evento aconteceu na cidade do Rio de Janeiro em 09 de setembro de 2017, ampliando a discussão sobre o tema em suas diversas vertentes, contando com painelistas de destacada atuação nacional na área.
Chegou a vez de Campo Grande no Mato Grosso do Sul, com o tema Empreededorismo Social, receber conferências, mesas redondas e debates, tendo por objetivo oportunizar a aprendizagem, compartilhamento, troca de experiências, reunindo e aproximaando bibliotecários de diferentes regiões do país no dia 08 de setembro de 2018.